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Gerson Penha


Diretor-Geral da JeffreyGroup Brasil, é formado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Na imprensa, foi repórter das revistas Veja e IstoÉ e do jornal O Estado de S. Paulo. Fundou e dirigiu por 12 anos a área de comunicação interativa do Grupo CDN. Desde 2009 na JeffreyGroup, é responsável pela concepção e desenvolvimento de projetos de comunicação digital aplicados a estratégias de comunicação corporativa e relações públicas para algumas das principais empresas e marcas globais no Brasil e na América Latina.

Um furacão histórico: 20 anos de Internet comercial no Brasil

              Publicado em 25/05/2015

Era um Brasil bem diferente aquele de 1995. Basta dizer que o novo presidente era do PSDB e o Botafogo seria o campeão brasileiro. Mas o principal fato do ano, o grande acontecimento, o episódio que mudaria de uma vez e para sempre praticamente todos os aspectos da vida brasileira foi sem dúvida o início da operação comercial da Internet no País. Poucos, na ocasião, tiveram consciência da dimensão irrefreável daquele furacão histórico. Com a Internet, o Brasil – e o mundo – nunca mais seriam os mesmos.

De mais de 5 mil inscritos, 250 foram selecionados pela Embratel para o pontapé inicial da rede naquele 1º de maio, há exatos 20 anos. Apenas cinco anos mais tarde, em 2000, a Internet já alcançava 10 milhões de usuários no País. A proliferação das lan houses a partir de 2003, o surgimento das redes sociais (2004) e, mais tarde, a expansão da banda larga e do acesso móvel dariam o impulso necessário para que a rede ultrapassasse o funil das classes A e B e se expandisse democraticamente para o conjunto da população. Hoje, somos mais de 120 milhões de brasileiros conectados – 64% nas camadas C, D e E.

A emergência das mídias sociais, em meados da década passada, não contribuiu somente para atrair milhões de novos cidadãos conectados. Primeiro com os blogs, depois com o Orkut, em seguida com o Facebook, o Twitter e vários outros serviços e recursos similares, as mídias sociais mudaram as regras e a essência do jogo. Ao possibilitar a qualquer usuário criar e compartilhar conteúdos na rede sem necessidade de conhecimento técnico especializado, ajudaram a Internet a cumprir sua promessa mais generosa: a repartição igualitária do direito à palavra.

No mundo da comunicação, o terremoto que se seguiu continua a sacudir camadas profundas. Das trombetas apocalípticas que ressoam na imprensa às rajadas de reinvenção obrigatória que castigam as organizações, os governos, os partidos, as empresas e as agências de comunicação de todos os perfis, nada é nem será como antes. 

A legislação brasileira do Marco Civil da Internet, aprovada no ano passado, tornou-se referência mundial ao afirmar o princípio da neutralidade da rede e o acesso à Internet como condição essencial para o exercício da cidadania. Iniciativas como o Programa Nacional de Banda Larga – que promete universalizar o acesso e ampliar, até 2018, a velocidade de conexão média no País para 25 Mb/s, oito vezes a atual –, sinalizam novas e profundas transformações. Preparem-se para grandes emoções.


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