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COLUNAS


Gustavo Wrobel


Doutor em Comunicações e bacharel em Jornalismo. No campo acadêmico, participou como jurado de dissertações e prêmios na área de comunicações, ministrou palestras em universidades e em outras importantes instituições em distintos países da América Latina e é professor de Planejamento das Comunicações no Master de Comunicações da UCES. Também é membro de diversas associações profissionais. 

Trabalhou por 20 anos como diretivo da área de Comunicações de distintas empresas como Motorola e La Serenísima, nove deles como diretor de Comunicações e Relações Públicas para a América Latina. Também foi jornalista por 12 anos e Diretor Executivo de uma ONG. Atualmente dirige sua própria consultora regionais de comunicações: WSC | WROBEL SmartComm e assessora a diversas empresas e associações.


Doctor en Comunicaciones y Licenciado en Periodismo. En el campo académico, ha sido frecuentemente jurado de tesis doctorales y de premios del área de comunicación. Asimismo, dio charlas en las universidades y otras instituciones importantes en diversos países de América Latina, y es profesor de Planificación de las Comunicaciones en el Master de Comunicaciones de la UCES. Adicionalmente, es miembro de diversas asociaciones profesionales. 

Trabajó por veinte años como directivo del área de comunicaciones de distintas empresas como Motorola y La Serenísima, nueve de ellos como director de Comunicaciones y Relaciones Públicas para América Latina. También fue periodista por doce años y Director Ejecutivo de una ONG. En la actualidad dirige su propia consultora regional de comunicaciones: WSC | WROBEL SmartComm y asesora a diversas empresas y asociaciones.


WSC | WROBEL SmartComm
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O futuro do livro: um debate sem sentido

              Publicado em 21/07/2015

Neste espaço temos frequentemente discutido o impacto que as novas tecnologias de informação têm nos meios de comunicação a partir do crescimento da Internet, do surgimento dos dispositivos móveis e dos novos hábitos de consumo de informações por parte dos usuários.

No entanto, há um único meio do qual, por suas características e influência, até agora não havíamos nos ocupado: o livro.

O livro tem uma história verdadeiramente excepcional pela influência que tem exercido​ na história da humanidade. Os meios de comunicação têm mudado ao longo do tempo. Em determinadas épocas, foram pedras, tabuletas de argila ou madeira e mais tarde papiros e pergaminhos escritos à mão. O esforço para transmitir a palavra foi totalmente artesanal. Então, Johannes Gutenberg criou a impressão moderna e multiplicou a capacidade de disseminar ideias, histórias e conceitos em todo o mundo, por meio de centenas, milhares ou milhões de exemplares.

As idéias da Revolução Francesa, de Adam Smith, Karl Marx, a Bíblia, o Corão e muitas outras nunca teriam tido um impacto tão grande sem a possibilidade de difusão em massa provocada pelo livro. O mesmo pode ser dito da multiplicação do conhecimento gerada pelos textos profissionais, da explosão de educação durante os últimos séculos, e até mesmo do prazer gerado pela leitura de obras literárias.

E em todas as fases dessa história de milhares de anos havia um fator exlusivo e imprescindível para esta análise: a tecnologia, que determinou o modo de produção (pedra, barro, madeira, papiro, pergaminho, papel, e agora o formato digital) e a sua capacidade de multiplicação (de uma unidade a milhões).

A tecnologia é a inevitável protagonista desta história, e a cada vez que ela se envolve com uma ideia perturbadora, ela consegue gerar impactos inimagináveis na história humana.

Neste momento, estamos também vivendo um período histórico e novamente disruptivo na evolução do livro. O surgimento de dispositivos móveis -- incluindo os modernos leitores de livros eletrônicos, redes sem fio e softwares cada vez mais inteligentes -- está gerando uma revolução progressiva na forma em que os livros são lidos.

