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COLUNAS


Elisa Prado


Diretora de Comunicação da Tetra Pak. Desde agosto de 2005, a executiva está no comando das áreas de Comunicação Corporativa, Interna e Externa, sendo responsável pelos países da Américas Central e do Sul. Elisa Prado é Relações Públicas formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp) e pós-graduada em Marketing pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo. Cursou o Programa Internacional de Comunicação Empresarial pela Aberje/ Syracuse University. É membro do Conselho Deliberativo da Aberje, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.

Em defesa de causas - Parte II

              Publicado em 25/04/2014

Como relatei no meu último artigo, publicado aqui no site da Aberje, acredito no trabalho em prol de uma causa e sou essencialmente movida a esse combustível. Depois de passar pela AAB Ogilvy & Mather e defender diversas causas de clientes, compartilho o relato da minha jornada profissional, comentando os desafios encontrados nesses últimos anos. Em 1993 recebi um convite para trabalhar na Tetra Pak®, empresa sueca, presente em mais de 170 países em todo o globo. E nesta empresa iniciei minhas atividades como defensora da missão de distribuir alimentos seguros para toda a população do planeta, sem  restrição, sem preconceito, gênero ou sexo. A título de informação, a cultura sueca traz a sustentabilidade no seu DNA: faz parte da essência desta sociedade respeitar as pessoas, os alimentos e proteger o ambiente onde se vive.

No Brasil, no início dos anos 90, as questões ambientais ainda não eram abordadas com relevância. As mídias de massa tratavam do assunto com distanciamento e não focavam nos temas com profundidade. O assunto era mais discutido entre especialistas e líderes de opinião com grande foco na poluição e emissão de gases de efeito estufa. Apenas a partir dos anos 90, com a realização da Eco 92, quando o Brasil foi sede desse importante encontro mundial, teve início um movimento socioambiental positivo.

Em 1993, quando iniciei meus trabalhos, recebi um treinamento intenso de duas semanas na Suécia, em Lund, onde fica a sede da empresa. Lá, em um curso chamado Crash Course, o nome mesmo já diz, fui educada e introduzida nessa nova forma de ver o mundo. Tive a oportunidade de realizar uma visita à florestas certificadas e participar de aulas sobre o desenvolvimento ambiental sustentável.

Um ano depois, em 94, a área ambiental da empresa programou uma viagem de conhecimento de tratamento de resíduos em alguns países da Europa. O objetivo dessa viagem era identificar melhores práticas de tratamento para que pudéssemos auxiliar e de alguma forma influenciar positivamente governos e prefeituras de nossos países. Nunca visitei tanto aterro sanitário em toda a minha vida e nossos passeios turísticos eram atrás de caminhões de coleta seletiva de resíduos residenciais. Seguíamos os caminhões, para entender o processo, a logística até o descarte em centros super modernos de triagem, com pessoal arrumado e uniformizado, com todos os detalhes funcionando, impecavelmente.  

Como resultado, voltei dessa viagem com uma vontade imensa de trabalhar ainda mais por essa causa. Educar, convencer e comunicar a importância de respeitar o local onde vivemos, ou seja, proteger o meio ambiente. E como profissional de comunicação, tinha nas mãos uma grande oportunidade. Entretanto, não possuía conhecimento técnico para fazer a revolução necessária para desenvolver um trabalho específico de melhorias na área. Felizmente, neste mesmo ano, o então presidente da empresa, com uma incrível visão de longo prazo, contratou Fernando Von Zuben, até hoje Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak. Sob sua responsabilidade foi colocada a gestão dos resíduos das fábricas da empresa, dos clientes e do desenvolvimento de tecnologias de reciclagem para as embalagens cartonadas.

Fernando aceitou e cumpriu a missão. Iniciando pelo básico, dentro da indústria, cuidando do resíduo fabril, avançando aos poucos, mas ininterruptamente. Nesses últimos 20 anos foi desenvolvido um trabalho focado em cinco grandes pilares: educação ambiental; desenvolvimento de novas tecnologias e produtos reciclados; atendimento e treinamento de clientes e suas plantas; relacionamento com os municípios; e capacitação de cooperativas de catadores.

Com o tempo e a apresentação de resultados positivos, a área de meio ambiente ganhou importância e corpo. Fernando construiu uma equipe state of the art, com verdadeiras feras, profissionais especializados, pós-graduados e até doutorados em engenharia ambiental. Dentre as tecnologias de reciclagem desenvolvidas está a separação do papel, alumínio e polietileno. As fibras de papel recicladas para se tornarem caixas de papelão. O uso do polietileno e alumínio seguem para a fabricação de placas e telhas. Como um dos indicadores deste sucesso, no ano passado, 71 mil toneladas de embalagens foram recicladas em 34 empresas em todo o Brasil, gerando emprego e renda a uma população carente.

No âmbito de educação ambiental, foram colocados em prática programas itinerantes que juntos, já atingiram mais de 500 mil pessoas em todo o País. Programas como o Reciclo de Cinema, Palco da Reciclagem e Cena Ambiental já promoveram exibição gratuita de peças de teatro e de filmes em 359 cidades de 21 estados e no Distrito Federal. Além das apresentações em praças públicas, auditórios, ginásios e teatros, os eventos ainda são complementados com ações e oficinas sobre reciclagem e de educação ambiental para alunos de escolas municipais locais. Assim, os projetos foram realizados em 1.027 instituições de ensino para cerca de 260 mil crianças. Ao mesmo tempo em que despertam o interesse pelo cinema e pelo teatro, os projetos disseminam a mensagem da importância da preservação do meio ambiente e ajudam a formar cidadãos mais conscientes.

Como estas, existem muitas outras tão importantes quanto, e caso tenha interesse em conhecer, entre em nossa página e terá detalhes de todos os projetos e iniciativas que estão sendo colocadas em prática hoje.

No próximo mês, darei continuidade ao pilar ambiental e abordarei a comunicação da sustentabilidade. O que e como comunicar as atividades de sustentabilidade sem ser green washing. 


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1575

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