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COLUNAS


Gustavo Wrobel


Doutor em Comunicações e bacharel em Jornalismo. No campo acadêmico, participou como jurado de dissertações e prêmios na área de comunicações, ministrou palestras em universidades e em outras importantes instituições em distintos países da América Latina e é professor de Planejamento das Comunicações no Master de Comunicações da UCES. Também é membro de diversas associações profissionais. 

Trabalhou por 20 anos como diretivo da área de Comunicações de distintas empresas como Motorola e La Serenísima, nove deles como diretor de Comunicações e Relações Públicas para a América Latina. Também foi jornalista por 12 anos e Diretor Executivo de uma ONG. Atualmente dirige sua própria consultora regionais de comunicações: WSC | WROBEL SmartComm e assessora a diversas empresas e associações.


Doctor en Comunicaciones y Licenciado en Periodismo. En el campo académico, ha sido frecuentemente jurado de tesis doctorales y de premios del área de comunicación. Asimismo, dio charlas en las universidades y otras instituciones importantes en diversos países de América Latina, y es profesor de Planificación de las Comunicaciones en el Master de Comunicaciones de la UCES. Adicionalmente, es miembro de diversas asociaciones profesionales. 

Trabajó por veinte años como directivo del área de comunicaciones de distintas empresas como Motorola y La Serenísima, nueve de ellos como director de Comunicaciones y Relaciones Públicas para América Latina. También fue periodista por doce años y Director Ejecutivo de una ONG. En la actualidad dirige su propia consultora regional de comunicaciones: WSC | WROBEL SmartComm y asesora a diversas empresas y asociaciones.


WSC | WROBEL SmartComm
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O crescente poder da imagem

              Publicado em 23/05/2013

Semanas atrás, como ocorre todos os anos, foram entregues os Prêmios Pulitzer, de grande prestígio mundial. Este ano, ganham importância especial para nós os diferentes prêmios entregues para as melhores fotografias, da categoria Jornalismo. Entre os 6 fotógrafos premiados, 3 deles são da América Latina.

Existem duas categorias de fotografia, e nas duas foram premiadas coberturas realizadas em condições extremas durante a guerra civil da Síria. Na categoria que premia a melhor fotografia do ano (Feature Photography), o vencedor foi o mexicano Javier Manzano, um fotógrafo freelancer cujo trabalho foi distribuído pela agência France-Presse. Sua fotografia é verdadeiramente excepcional e tem uma força expressiva enorme, que em si mesma reflete a natureza do conflito: dois rebeldes sírios estão em um quarto semiescuro, mal iluminado pelos raios de luz que entram pelos buracos deixados pelas balas. De um pequeno orifício, um deles segura um fuzil AK-47 e aponta para algum suposto alvo. A imagem não requer mais explicações: expressa em sua totalidade a força da guerra e a natureza própria do conflito.

Por sua vez, nacategoria que premia as melhores coberturas fotográficas (Breaking News Photography), foram premiados 5 repórteres gráficos que trabalham para a Associated Press. Entre eles, está o argentino Rodrigo Abd e o mexicano Narciso Contreras. Eles também fizeram fotos baseadas na guerra da Síria. Suas imagens são igualmente impactantes, centradas no horror da guerra na  vida cotidiana e no sofrimento dos civis que convivem com ela.

Os prêmios apenas poderiam ser um dado curioso e talvez interessante para os que trabalham no mundo das comunicações (tal como é o resto dos prêmios). Entretanto, há dois elementos pelo qual ganham enorme valor. Por um lado, o fato de que a metade dos premiados seja da América Latina é um dado que não pode passar despercebido. Mas, por sua vez, o enorme significado simbólico das fotografias, que expressam em segundos a própria guerra e o horror que provoca, projeta-se às outras áreas das comunicações, encontrando seu correlativo em um mundo cada vez mais voltado à imagem.

Apenas olhemos ao nosso redor e entenderemos o que está acontecendo. Basta observar um jornal e comprovar a crescente importância que as imagens têm. Há 30 anos, os jornais eram predominantemente gráficos, cheios de longos textos. Em 1982, começou a ser publicado nos Estados Unidos o famoso jornal USA Today, que oferecia um enfoque diferente: textos curtos e fáceis de ler, ao lado de fotografias grandes e importantes. Em outras palavras, um jornal ideal para quem conta com pouco tempo para leitura, mas mesmo assim quer estar informado. Em 2003, o USA Today se transformou no jornal mais vendido dos Estados Unidos. O novo formato foi uma inspiração para milhares de jornais por todo o mundo, que reduziram seus textos e aumentaram a quantidade e o tamanho de suas fotografias.
 
Entretanto, a importância do visual sobre o escrito aumentou de maneira exponencial durante o século 21, que até o momento bem poderia ser definido por nós, os comunicadores, como “O Século da Imagem e da Conversação”. As redes sociais trouxeram emparelhado um fenômeno transcendental em que as imagens são absolutamente dominantes. Um blog sem imagens é absolutamente chato. No próprio Facebook, as imagens ganham  importância gigantesca, até o ponto em que a conduta dos usuários passa por olhar primeiro as imagens e então decidir se lê a notícia que as acompanha. Os agregadores de notícias como Feedly oferecem várias opções de visualização que colocam a imagem em um lugar relevante. Mais ainda, nestes últimos anos foram criadas várias redes sociais enfocadas em imagens, tanto na função de repositórios de conteúdo (Flickr) ou redes destinadas a compartilhar fotos com outras pessoas (Instagram, Pinterest). Por sua vez, o Flipboard, um aplicativo que gera uma revista autogerenciada a partir das áreas de interesse de cada um, dá uma importância dominante às imagens.
 
Esse fenômeno tem seu correlativo no enorme crescimento dos dispositivos móveis como smartphones e tablets, e os novos hábitos dos usuários na hora de consumir informação. Em vez de se centrar em grandes textos e leituras prolongadas, os novos leitores do século 21  saltam de uma notícia a outra em apenas segundos, só se focado nas fotos e nas manchetes, e deixando a leitura das matérias para aquelas poucas notícias que realmente valem a pena.
 
Agora mais do que nunca ganha vigência aquela velha frase: “Uma imagem vale mais do que mil palavras”.Uma fotografia pode ser mais do que poderosa, sendo profissional ou amadora,tirada até com o celular por um cidadão comum que passava por uma rua no momento em que aconteceu um evento determinado, e nesse mesmo instante decidiu subir ao Facebook e assim começar com a viralização de um fato. Uma imagem pode ter uma força explosiva quando as condições o permitem, como a daquele vendedor ambulante que se incinerou na Argélia em 17 de dezembro de 2010 em protesto pelo confisco dos artigos que vendia, e desse modo iniciou as manifestações que acabaram com o governo de seu país, do Egito, da Mauritânia e, provavelmente, também inspirou muitos dos rebeldes da Síria. 
 
Como veem, o círculo volta a se fechar ao redor da imagem. Nós, os comunicadores, devemos seguir de perto e estar atentos às oportunidades e riscos que as imagens geram para nossas organizações. Disso dependerá a qualidade de nosso trabalho.

Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 3672

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