Minha experiência com a Economia Verde
Foto interna da Socitex, onde os agentes ambientais ou cooperados trabalham na separação e classificação
Tenho lido e ouvido muito falar nesta tal de Economia Verde. Afinal ela está pautando a Rio+20 que vai acontecer logo, logo no Rio de Janeiro. Mas agora eu sou uma das testemunhas de que ela pode existir e ser uma das soluções para o futuro da humanidade. O PNUMA lançou a Iniciativa Economia Verde no auge da crise econômica e financeira mundial no final de 2008, para avaliar como os diversos setores - como os de energias renováveis, tecnologias limpas e eficientes, gestão de resíduos, serviços de água e pesca sustentável - poderiam contribuir para o crescimento econômico, geração de trabalho, equidade social e redução da pobreza, e, ao mesmo tempo, tratar dos riscos climáticos e outros desafios ecológicos. A iniciativa do PNUMA Economia Verde tem três atividades principais: o Relatório Economia Verde (e outros materiais de pesquisa), que analisa as implicações de investimentos verdes na economia, sustentabilidade e redução da pobreza nos diferentes setores; consultoria sobre a transição rumo a uma economia verde; e engajar uma ampla gama de cientistas, organizações não governamentais, empresas e agências da ONU na implementação dessa iniciativa.
Semana passada, Achim Steiner, diretor geral do PNUMA (leia-se United Nations Environmental Programme) e subsecretário das Nações Unidas esteve no Brasil para uma série de encontros e compromissos públicos e privados. Morando atualmente em Nairóbi, onde é a sede do UNEP, Achim tem laços significativos com o Brasil. Nasceu em Carazinho, RS, estudou até os dez anos no tradicional Colégio Farroupilha em Porto Alegre e depois partiu com sua família para a Alemanha. Hoje diplomado em Oxford, lidera o movimento mundial em prol da economia verde. Denise Hamu, minha amiga e atual diretora do PNUMA Brasil, me disse que Achim queria conhecer um projeto que estivesse em sintonia com a economia verde. Consultei meu também amigo, Marco Simões, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil e por meio dele fomos recebidos na Usina de Triagem e Reciclagem do Rio de Janeiro (UTR-RJ), um centro de excelência em triagem de resíduos sólidos recicláveis urbanos operado pela cooperativa SOCITEX.
Eu já tinha conhecimento deste trabalho, mas nunca o tinha visitado. Simões me disse que o apoio da Coca-Cola Brasil as mais de 200 cooperativas de reciclagem no Brasil é parte da ambição da companhia de chegar a um mundo em que toda sociedade veja a embalagem pós-consumo não como lixo, mas “como um insumo precioso para o futuro”. Sonho agora possível. Fomos recebidos pelos idealizadores do Instituto Doe seu Lixo, o casal Isabel Fillardis e Julio Cesar Santos que em parceria com a cooperativa de catadores de materiais recicláveis, Socitex, buscam proporcionar melhores condições de trabalho e maior renda para seus cooperados. O Doe Seu Lixo desenvolveu metodologias de gestão para todo o processo produtivo da cooperativa, investiu em alta tecnologia, como no sistema de rastreamento, via satélite, dos resíduos coletados e na capacitação de todos os catadores envolvidos no processo, o que tornou a Socitex pioneira em eficiência e participação em logística reversa no estado do Rio de Janeiro. Para Steiner, o projeto “é um retrato vivo da transição para a economia verde que envolve e inclui os vários players da sociedade em torno da qualidade de vida e de um bem comum”. O Doe seu Lixo, fundado em 2003, foi reconhecido como tecnologia social de inclusão pela Fundação Banco do Brasil e pela UNESCO.
O projeto é um exemplo prático de que a economia verde é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza. Gera empregos, pois remunera os cooperados que trabalham na separação e classificação dos resíduos, reduz o impacto ambiental do lixo nas cidades, por meio da coleta seletiva de resíduos sólidos que são doados por residências e empresas-clientes, como o Banco Itaú que já é cliente há mais de sete anos e a Intelig recentemente. O instituto acaba de assinar contrato com a Rio + 20 para fazer a gestão dos resíduos sólidos em todos os locais em que a conferência vai acontecer. Sem falar na replicagem do projeto que já ocorre no país e até em alguns locais no mundo.
Fiquei muito orgulhosa de mostrar o projeto ao órgão máximo da ONU que trata de Meio Ambiente, e também de ter sido recebida por esse casal de visão que está provando que inclusão social e evolução ambiental podem caminhar juntas. E vi acontecer a tal de economia verde na prática.
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