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Gilceana Galerani
gilceana@gmail.com

Graduada em Relações Públicas, especialista em marketing e propaganda e mestre em ciências da comunicação. É autora do livro Avaliação em comunicação organizacional, analista da Embrapa e professora de pós-graduação em Brasília-DF. Twitter: @gilceana
 

Seu negócio é o relacionamento?

              Publicado em 16/11/2010

Relacionamento é o negócio do seu trabalho? Pois é do meu também.  O significado dessa palavra é, acima de tudo, uma referência à promoção das relações e, como tal, exige esforço das partes em manter viva alguma chama que estimule a aliança ou, no mínimo, desestimule a apatia.

Há atitudes tão simples e básicas para isso que até se confundem com a boa educação: dar retorno a uma manifestação qualquer, por exemplo, é um preceito fundamental para relações sadias. Um email deve ser respondido, um telefonema não atendido precisa ser retomado, o não aceite a um convite pede uma justificativa, e tantos outros podem ser os exemplos do dia a dia. 

No âmbito de um profissional que tem por negócio os relacionamentos, a prioridade é alimentar relações sadias e prósperas. Os afazeres são variados e ocorrem integrados: a pesquisa sonda o que mais agrada ou desagrada o alvo da nossa conquista; o planejamento traça estratégias de atração, manutenção ou retomada das relações; a execução põe em prática iniciativas rústicas como o cuidado em garantir o retorno constante (ainda não inventaram palavra melhor que feedback, infelizmente) ou mesmo as mais sofisticadas técnicas para atender às necessidades do outro, seja informando, dando a voz, chamando a participar, administrando conflitos e, especialmente, representando o próprio público na defesa de suas vontades e expectativas.

Como profissional de relações públicas e, antes de tudo, de comunicação, é natural entender que o cultivo dos relacionamentos se faz essencial para qualquer organização que queira se manter competitiva. Para profissionais de outras áreas e mesmo empresários, essa certeza é percebida no dia a dia dos desafios mais complicados, quando é preciso articulação para garantir uma fatia do mercado  ou mesmo ter aliados que ajudem em momentos delicados de crise ou risco.

E para avaliar algo tão subjetivo como esse relacionamento que se estabelece ou não? Nada vi ainda tão interessante quanto o método proposto por Linda Hon (Universidade da Flórida-EUA) e James Grunig (Universidade de Maryland): se o relacionamento é o nosso negócio profissional e se esse negócio é matéria-prima para o sucesso das organizações, então o que precisa ser verificado na hora de se fazer uma avaliação de ações de comunicação são a natureza e a qualidade desse relacionamento.

A qualidade dos relacionamentos pode ser avaliada em quatro dimensões: comprometimento, confiança, satisfação e mútuo controle do público em relação a determinada organização.  Segundo os mestres citados, esses aspectos, aliados à natureza dos relacionamentos - de troca ou comunais - compõem um quadro que oferece diagnóstico e prognóstico da situação relacional. O resultado é oferecido pelas tradicionais técnicas de pesquisa quanti ou qualitativas. No próximo artigo, comentarei mais sobre o trabalho que pode ser feito nesse campo.


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