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COLUNAS


Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

A Sustentabilidade é um fato no Brasil?

              Publicado em 11/06/2012
A mídia tem sido a grande parceira no processo de formação da cultura da sustentabilidade na sociedade brasileira.  
 
A mídia brasileira, em quase todas as suas editorias, vem demonstrando muito interesse em destacar os conceitos de sustentabilidade e de consumo consciente.  Isto não é de hoje. Pesquisa realizada pelo DATABERJE com parceiras já demonstrava que em 2008 a sustentabilidade era pauta recorrente na grande imprensa.  Não é somente a Rio+20 que tem inspirado estas diversas pautas.  O tema está presente no país formalmente desde 1990, com as pioneiras Rádio Eldorado fazendo campanha para a limpeza do Rio Tietê e a TV Globo lançando o Globo Ecologia, com o ator e também ambientalista Vitor Fasano.  Os jornalistas e as empresas de mídia foram se conscientizando da necessidade de apoiar, dar cobertura e esclarecer sobre a intersecção das áreas de negócios, sociais e ambientais nas ações das empresas, dos governos e das organizações públicas e privadas. Primeiro separadamente e já neste século com o chapéu da sustentabilidade. 
 
O Meio e Mensagem, em reportagem especial realizada em maio de 2011 já destacava que a sustentabilidade “ganha espaço na imprensa” e citava várias delas com ações próprias e internas – a Rádio Eldorado foi à primeira mídia eletrônica a compensar emissões de CO2, em 2008 - e com ações externas como a ampla cobertura do tema, o lançamento de concursos e premiações e a edição de suplementos especiais que são verdadeiras joias em prol da divulgação do princípio da sustentabilidade e sua equação - pessoas, planeta e economia – na formação da qualidade de vida da nação. Hoje temos vários jornalistas especializados na área que tratam o tema com a maior propriedade e são convocados para todos os debates nacionais que têm acontecido.  Estes jornalistas estão à frente de suplementos impressos de jornais, programas de editoras de revistas, de televisão e de sites especializados como o “Razão Social” (O Globo), “Programa Planeta Sustentável” (Grupo Abril) “Cidades e Soluções” (Globo News) e o eco.com, entre outros de grande destaque e contribuição para a conscientização da Sociedade. 
 
A pesquisa publicada no dia 6 de junho p.p., realizada para o Ministério do Meio Ambiente pelo Instituto CP2 em abril – “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável”- ouviu mais de duas mil pessoas. Sobre as principais preocupações dos brasileiros, o meio ambiente ficou em 6º lugar (13%) ficando atrás de saúde/hospitais (81%), violência/criminalidade (65%), desemprego (34%), educação (32%) e políticos (23%).  Embora 78% dos brasileiros afirmaram nunca terem ouvido falar da Conferência da ONU Rio + 20, 47% conhecem o termo sustentabilidade e, destes, 46% o associam ao meio ambiente e 22% ao cuidado do meio ambiente, das pessoas e da economia ao mesmo tempo. Os problemas ambientais, por serem mais visíveis, atingem a preocupação de 65% dos entrevistados que os consideram uma questão de “sobrevivência”.  Quando se trata da responsabilidade para gerar e resolver os problemas criados pela má utilização dos recursos naturais, os entrevistados (61%) acreditam que o governo estadual, as prefeituras (54%) o governo federal (48%) e as próprias pessoas (46%).  E quem age na defesa do meio ambiente? As entidades ecológicas (41%), os meios de comunicação e os cientistas as (35%), entre outros, como o governo federal (20%).  
 
O jornalista Carlos Piazza, superintende de Comunicação da Light, em entrevista a Anderson Scardoelli, para o Comunique-se, lamenta que “toda notícia que é sobre sustentabilidade está voltada para o meio ambiente” e chama a atenção para a importância e o real significado da palavra. Nesta pesquisa fica evidente esta tese do jornalista: o desmatamento, as poluição das lagoas, rios e do ar, o volume do lixo e o desperdício da água são os problemas identificados pelos entrevistados. Ocorre que ultimamente o conceito de sustentabilidade tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não deve comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. 
 
A este princípio são atreladas as ações necessárias para que a sustentabilidade se torne uma questão do dia-a-dia do brasileiro: desenvolver, gerir/administrar, crescer e consumir sustentavelmente e que colocam o princípio de sustentabilidade em uma visão de longo prazo para valorizar e recuperar todas as formas de capital humano, natural e financeiro.  O resultado disso é que o agir com sustentabilidade para a sociedade se tornou uma agenda socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente correta, criando políticas públicas e formando novas atitudes e comportamentos para empresas, governos, organizações e pessoas. 
 
 A grande credibilidade que a mídia brasileira desfruta na sociedade é a principal responsável na formação da opinião pública sobre temas que se tornaram imprescindíveis para a qualidade de vida atual e futura do país. Este papel fundamental tem sido uma tônica constante na mídia brasileira e também necessita ser preservado e valorizado para que as gerações futuras tenham clareza da importância desta parceria. 

Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1337

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