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COLUNAS


Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

O Brasil Está Nu? Sim. O que fazer a respeito? Uma campanha de Relações Públicas veste o Rei.

              Publicado em 04/11/2015

Creio que todos se lembram da parábola do rei vaidoso que vestiu uma roupa “invisível” por conta da bajulação de um “alfaiate” manipulador, que levou um baú de riquezas pelos desserviços prestados. E o rei, mesmo desmascarado por uma criança, permaneceu nu até o final do desfile. Qualquer semelhança é mera coincidência. O conto do dinamarquês Hans Christian Andersen foi inspirado numa coleção medieval espanhola de 55 contos morais de várias fontes, encontrada no livro El Conde Lucanor, compilados por Juan Manuel, Príncipe de Villena (1282-1348). Andersen alterou sua fonte para focar na vaidade cortesã e na soberba intelectual.

E por que digo que o Brasil está nu? Estamos submersos em uma grave crise institucional, política e, por consequência, econômica. Nos dias atuais, o Brasil está despido de todos seus aspectos positivos interna e externamente. Os negativos ainda permanecem impunes, embora o esforço de alguns poucos cidadãos brasileiros. Perdemos toda a credibilidade -- que nos últimos anos estava em alta, junto à mídia e aos órgãos nacionais e internacionais. A reputação do país está estampada nos rebaixamentos das notas de crédito pelas agências internacionais; na corrupção que assola todos os estágios e níveis políticos e empresariais; no desrespeito constante às leis urbanas e sociais; nas falcatruas que os mais espertos armam contra os otários; no caos da saúde pública; numa segurança que não convence; num ensino que não educa, e mais e mais... E essa mania que o brasileiro tem de falar mal do Brasil. Esse comportamento ao vaiar os tropeços domésticos está por conta da nossa baixa autoestima, amor próprio insolvente prejudicando a moral do povo brasileiro. Isso influencia absolutamente todos os campos da vida do país. Estamos aceitando tudo o que se fala e se faz contra o país. Na minha percepção, estamos de mal com o país, pois não encontro texto, artigo ou notícia que o enalteça. Mais parece um Brasil sem brasileiros. A frase “isso só acontece no Brasil” está estampada nos rostos do povo, retratando um grande complexo de inferioridade ou desconhecimento total do que acontece nos quatro cantos do mundo.

E tem uns incautos sonhadores que ainda dizem: ”Quando as Olimpíadas chegarem, o mundo verá o que o Brasil é capaz de fazer”. Não podemos esperar um ano para que o Brasil recupere sua integridade e sua imagem. Minha proposta é a de seguir o que dizem os psicólogos num caso desses: o país está necessitando urgentemente de um projeto de autoajuda. Nesse projeto, vejo uma SECOM e suas agências credenciadas planejando uma grande campanha de relações públicas para levantar a moral interna e atrair os estrangeiros, sejam turistas ou investidores. Essa campanha deveria estar no ar desde ontem, mas ainda é tempo de criar e veicular. Divulgar tudo o que o país tem para mostrar de inédito, de sério, de inovador. Tudo o que o país tem feito nos últimos anos. Sua liderança indiscutível nas questões ambientais; sua “internet banking”, considerada uma das melhores do mundo; sua agropecuária que alimenta o Brasil e exporta para tantos países; sua maneira de desenvolver a inclusão social; a plena aceitação de uma diversidade cultural com origem em várias raças e etnias; um clima que favorece a qualidade de vida; a hospitalidade brasileira, que é cantada mundo afora; um poder judiciário que segue a cartilha da Lei.

E acima de tudo, vamos mostrar o povo em todos os níveis. Brasileiros que mesmo diante de tal quadro reagem e batalham por um país melhor. Que se esforçam para mudar este ambiente inóspito. Este é um projeto para seguir o conselho oriental: “a crise é uma ameaça, mas também é uma oportunidade’’. Estamos com os olhos do mundo voltados para nós? Atraímos uma grande atenção pública? Então mãos à obra! Vamos virar a página e mostrar que o país não está nu. Como diz Sergio Mota Mello, companheiro de grandes campanhas de RP, hoje no Facebook, “Ao final desta crise, seremos o que fizermos dela. Não o que ela fizer de nós”. Diante de tanta confusão, parece ingênuo propor uma campanha de RP, mas eu acredito que é um bom começo. Um primeiro passo para a reação e a recuperação de nosso país.  


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