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COLUNAS


Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

Descrédito das Instituições? As Relações Públicas podem colaborar

              Publicado em 29/07/2013
“Como um ‘termômetro’, o ICS reflete o contexto social, político e econômico”.
 
Quem tem acompanhando a pesquisa do IBOPE Inteligência - Índice de Confiança Social (ICS), que mede a confiança social das instituições públicas e privadas no Brasil, sabe que estas estão em declínio na percepção da Sociedade.  Mesmo aquelas que têm um histórico de credibilidade nos últimos anos, como os bombeiros, a Igreja e a mídia, têm perdido pontos. O Corpo de Bombeiros tem mantido o posto de instituição mais bem avaliada pela população, como ocorre desde 2009, porém com diminuição de cinco pontos nos últimos quatro anos, de 88 para 83. Os meios de comunicação de 71 pontos de confiança em 2009 vêm apresentando quedas contínuas nos últimos quatro anos, chegando a nove pontos no acumulado.  Apesar de alto em 2012, o ICS da Igreja está cinco pontos abaixo do que foi obtido em 2009, quando ocorreu a primeira medição do indicador. Na última edição do Índice de Confiança Social, de julho de 2012, as igrejas, consideradas sem distinção de religião ou crença, atingiram 71 pontos contra 76 em 2009, numa escala que vai de 0 a 100.
 
Durante a vinda do Papa Francisco, o painel on-line CONECTAí, ratificou também o desejo dos católicos (87%) e dos brasileiros em geral (82% dos internautas) de que a Igreja Católica deve rever suas maneiras de ver a nova sociedade. As principais alterações apresentadas: a punição para casos de pedofilia (56%); o uso de células-tronco (39%) - percentual que sobe para 46% entre os católicos; o uso de preservativos (36%) e a aceitação da homossexualidade (27%).  

Não vale nem a pena recorrer aos níveis de confiança em relação ao poder público e suas instituições que, em geral, têm se concentrado entre 35 e 25% de confiança. Basta dizer que o Congresso Federal, em 2012, teve o menor ICS – 31% e os partidos políticos têm oscilado entre 31 e 25% nos últimos quatro anos. Claramente, esse indicador e outros semelhantes representam os movimentos na relação de confiança da população com as instituições. Demonstram claramente que os brasileiros estão clamando por mudanças, e que as instituições permanecem ignorando esses protestos. Por isso mesmo, os jovens, “de todas as idades”, têm se manifestado em passeatas nas ruas do país.  
 
Já sabemos que temos hoje mais de 100 milhões de brasileiros com acesso à internet com dados do segundo trimestre de 2013. “É a massificação do acesso e o processo de democratização da informação, cultura e educação”, declara Janette Shigenawa, diretora do IBOPE Nielsen Online. Esse GRANDE CANAL, que aproxima os brasileiros, faz com que eles possam identificar quem está mobilizado por esse descontentamento com as instituições nacionais.  Esse CANAL os une e faz com que tenham a força qualitativa e quantitativa de quebrar paradigmas e mover ¹ “céus e terras”.
 
E é por ele, sem dúvidas, que também as instituições podem fazer seu percurso para reconquistar a Sociedade. As pesquisas estão aí para mostrar como este distanciamento, esta forma de ignorar os brados da população insatisfeita têm provocado a insatisfação da população. Nada tão anormal que não possa sofrer uma transformação. Apenas mudar o comportamento alienado das instituições. O reconhecimento, a contrição e uma proposta de mudanças, correspondendo às demandas de forma transparente e um comprometimento com data e hora marcada para acontecer são imprescindíveis. Mas nada que passe a percepção de ser um ato pontual para solucionar uma questão rapidamente, superficialmente. Tem que ser um corte profundo e trabalhado a curto e médio prazo. 
 
E nós, relações-públicas, podemos contribuir com nossas ferramentas de relacionamento para alterar esse cenário. Temos conhecimento para divulgar a intenção de mudanças. Temos competência para mostrar à sociedade o passo a passo. Temos domínio para informar e prestar contas do que está acontecendo e o que está por vir. Enfim, sabemos “fazer acontecer” com instrumentos que constroem relacionamentos mais sólidos e duradouros.
 
¹A Força da Fé
Vou buscar meu Deus,
nem que em águas distantes,
nem que preciso for mover céus e terras estranhas,
desbravar as matas,
enfrentar perigos angustiantes,
lutar sem armas, galgando as mais altas montanhas...
 

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