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COLUNAS


Malu Weber


Gerente Geral de Marca e Comunicação Corporativa do Grupo Votorantim e Membro do Conselho Deliberativo da Aberje, Malu é formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná/PR e Unaerp/SP, pelo Programa de Gestão Avançada do APG (Amana Key) e pelo Curso Internacional de Comunicação Empresarial (Aberje/Syracuse University). Possui especialização em Comunicação de Marketing e pós-graduação em Comunicação com o Mercado na ESPM/SP.

Sua principal missão atualmente é estabelecer uma plataforma de reputação e uma arquitetura global de marca que gere valor no relacionamento com stakeholders e contribua para a construção da imagem da Votorantim e de suas empresas, no Brasil e nos mais de 20 países em que estão presentes. 

Você já comeu torrada feita com moldador de palmilhas?

              Publicado em 03/11/2009

A história do fisioterapeuta que me deu uma verdadeira aula de postura – em comunicação.


Era minha primeira sessão com esse fisioterapeuta, mais conhecido como “Professor Bugiganga”, por sua forma inovadora e curiosa de transformar objetos nada convencionais em ferramentas importantes utilizadas no tratamento de seus pacientes. Tão logo abri a porta do consultório, fui recebida por um sorriso acolhedor do Dr. Fábio. Ele segurava uma engenhoca mais parecida com uma furadeira e, quando entrei, ele foi me oferecendo uma torrada que ia começar a fazer naquela hora, para iniciarmos nossa conversa.

Fiquei intrigada. Por mais que olhasse para todos os lados não via nada parecido com forno ou torradeira. Foi aí que ele me apresentou uma espécie de secador potente que, por suas altas temperaturas, conseguia aquecer e moldar palmilhas personalizadas, tanto para pés doentes quanto para pés atletas. E esse mesmo aparelho foi adaptado por ele para fazer torradas e ferver água para o chá – servidos sempre nesse primeiro contato com o paciente, para acolhê-lo e conhecer sua história. Antes de servir o kit gastronômico de boas-vindas, fez questão de me apresentar também o esqueleto Frederico e a “Cabeça Narcisa”, parceiros importantes de trabalho que emprestam seus ossos e músculos para mostrar os pontos doloridos de cada um.

Ao longo de toda consulta, Dr. Fábio ia utilizando outras máquinas esquisitas e me surpreendendo a cada instante. Eu me lembro, por exemplo, de um aparelho de topografia que ele usa para fazer avaliação postural, identificando possíveis desvios de coluna; com uma espécie de bússola, ele mede a angulação e o nível de mobilidade da cabeça do paciente; e a técnica que aprendeu na França e na Alemanha na fabricação de palmilhas européias, adaptou em produtos brasileiros, mais baratos e que, nesse caso, mostraram-se tão eficientes quanto os estrangeiros.

É claro que, além dessas engenhocas, Professor Bugiganga também possui um divã de última geração – a maca sobe, desce e com ela consegue fazer todas as manobras de postura que vão ajudar na recuperação do paciente. Mas antes de utilizá-la, a estratégia do Dr. Fábio não tem nada de sofisticada - é simples, direta e muito eficaz: ele ouve, acolhe e conquista quem o procura, conhece seus hábitos e o meio em que vive; identifica seu problema e mensura o grau de dificuldade para acompanhar o progresso da terapia e, com esses dados, faz um diagnóstico preciso, apresenta os caminhos possíveis sugeridos para que a pessoa entenda todo o processo, veja valor e se comprometa com o tratamento até o fim.

E foi nessa primeira consulta que eu tive a melhor aula de postura da minha vida até aqui – não só a postura da coluna, mas aquela que cada um de nós precisa colocar em prática todos os dias e que, de tão simples, às vezes nos esquecemos: antes de tudo, é preciso conhecer nossos pacientes – funcionários, clientes, o público-alvo com quem nos relacionamos; fazer a leitura correta de suas dores – necessidades e expectativas – para poder propor soluções e caminhos que façam sentido para ele, em primeiro lugar. É preciso cativá-lo, conquistá-lo, para que se engaje no tratamento – e no caminho proposto – e também faça a sua parte, sentindo-se co-responsável pelo sucesso da recuperação e construindo, em parceria, o resultado final desejado. Surpreender pela simplicidade e criatividade, gastando menos e fazendo adaptações inteligentes, especialmente em momentos difíceis, é melhor ainda. Falando nisso, lembra da torrada feita pelo Professor Bugiganga com o tal secador? Estava uma delícia!


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2842

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