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COLUNAS


Gustavo Wrobel


Doutor em Comunicações e bacharel em Jornalismo. No campo acadêmico, participou como jurado de dissertações e prêmios na área de comunicações, ministrou palestras em universidades e em outras importantes instituições em distintos países da América Latina e é professor de Planejamento das Comunicações no Master de Comunicações da UCES. Também é membro de diversas associações profissionais. 

Trabalhou por 20 anos como diretivo da área de Comunicações de distintas empresas como Motorola e La Serenísima, nove deles como diretor de Comunicações e Relações Públicas para a América Latina. Também foi jornalista por 12 anos e Diretor Executivo de uma ONG. Atualmente dirige sua própria consultora regionais de comunicações: WSC | WROBEL SmartComm e assessora a diversas empresas e associações.


Doctor en Comunicaciones y Licenciado en Periodismo. En el campo académico, ha sido frecuentemente jurado de tesis doctorales y de premios del área de comunicación. Asimismo, dio charlas en las universidades y otras instituciones importantes en diversos países de América Latina, y es profesor de Planificación de las Comunicaciones en el Master de Comunicaciones de la UCES. Adicionalmente, es miembro de diversas asociaciones profesionales. 

Trabajó por veinte años como directivo del área de comunicaciones de distintas empresas como Motorola y La Serenísima, nueve de ellos como director de Comunicaciones y Relaciones Públicas para América Latina. También fue periodista por doce años y Director Ejecutivo de una ONG. En la actualidad dirige su propia consultora regional de comunicaciones: WSC | WROBEL SmartComm y asesora a diversas empresas y asociaciones.


WSC | WROBEL SmartComm
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O impacto das inovações tecnológicas na comunicação

              Publicado em 05/01/2012

Há algum tempo, o mundo da comunicação tem estado agitado por causa do impacto das redes sociais nas empresas e pelo modo como as organizações se comunicam com a sociedade. No entanto, se traçarmos uma perspectiva histórica, veremos que os novos meios de comunicação e as novas tecnologias sempre influenciaram e modificaram nossa atividade profissional, além do que desempenhamos em comunicações, relações públicas, publicidade ou marketing.
     
Vejamos alguns marcos:

-    As comunicações nascem e ganham impulso com a Revolução Industrial, mas a alfabetização maciça do final do século XIX e as novas tecnologias de impressão massificam a leitura de jornais. Os pais das relações públicas, como Ivy Lee e Edward Bernays, focaram seus primeiros esforços nos jornais e, pouco depois, no rádio.
-    A popularização do rádio, entre 1920 e 1940, gerou enormes desafios e oportunidades para os comunicadores. Os grandes acontecimentos eram relatados pelos comentaristas, chegando a um público maciço, muitas vezes analfabeto. Os produtos de consumo em massa tiveram a oportunidade de se destacar como nunca antes haviam conseguido.
-    O surgimento da TV, nos anos 40, impulsionou ainda mais a comunicação dos produtos de consumo em massa, graças à publicidade. O fator imagem permitiu não só relatar os acontecimentos, como também mostrá-los. Também nessa época, nascem as primeiras grandes consultorias de relações públicas dos Estados Unidos.
-    Nos anos 70, a tecnologia aplica um golpe nos publicitários, mas muito bom para as relações públicas: chega a TV por satélite e a cabo, e se amplia o controle remoto (e, com isso, o zapping). O público tem muito mais opções para assistir e passa a poder mudar de canal com um clique, se não estiver interessado no que está passando no momento.  Para as relações públicas, é aberta a oportunidade de “criar acontecimentos” que chamem a atenção da imprensa e dos consumidores.
-     Em 1993, nasce a web e, em 2004, a web 2.0, gerando as plataformas que tornam possíveis as redes sociais que, por sua vez, roubam maciçamente leitores dos jornais e telespectadores da TV. “O que tudo isso significa?”, perguntaram-se marqueteiros e publicitários do mundo todo. “Conversação”, um mundo onde os comunicadores se movem como peixes na água.

Como acabei de mostrar, cada inovação tecnológica de envergadura impactou a comunicação das organizações. Hoje em dia, as empresas divulgam seus produtos nas redes sociais, os políticos fazem campanha pelo Twitter e até os “manifestantes” se organizam pelo Facebook. Esse é o destino final para o mundo da comunicação? Não necessariamente. Eu diria que é um novo começo, que no futuro poderá ser afetado pelo impacto de novas tecnologias.

