O que é uma visita de estado
Está se falando muito nesta semana em Visita de Estado, devido à viagem da Presidente Dilma aos Estados Unidos.
Mas, o que é mesmo Visita de Estado? Como proceder? Quem organiza? Pode um Presidente da República, Primeiro Ministro, Rei ou Rainha simplesmente visitar um outro País quando deseja?
Visita de Estado ou visita oficial é uma viagem formal de um Chefe de Estado ou de Governo a um país estrangeiro, a convite deste país. É a mais alta forma de contato diplomático entre duas nações, simbolizando um reforço em suas relações. Geralmente, as visitas oficiais visam negócios e são agendadas para a discussão de tratados e acordos operacionais entre as nações.
Por questões diplomáticas e de segurança, não pode um Chefe de Estado visitar outro País nem contatos prévios. Existem normas a seguir.
No caso de uma Visita de Estado, o convite é feito pelo governo anfitrião, mas a data da viagem é combinada entre as duas embaixadas e os responsáveis pela agenda de cada presidente.
Quando um chefe de Estado vem ao Brasil, como ocorreu com o presidente americano Barack Obama, em 2011, quem cuida de tudo é a área do Cerimonial no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Em média, três diplomatas e quatro funcionários planejam toda a estadia do visitante, sempre de acordo com a equipe do visitante.
Alguns passos após o aceite do convite:
Estudo da cultura do visitante: É preciso evitar gafes, cada povo tem sua cultura e é indispensável conhecê-la. Alguns poucos exemplos: não se toca na mulher árabe; o efusivo brasileiro é capaz de tentar beijá-la após o primeiro encontro. Para os indianos, a vaca é sagrada; levá-los a uma churrascaria é simplesmente uma ofensa. E por aí vão os hábitos e costumes, que geram a maneira de ser de uma pessoa.
Antes da visita, toda a equipe aprende as boas maneiras de cada cultura. Isso vai desde o título de reverência certo para o governante (Excelentíssimo, Majestade, Alteza, Reverendo, Magnífico), até a maneira de cumprimentá-lo. Alguns monarcas orientais, por exemplo, não aceitam ser tocados. O certo é fazer um gesto de cabeça ou se curvar – a reverência.
A recepção é feita pelo próprio Presidente no aeroporto, como na visita do Papa Francisco ao Brasil. A Presidente Dilma estava ao pé da escada do avião na Base Aérea. O deslocamento da comitiva do visitante se faz em uma frota oferecida pelo nosso governo; em alguns casos como na visita do Obama ao Brasil, a frota era própria. É composta sempre de sedãs de cor escura, com quatro portas. São cinco veículos: dois na dianteira; um deles de segurança, o carro com o chefe de Estado e dois na retaguarda; outro de segurança.
O visitante tem sempre dois acompanhantes oficiais, o embaixador brasileiro em seu país e um representante do cerimonial. A segurança é responsabilidade da Polícia Federal, complementada ou não pela equipe do visitante. Membros do Exército, incluindo atiradores de elite, dão apoio em helicópteros e tanques, dependendo do caso.
Geralmente, o primeiro compromisso é a revista às tropas das Forças Armadas, quando são tocados os hinos do País visitante e do Brasil. Em seguida, o Chefe de Estado sobe a rampa do Palácio do Planalto, onde a Presidente anfitriã o aguarda.
Outros procedimentos
Alguns itens não podem ser esquecidos e a montagem da visita é um esforço conjunto de ambos os lados – anfitrião e visitante.
Quando o idioma é um problema, os convidados trazem seu próprio tradutor e anfitrião também tem outro. Pelo protocolo, eles devem se posicionar sempre atrás de seus chefes, que devem dialogar se dirigindo diretamente um ao outro.
O cardápio é outro item. O cerimonial cuida dos almoços e jantares oficiais; o primeiro deles, tradicionalmente, no Itamaraty. Em geral, há opções da gastronomia de ambos os países. Mas também é preciso atender a dietas especiais.
E o presente é essencial? Sim, é sinal de cortesia. Na despedida, é usual dar um presente que remeta ao país anfitrião; artesanatos, obras de artistas locais, são boas lembranças. Também se recebe algo do País visitante. Neste momento é essencial conhecer a cultura, as superstições, o significado das flores e cores. No mundo oriental, principalmente na Coréia do Sul e Norte o número quatro é rejeitado, significa a morte. Não dê nada com esse número; quatro chocolates, caixinha com quatro lenços.... nunca. Alias, lenços de nariz também devem ser evitados; lembram choro e tristeza. Cuidado com a palavra tim tim, utilizada em brindes no mundo oriental. O significado não é agradável e torna o brinde amargo.
Difícil, mas ótimo de se trabalhar. Cada cultura nos traz aprendizados diferentes e crescemos com eles. Tente conhecer.
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