Vamos beber champanhe?
“Rápido irmãos, estou tomando estrelas!” Com esta frase, o frade don Pérignon, mestre de adega da Abadia de Hautvillers – que a história celebra como o descobridor do champanhe no século XVII – resumiu a sensação de ter saboreado o mais delicioso dos vinhos.
Existem contradições sobre quem descobriu o champanhe (sempre masculino, o champanhe), mas fossem ou não os ingleses ou os franceses os primeiros a fabricá-lo, o fato é que um engarrafamento precoce constitui a fase vital do processo histórico, que transformou o vin du pays do norte da França na prima donna dos vinhos do mundo.
Para Napoleão Bonaparte, o champanhe era adequado para todos os momentos – brinda vitórias e faz esquecer derrotas. O Imperador francês, além do bom gosto, era sábio quanto ao champanhe. De fato, é ideal para brindar conquistas e esquecer fracassos; comemorar novos amores e olvidar os antigos; curtir bons momentos e tirar da memória os maus.
É uma bebida fina, protocolar, utilizada nos brindes empresariais, sociais e governamentais. É com ela que damos as boas vindas a um Chefe de Estado e sua comitiva; desejamos uma vida feliz aos nubentes; e celebramos a chegada de uma nova vida.
Bebida previsível para ocasiões especiais, pede algumas sutilezas ao servir. Prefira sempre os champanhes de boa qualidade; os franceses são os melhores, porém há excelentes espanhóis e italianos, sem falar dos nacionais, que estão ocupando o seu espaço no mercado.
A diferença principal entre as marcas de champanhe está na safra de cada vinhedo e na elaboração do cuvée – mistura de vinhos, que produz cada tipo. Quanto melhor o vinho utilizado na composição do cuvée, melhor será o champagne.
Há champanhe para todas as ocasiões, da manhã à noite, e para todos os paladares – do seco ao doce. O ideal é que não haja mistura de sabores; comece com um tipo de champanhe e sirva-o até o final do evento.
- brut (muito seco) – dever ser servido antes das refeições ou com antepastos e canapés;
- extra sec ou extra dry (seco) – preferido pela maioria das pessoas para brindes, antes ou ao término das refeições;
- sec (ligeiramente doce) – pode ser servido durante as refeições;
- demi-sec (doce) – ideal para ser saboreado com as sobremesas;
- doux (muito doce) – dever ser servido com a sobremesa e com os doces, quando o cardápio do encontro for somente champanhe e bolo.
O champanhe se perde quando é bebido muito gelado; a temperatura ideal está entre 6 e 8 graus, sempre servido na taça longa (flute); a taça de boca larga e baixa deixa escapar mais rapidamente o perlage – aquelas borbulhas que dão cócegas no nariz, estimulam os sentidos e transformam o encontro em momento especial. Vale a pena perder isso?
Ao abrir a garrafa, deixe o estouro e o banho de espuma para os vencedores no podium e para viradas do Ano, nas praias de Copacabana. Em ocasiões especiais e protocolares, é recomendável abrir a garrafa discretamente. Para isso, basta incliná-la, virando-a (a garrafa, não a rolha) e servir com delicadeza. Caso a espuma transborde é sinal que o champanhe não está na temperatura adequada.
No momento do brinde, levante a braço na altura do ombro, estendendo-o em direção à pessoa a quem se quer brindar. É desnecessário bater as taças entre todos os convivas; toque simplesmente na taça do homenageado, das pessoas ao seu lado e faça o gesto aos demais.
As palavras para um brinde correto variam de acordo com a ocasião. Em acontecimentos sociais brinda-se desejando saúde, felicidade; em ocasiões protocolares brinda-se o Chefe do Estado e seu país, desejando felicidade, fartura e relações de amizade.
Nos brindes sociais, fica de pé somente quem faz o brinde; os demais podem permanecer sentados. Nos brindes protocolares é obrigatório que todos se levantem. Geralmente, brinda-se o aniversariante, os noivos, o Chefe de Estado, o convidado importante. Este, deve retribuir.
E, agora, por que não? Afinal, o final do ano está chegando. Vamos beber estrelas?
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