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Marcelo Mendonça


Jornalista pela Escola de Comunicações e Artes da USP, com aperfeiçoamento na Universidade de Michigan (EUA) e MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Marcelo Mendonça é diretor executivo da FSB Comunicação em São Paulo. De novembro de 2007 a dezembro de 2013, foi diretor de Assuntos Corporativos da TAM, responsável por comunicação corporativa e relações institucionais e governamentais. Nesse período, foi conselheiro da Aberje e membro do Comitê Estratégico de Relações Governamentais da AMCHAM - Câmera Americana de Comércio. Marcelo foi também diretor de Comunicação da multinacional de tecnologia EDS no Brasil e vice-presidente da agência MVL Comunicação, onde atuou na gestão da crise do acidente com o voo 1907 da GOL, em 2006. Como jornalista, trabalhou por nove anos na Folha de S.Paulo, onde foi repórter especial, correspondente em Washington e repórter em Brasília, entre outras funções; foi também secretário de Redação do Jornal da Tarde e diretor de Redação do Metro News, além de colaborar com diversas publicações no País.  

A inesperada virtude da redundância

              Publicado em 28/05/2015

Um bom texto não deve ter palavras repetidas na mesma frase ou mesmo na próxima. Use sinônimos. Esta e outras regras que aprendemos na escola para uma boa redação, com o propósito de evitar a redundância, nem sempre se aplicam para uma boa comunicação no dia a dia. Para transmitir instruções, a redundância pode ser um importante aliado.

Isso acontece porque, no processo de assimilar uma nova informação, aprender uma nova tarefa, movimentar-se em um novo espaço, a reiteração de sinais e indicações ajuda a reduzir o desconforto natural que temos diante do desconhecido. Ou seja, oferece àquele que se aventura por um novo território meios de se certificar de que está no caminho certo – reduzindo, assim, sua ansiedade natural e a chance de erro.

Quem descreve esse processo como ninguém é um dos meus autores favoritos, Richard Saul Wurman, o arquiteto que dedicou sua carreira a tornar informações complexas compreensíveis para os não especialistas. Em seu livro Follow the Yellow Brick Road, de 1992, ele detalha os recursos para tornar mais eficiente a tarefa de dar instruções. Em outras palavras, como aperfeiçoar a comunicação.

Um de seus exemplos pode ser bem adaptado à nosso realidade. Sabe o churrasco da firma? Aquele que vai acontecer no sítio que alguém emprestou ou alugou, a meia-hora de carro, às margens de alguma rodovia? A cena vai lhe parecer familiar. Quem organizou manda por e-mail um mapa, com algumas indicações, e não falha: sempre um ou outro se perde e liga pedindo ajuda para encontrar o caminho.

Ah, mas agora temos aplicativos como o Waze, que resolvem esse problema, dirá você. Bem, nem sempre. Fora do ambiente urbano – e mesmo em cidades do entorno das metrópoles –,   o uso do aplicativo pode causar alguma confusão ao motorista.

O que pode salvar o dia são instruções com riqueza de detalhes, para reduzir o desconforto de quem está em novo território. ˜Passando o km 23, saia no primeiro acesso à direita, uma estradinha de terra batida, e rode por 5 km, ao longo dos canaviais, até uma porteira do lado esquerdo. Se você avistar o Bar do Zé, significa que você passou do ponto certo: deixou a porteira uns 500 metros para trás, pode voltar.” Assim, fornecendo “check-points” para que a pessoa vá monitorando o seu progresso ao longo da jornada, o que seria um texto longo e repetitivo funciona, na verdade, como uma prevenção de erros – e permite a correção de outros.

Esse conceito vale para qualquer atividade em que alguém dá e outros recebem instruções, como em um grupo de trabalho em que se distribuem tarefas. É mais uma situação em que, como sempre na vida, é preciso se colocar no lugar daquele que acaba de chegar a uma informação nova, para conduzi-lo à compreensão.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1684

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