A revolução silenciosa do mercado de relações públicas
Num destes encontros, onde tudo se discute, ouvi o termo “monocultura do mercado de trabalho”. Esclarecida, entendi que até nosso trabalho do dia-a-dia, seja lá qual for, está engessado entre quatro paredes, em determinado período do dia, de segundas a sextas feiras. Neste quadrado, usamos trajes politicamente corretos e nosso comportamento é fiscalizado pelo próximo, abaixo ou acima da linha do Equador. Cargos e salários são fixados pela ordem da demanda e, em nome da lei de convivência pessoal ou de regulamentos oportunistas, o talento é “aprisionado” das 9 às 18 horas num local que não é nosso lar, mas onde passamos a maior parte do tempo de nossas vidas. As profissões são fiscalizadas para se manterem dentro de leis que estão atrasadas e longe da realidade do mercado. Mas o esgotamento deste modelo estava começando a se refletir na qualidade final do trabalho e uma revolução silenciosa já está se encarregando de abolir alguns destes dogmas.
Ao final do século passado, o “Casual Friday”, ou a sexta feira casual foi implementada por muitas empresas, contra o marketing do terno tipo Armani. No verão muito quente, o paletó e a gravata foram suprimidos e algumas áreas do trabalho já permitem a seus profissionais trabalharem até de bermuda. Muito salto alto e sapato masculino do tipo Oxford foram substituídos pelas rasteirinhas e sapatilhas, por mocassins ou tênis. Outras empresas estão buscando maior eficiência e criatividade de seus talentos e, flexíveis, até encorajam o “home office”. Trabalhar em casa alguns ou todos os dias da semana, pra quem já experimentou, diz que é o máximo. Eu concordo.
Acredito que a tecnologia foi um passo decisivo para essas conquistas nas relações trabalhistas. Ela permite um novo player: o trabalhador virtual. O profissional que trabalha de vários locais, em qualquer horário e com canais cada vez mais sofisticados. O famoso profissional 7/24 horas. Falando em tecnologia, ela também nos trouxe novos cargos e salários para profissionais da área de comunicação. Hoje, as novas carreiras mais promissoras na Web, depois dos programadores, são: o gerente de comunidades, o analista de mídias sociais, o gerente de relacionamento na Web, o gerente de Relações Públicas, de Relações com a Marca e assim por diante.
Além disso, organizações e empresas estão criando novas nomenclaturas de funções para a área de comunicação, seja institucional ou mercadológica. Hoje é usual encontrar em grandes empresas cargos de gestores da Governança Corporativa, de Projetos de Sustentabilidade, gerentes da Reputação da Marca, Gestor de Eventos ou Ativação, Coach, Cerimonialista, Ouvidor e outras. Enfim atividades com novas roupagens ou com origem em demandas que vão surgindo na medida em que a sociedade vai exigindo tarefas mais especializadas, sofisticadas ou ainda inéditas. Em formação.
Dias destes fui a um encontro na ABA e eis que me deparo com um cargo até então para mim desconhecido: “Gerente de Experiência do Espectador” do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Quando o Hélio Cabral, titular do cargo, apresentou a atividade, tinha tudo a ver com o título. Uma mistura de governança corporativa com relações públicas, onde a comunicação efetiva passa a ser o grande elo que une todas as áreas que vão entregar serviços diversos ao expectador dos jogos. Desta forma acontecerá uma entrega nos mínimos detalhes e situações embaraçosas ou ruídos serão mitigados.
Neste ambiente, constato que novamente se repete o circulo virtuoso pela busca da inovação de valor, explicitando os valores com palavras, mas essencialmente com ações de relacionamento. A grande estratégia é a de criar receptividade para as ações, numa sequencia de acontecimentos positivos. Por isso, vejo que as Relações Públicas abrangem todos os segmentos da comunicação, sejam eles tradicionais ou se consolidando como novas atividades que buscam harmonizar os relacionamentos. Cada vez estou mais convencida que o relações-públicas é um profissional polivalente que se desenvolve na medida em que passa por cada experiência. Então sua origem acadêmica não é o mais importante. E creio que esta é a verdadeira revolução no mercado de trabalho.
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