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Francisco Viana
viana@hermescomunicacao.com.br

Jornalista, Doutor em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.

 

Transparência e liderança

              Publicado em 15/10/2009

Leio nos jornais que há um movimento por parte de escolas de negócios, no exterior,  no sentido de que os executivos sejam formados para pensar não apenas nos lucros, mas sobretudo nos meios para alcançá-los. É o primeiro passo na retomada de uma velha questão: qual o sentido da produção de riquezas?  O tema está em cena desde o século XIV, nos idos do renascimento, quando o filósofo Leonardo Bruni, ao reinterpretar Aristóteles, conclui que a riqueza não é boa, nem má, mas neutra. O que não é neutro é o que se faz para produzir e distribuir riquezas.

Mudar a forma de pensar dos executivos começa justamente pela educação, mas isto só não basta. É preciso discutir o Valor dos negócios e das relações destes com a sociedade. Por valor, entenda-se não o valor de troca das mercadores, nem o seu valor contábil. Sim, o caráter das coisas. Isto implica em questionar o caráter dos fatos. Quais as repercussões da produção no meio, ambiente, por exemplo? Qual o sentido social da produção de riquezas? O que é ser transparente? Em síntese, qual é hoje o papel do líder no mundo moderno.

A face dilemática de todas essas questões é que elas são essencialmente práticas. É como a política ou a ética: se realiza pela ação. Pela palavra conjugada com a ação. Evidentemente, não inválida a visão teórica. Pelo contrário, é a visão teórica que embasa a ação. Sem teoria não há negócio, não há mudança. O problema é sempre a prática. Em todo caso, a noticia é positiva. John Wells, diretor da conceituada escola Suiça IMD, declarou aos jornais: “Os desafios estão cada vez mais complexos e a confiança nas instituições está desabando.” Não é novidade, mas renova um antigo alerta. A novidade é que a opinião pública está cada vez mais bem informada, cada vez mais mobilizada.

Pressões crescem cotidianamente sobre as organizações públicas e privadas. Isto significa que a escola positivista de negócios, com seus sistemas lineares e avessos a autocríticas e ouvir a sociedade, vive o seu ocaso. Na raiz desse processo encontra-se a crise mundial. Fica a questão: o que estão fazendo para mudar os currículos as nossas faculdades de negócios? A Comunicação vai fazer parte dos cursos , da graduação ao doutorado, ou se continuará insistindo apenas nos velhos modelos de marketing e publicidade? O verdadeiro e o transparente, a liderança e sua visão se define não retoricamente, mas pelo caráter das ações. E a comunicação é indissociável desse caráter por se relacionar diretamente aos fatos.  São os fatos que vão balizar o alcance das mudanças que hoje se começa a discutir pensando na sustentabilidade efetiva dos negócios e da prevenção de crises, em escalas mundiais como a que agora, a julgar pelo que dizem os especialistas, começa a se dissipar. 


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2119

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