Por todos os lados nós vemos artigos que analisam se é melhor livro impresso ou digital, se há uma maior capacidade para entendimento com alguns deles. Eles também se perguntam se o e-book vai substituir totalmente o livro impresso, ou se os dois vão coexistir.

Na minha opinião, é uma discussão estéril. Em cada avanço tecnológico importante, a nova tecnologia superou a anterior e a substituiu até o seu desaparecimento. Que sentido faria continuar copiando livros à mão em papéis artesanais, quando a impressão faria isso massivamente?

Da mesma forma podemos nos perguntar: que sentido teria continuar a cortar árvores e processá-las para a impressão de livros que, de um modo infinitamente mais rápido e mais econômico, podem chegar a todas as pessoas conectadas à internet?

Podem haver batalhas nesse meio durante mais 10 ou 50 anos, mas essa disputa já está ganha pelo livro eletrônico. Ao longo do tempo, e à medida que as novas gerações cresçam e assumam o controle dos meios de produção e consumo, o e-book vai ejetar completamente o livro impresso.

Os nostálgicos vão protestar e lamentar. Eles vão dizer que não há nada como sentir o cheiro de papel novo, mexer as páginas com os dedos e fazer anotações na margem das páginas. Para as novas gerações, não haverá nenhum lugar para a nostalgia: simplesmente as novas tecnologias vão ser adotadas de forma absolutamente natural.

Editoras e grandes cadeias de livrarias irão se opor de todas as formas possíveis: eles vão protestar,vão iniciar ações legais, vão procurar influenciar os legisladores. Quando muito, vão apenas conseguir atrasar as mudanças, mas não detê-las. Seu modelo de negócio irá enfrentar a crise.

Os autores vão ganhar. Especialmente os novos autores. Há sempre o risco de pirataria e cópias, mas os autores poderão finalmente publicar suas obras e ter acesso  a um público de milhões de leitores em todo o mundo. Hoje eles dependem da vontade dos editores, e a grande maioria se vê frustrada ao longo do caminho.

Os leitores também ganharão: os livros eletrônicos são mais baratos porque eles eliminam muitos dos estágios intermediários de produção, tais como a impressão, venda e distribuição. Um autor pode publicar seus livros com uma editora ou por conta própria; pode diagramar seu livro com um profissional ou simplesmente usando um processador de textos; pode distribuir em um blog pessoal ou atingir milhões de pessoas por intermédio da Amazon; pode dá-los ou vendê-los; e em todas essas decisões sempre há opções interessantes para os leitores.

No entanto, há uma questão adicional que essa discussão, tão manchada de interesses ou nostalgia, não tem permitido explorar em profundidade. Eu me refiro às enormes possibilidades criativas que a tecnologia pode oferecer para aqueles que se aventuram a editar livros de uma maneira diferente, aproveitando todas as vantagens do hipertexto.

Considere o seguinte: todos os dias há dispositivos mais inteligentes, softwares e redes de acesso à internet mais rápidos e mais acessíveis. O que significa tudo isso? Que os livros do futuro não terão que seguir o modelo atual, cheio de textos e com algumas imagens.

Em seu formato digital, o livro pode ser interativo; incorporar imagens, vídeos e links para outros textos; pode contar com sons e gráficos dinâmicos. O livro pode ser um documento vivo, que cada um pode desfrutar de sua própria maneira. As possibilidades são inimagináveis e o livro seria consistente com a maneira que as crianças e jovens de hoje consomem informações: por meio das telas eletrônicas. Também seria um ato criativo em uma equipe, na qual um autor definiria as características centrais do livro, mas muitos outros profissionais o enriqueceriam.

Imagine uma história para crianças, com textos intercalado com ilustrações animadas, vídeos e sons. Ou um livro profissional que não só explica, mas também mostra uma situação.

As possibilidades são infinitas e inimagináveis hoje em dia. Quem, então, poderá deter o progresso e a modernização do livro e do ato de ler?


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1442

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