Examinemos algumas das coisas que estão acontecendo neste momento:
-    Redes: desde a utilização da primeira rede celular, em 1984, até as modernas LTE (4G) na atualidade, passaram-se 28 anos em que o mundo estendeu a conectividade por toda a parte.  Adicionalmente, a extensão maciça de redes Wi-Fi em lugares públicos eliminou os gastos de conexão para bilhões de pessoas.
-    Cidades hiperconectadas: há poucos anos essas tecnologias começaram a chegar a todos os setores da ação municipal, da administração pública aos hospitais, das escolas à segurança pública. E até se instalaram redes gratuitas. Nunca foi tão fácil conectar-se onde quer que seja. E, além disso, os governos agregam milhares de dispositivos de comunicações. 
-    A revolução celular: mais de 4 bilhões de telefones no mundo dão exemplo de um dos fenômenos tecnológicos mais impactantes de nossos tempos.  A revolução atual é a dos smartphones, na qual a imagem e o som se unem com o acesso à internet onde e quando for necessário. E, com isso, mais aplicações, mais dados, mais conteúdo.
-    Mobilidade empresarial: tablets e smartphones empresariais, redes por todos os lados, equipamentos inteligentes. A revolução acontece não só em governos e entre os consumidores, mas também nas empresas. Tudo se digitaliza e conecta-se à internet.
-    Web 2.0: no mundo das aplicações, a mobilidade e as redes sociais se unem no mundo do 2.0, gerando novas regras de jogo o tempo todo. Em menos de dez anos, mudamos radicalmente o modo como nos comunicamos.

O que tudo isso tem a ver conosco? Estamos presenciando o nascimento de um mundo hiperconectado, tanto em tempo real quanto geograficamente. E isso está mudando radicalmente o mundo das comunicações. Um dispositivo móvel + uma rede sem fio + uma opinião fizeram nascer o repórter cidadão: cada cidadão é um repórter em potencial, porém com códigos absolutamente pessoais. Hoje o poder está na pessoa, que opina, testemunha, traz imagens em tempo real, informa e finalmente cria opinião. O homem comum se transformou em um grande criador de conteúdo, que compete com os meios tradicionais. É o estilo da cultura 2.0. As pessoas tendem a confiar mais na opinião de seus semelhantes, baseados em sua experiência pessoal, mesmo que sejam desconhecidos. Alteram o papel central dos líderes de opinião pública e das celebridades. Neste contexto, destaca-se a comunicação P2P (par a par).

Também estamos vivendo uma “mediamorfose”, em que os meios adaptam suas formas, esquemas comerciais e concepção tradicional às novas possibilidades da web 2.0. O surgimento de novos formatos jornalísticos e do jornalismo 2.0, no qual o público é o protagonista, prediz uma nova época de desafios para os comunicadores. 

O novo cenário obriga a mudar a educação e o perfil dos novos profissionais de comunicação. Passamos das relações públicas puras ao estrategista, na década de 90, e ao expert em redes sociais, na atualidade. Poderia ser até um paradoxo de excelentes estratégias da comunicação, que apenas saem do escritório, versus o paradigma anterior do homem com centenas de contatos pessoais. O novo profissional deve sobressair pela sua visão estratégica integral no manejo da comunicação, por seus conhecimentos de tecnologia e redes sociais, sua criatividade, bom julgamento e abertura mental para adaptar-se às inovações tecnológicas. Os novos profissionais devem estar sempre alertas e conectados à rede, e não somente a linhas telefônicas.

Caem velhos paradigmas da comunicação corporativa. Antes bastava convidar para almoçar 20 editores por mês para ter “tudo sob controle”. Agora acabou o controle absoluto: a única certeza é a incerteza. Os riscos são permanentes, porque passamos de um estado de alerta em relação a alguns poucos meios ao alerta permanente em relação a milhões de consumidores e ativistas.

As marcas passaram de símbolos distantes a elementos cotidianos que aparecem em conversas nas redes sociais, assim como em canções e artigos. As marcas se humanizaram ao se aproximar das pessoas. As empresas ainda estão experimentando com sorte variável sua presença na rede e seu lugar perante as novas tecnologias. Mas ainda há muito para aprender, porque isso está apenas começando.


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