Novos desafios para o profissional de comunicação
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Uma recente pesquisa da Harvard Business Review aponta que a crise norte-americana gerou profundas alterações nos hábitos de consumo. Entre as mudanças, podemos destacar uma demanda por simplicidade, um crescente desejo por marcas confiáveis e de valor e conselhos verdadeiros. De fato, consumidores querem ter menos trabalho e complexidade para escolher produtos. Existe também a tendência de fortalecer os valores tradicionais, incentivando crianças e adolescentes a adotarem comportamentos menos compulsivos em relação ao consumo e à tecnologia.
As mulheres já ocupam uma posição de liderança quando o tema é economia mundial. Um estudo do Boston Consulting Group destaca que a remuneração feminina está estimada em U$ 5 trilhões nos próximos cinco anos. Mundialmente, o total de salários dos homens ainda é o dobro do que o das mulheres, mas a diferença entre eles têm diminuído significativamente. Isso indica, que nos próximos anos, a maior fatia do faturamento vai ficar mesmo em mãos femininas, representando o maior mercado emergente da história do planeta, mais de duas vezes o tamanho combinado de países em desenvolvimento, como Índia e China. As mulheres controlam, por exemplo, estimados U$ 12 dos U$ 18 trilhões gastos anualmente em consumo no mundo inteiro.
Mas o que tudo isso significa para a área de comunicação?
Esses dados apontam tendências consideráveis para o direcionamento da comunicação, em empresas de grande ou pequeno porte. Mais do que nunca, é preciso focar nossos esforços para ajudar os clientes a entenderem o real valor do que oferecemos. Hoje em dia, ideias simples e de fácil realização somam muito mais pontos na hora do planejamento estratégico de comunicação. Sim, precisamos ser estratégicos!
Numa sociedade em transição, também precisamos ser honestos e valorizar mensagens claras e transparentes porque só assim poderemos mostrar nossos diferenciais e estar acima das expectativas de nossos clientes. O conceito de sustentabilidade, por exemplo, precisa ser incorporado por toda a empresa para fazer sentido e não ser apenas “marketing”. É preciso internalizar o conceito de sustentabilidade. A nossa missão como consultores de comunicação deve ser ultrapassar as barreiras do discurso vazio, que não trará mais benefícios nem mesmo em curto prazo, uma vez que os consumidores estão mais atentos às manobras das empresas.
O relacionamento é chave para o sucesso de qualquer iniciativa de comunicação. Uma vez que os consumidores não são alvo de um único tipo de mídia, pelo contrário, recebem e fazem circular cada vez mais informações de todos os meios de comunicação, é cada vez mais complexo realizar uma ação de comunicação com um foco apenas. O conceito de comunicação integrada faz-se urgente e necessário para a implementação de atividades capazes de assegurar o correto entendimento das mensagens corporativas.
A emergência feminina significa a ascensão das mulheres na tomada de decisão, seja para cuidar da família, seja para direcionar os negócios da empresa. Cada vez mais, precisamos pensar em ferramentas de comunicação que falem diretamente a elas. Como entender o universo feminino, com toda a sua complexidade, não é tarefa fácil e, infelizmente, não existe um modelo a ser seguido, cada necessidade exige uma ação diferenciada.
Por tudo isso, podemos esperar desafios ainda maiores em 2010 e para as novas gerações que estarão à frente dos processos de comunicação das empresas e agências. Um profissional preparado, com visão holística, culto, estratégico, capaz de acompanhar e entender as mudanças do mundo e do mercado, terá espaço garantido para enfrentar os novos obstáculos que ainda estão por vir. Nesse cenário, a área de comunicação fará diferença, se souber agregar valor às atividades das empresas que tenham como filosofia o compromisso público e o respeito à cidadania e às diferenças individuais.
* Artigo escrito por Rosâna Monteiro e Rose Pinheiro
Rose Pinheiro, jornalista, mestre em Ciência da Comunicação e diretora de atendimento da Ketchum Estratégia
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