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COLUNAS


Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

Todas as vozes na Web.2

              Publicado em 22/08/2011

Recentemente, a profissional de Relações Públicas, Rosâna Monteiro, escreveu a coluna para o portal da Aberje intitulada “A Nova Fase da Comunicação”. Fez um belo comparativo entre o que se faz e o que se deve fazer em comunicação para obter resultados crescentes. Chamou a atenção para palavras que surgiram com a Web como imediatismo, formato e espaço para comunicar e tocou em dois temas imprescindíveis: emoção e interação.

Eu gostaria de acrescentar mais um tema: participação, que é, no fundo, uma consequência da interação. Nós, brasileiros, adoramos ser convocados para participar e principalmente dar opiniões. Dependendo do chamado e da motivação somos mais ou menos participativos.  Mais ou menos transparentes. Mais ou menos multiplicadores. A Internet nos presenteou com um grande bem que é a comunicação participativa. Esta, naturalmente, se transformou em grupos, comunidades, redes e mídias sociais que encontraram algo em comum para cativar participantes: o poder de se comunicar de forma independente, sabendo que um ou mais vão ouvir a nossa voz, a nossa opinião ou a nossa informação. E vão interagir.

O lado positivo disso é que a omissão se tornou mais frágil.  Muitas pessoas alegavam não participar porque não sabiam como. Mas agora, quando aceitas, elas se misturam livremente nos grupos virtuais. “Finalmente alguém está me ouvindo” ou “eu estou falando com alguém”. Outro fato positivo é o de ter fóruns onde se possa comunicar e interagir com pares ou não tão pares. Não se precisa mais monologar. Esta palavra, que vem do grego “monos” e “logos”, significa discurso que se faz a si mesmo. No teatro, Shakespeare foi grande quando criou Hamlet para expressar seus sentimentos ou opiniões. Pois bem, o monólogo foi substituído pelo dialogo, pelo “triálogo” do Youtube, pelos chats, e outros mecanismos que auxiliam o internauta a escolher com que quer falar.  Interessante também o ato adotado de “deletar” alguém ou simplesmente não aceitar para participar nos grupos ou comunidades. Quando um inconveniente telefona, somos, no mínimo, obrigados a ouvir. Na Web não. “Habitamos” os grupos que escolhemos. Acredito que este tipo de convivência, mesmo que virtual, recupera o sentimento da livre manifestação e da democracia sob o qual nascemos. E que muitas vezes a ação deixa de ser só virtual para se tornar uma causa abraçada por muitos, com musculatura para se tornar um movimento consistente e combativo.

O fato é que não fazemos revoluções pela internet, mas podemos multiplicar o anseio legítimo de muitos pela liberdade de expressão. Mesmo nas atitudes mais simples, mas que nos tornam mais cidadãos como reclamar ou chamar a atenção para este ou aquele equipamento que comprou, mas que era um embuste; ou aquela viagem de sonhos que se tornou de pesadelos; e ainda recomendar este ou aquele espetáculo, filme, livro. Ou simplesmente para trocar ideias ou buscar um interlocutor à altura. Tem seus aspectos negativos? Sim porque nada é tão perfeito assim. Muitas vezes banaliza um fato de impacto, ridiculariza um determinado posicionamento e até barbariza com agressões, insolências, ameaças.  Cria fatos inverídicos, espalha constrangimentos e se utiliza do bullyng para machucar pessoas. No entanto se aperfeiçoa rapidamente e dá lugar a muitos excluídos de outros fóruns não virtuais.

Em geral, nós adoramos uma plateia. É bom ter para quem falar. É bom saber também que somos ouvidos. E também que vamos ter uma resposta, um comentário. O “pertencer” a um grupo ou comunidade é hoje motivo de orgulho e demonstração de modernidade e vanguarda. Mesmo os mais introspectivos me surpreendem quando os vejo no Facebook ou no Twitter ou quando abrem suas vidas em blogs emotivos, opiniáticos ou literários.

A consequência. Como todas as tribos interagem, as minorias deixaram de ter motivo para se isolarem ou serem excluídas. O constrangimento causado pela diversidade humana está cada vez mais tênue, pois a Web. 2 nos capacita a interagir com todas as idades, sexos, credos, partidos políticos, culturas, pessoas físicas e jurídicas, organizações de todas as famílias e outras manifestações que a interação da Web elevou aos mesmos patamares para todos.  

Então não há mais duvidas. Que venha a Web. 3 e até .4. As formas de comunicação evoluem porque somos muito criativos e aqueles poucos cépticos acabam por ver mais do que a luz no fundo do túnel. 

Com pouca humildade, ouso dizer que as Relações Públicas são uma atividade que renasceu com a Internet e se tornou ferramenta para muitas alianças antes não pensadas. É hoje a facilitadora e multiplicadora de todas as vozes de todos os tons e cores. Mas isso, Rosâna Monteiro demonstra muito bem. Não deixem de ler “A Nova Fase da Comunicação”.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2409

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