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Elisa Prado


Diretora de Comunicação da Tetra Pak. Desde agosto de 2005, a executiva está no comando das áreas de Comunicação Corporativa, Interna e Externa, sendo responsável pelos países da Américas Central e do Sul. Elisa Prado é Relações Públicas formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp) e pós-graduada em Marketing pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo. Cursou o Programa Internacional de Comunicação Empresarial pela Aberje/ Syracuse University. É membro do Conselho Deliberativo da Aberje, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.

Prevenção para evitar a dor

              Publicado em 05/10/2009

Dia desses, estava na sala de espera do dentista – que sempre é um bom lugar para refletir, especialmente quando a leitura disponível é de três semanas atrás – pensando sobre a importância da prevenção em nosso dia a dia.  Há algum tempo, a ida ao dentista significava dor: geralmente, era para resolver um ‘problema’ que já estava instalado. Uma crise, ou melhor, uma ‘cárie’...

Assim acontecia no mundo corporativo. Muitas vezes, a área de Comunicação das empresas era chamada às pressas, para resolver uma crise já instalada. Algo que, por muito tempo, ficara latente. E que num belo dia resolvia aparecer, causando dores, perda de tempo, tratamentos caros e nem sempre efetivos.

Felizmente, a situação está mudando. Meus filhos, por exemplo, vão ao dentista para fazer prevenção, ou seja, para evitar que as cáries apareçam no futuro. 

Interessante perceber como as empresas seguem pelo mesmo caminho. Atualmente, nas empresas mais avançadas, a antiga Gestão de Crise é na verdade a Gestão de Riscos: uma série de métodos modernos de detecção e prevenção de possíveis crises. Um trabalho que permite evitar a dor, ou ao menos amenizá-la, se ela de alguma forma acabar acontecendo.

Um destes métodos, conhecido como Issues Management, trata os riscos de uma forma quase matemática: por meio de uma matriz são distribuídos todos os riscos de uma empresa: de acidentes a catástrofes naturais; de problemas regulatórios a riscos de mercado. Depois de detectados, os riscos são distribuídos de forma a se perceber, de forma bastante rápida e gráfica, quais deles tem potencial alto, médio ou baixo para ocorrer; e, da mesma forma, o potencial dano à reputação da empresa. Essa é a tal prevenção inicial, aquela em que é possível mapear o terreno e o ambiente em que a empresa atua.

Com este ‘mapa’ em mãos, começa a segunda parte do trabalho. É neste momento que os riscos são analisados separadamente e, com a precisão de um cirurgião, cada um deles recebe uma ‘ficha única’, ou - para permanecer na linguagem dos dentistas - uma ‘radiografia’: tipo de risco, públicos envolvidos, método preventivo e, finalmente, o que fazer se a cárie (ou melhor, a crise) insistir em aparecer, mesmo com todos os cuidados. Trata-se do trabalho de engajamento dos públicos envolvidos, ou Stakeholders Engagement, um mapeamento completo do ambiente do risco, públicos que devem ser engajados e mensagens que devem ser comunicadas.

Isso não quer dizer que as empresas antes não mapeavam nem se preveniam contra as crises. Grande parte das empresas já faz este trabalho, mas muitas vezes ele está dividido entre as áreas. Ou seja, cada área faz o mapeamento e cuida de seus próprios riscos. A boa nova é que muitas empresas estão entregando o gerenciamento deste processo à área de Comunicação. Aquela, que era chamada apenas na hora da dor, agora é parte estratégica da prevenção, detectando, mapeando e criando métodos para evitar que a dor apareça; e, se ela mesmo assim aparecer, que não seja tão aguda, não precise de ‘motorzinho’, nem de ‘tratamento de canal’.

Ainda na sala de espera do dentista, ouço chamarem meu nome. Fico feliz por ser mais uma visita sem dor. E viva a prevenção!


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 3004

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