Ensine-me como fazer e não o que fazer
Nos últimos tempos, fomos assolados por milhares de palestras, por todos os tipos de gurus a quererem nos ensinar “o que fazer em nossas vidas e profissões”. As ordens são sempre essas: faça assim, faça assado, deste modo, daquele jeito... O querer ensinar aos outros “o quê fazer” tomou conta de todas ocupações transformando-se em um negócio lucrativo. Palestrantes são pagos a peso de ouro para nos ensinar o óbvio. Porém, a necessidade é outra - o que as pessoas precisam mesmo é que lhes ensinem “como fazer” porque sobre “o quê fazer” - já estão cansadas de saber.
Se você, na sua profissão, já dominou expertises, técnicas e tem milhares de horas acumuladas em valiosas experiências, seja generoso consigo mesmo, comece a ensinar os mais jovens o “como fazer” – generoso porque quem ensina aprende duas vezes. Repartindo e não guardando para nós mesmos o que aprendemos ao longo da vida, mais aquinhoados seremos com novos insights e percepções sobre a nossa profissão. Ao ensinar voltamos no tempo, recuperamos informações perdidas, fazemos novas ilações, descobrimos abordagens inovadoras e percebemos detalhes que estavam escondidos. Então, por que não facilitar as novas gerações ensinando-as aquilo que já aprendemos, encurtando-lhes caminhos e devolvendo à sociedade um pouco daquilo que tiramos dela – uma vez que um dia alguém nos ensinou algo.
Em um país como o nosso, onde a escola fica devendo ensinamentos, quem está educando e treinando realmente o nosso povo, em todos os níveis, é o ambiente de trabalho. Todos os setores se esforçam para suprir esta carência de ensino; cursos, seminários e aulas práticas são ministradas a todos os momentos, sejam na indústria, comércio, agricultura, sejam em centros hospitalares e de saúde. É no correr do dia a dia que aprendemos o ofício, um ensinando o outro. “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, as pessoas se educam reciprocamente”, disse Paulo Freire, considerado um dos maiores educadores brasileiros.
A palavra comunicação, o que mais falta em qualquer ambiente laboral quer dizer “tornar comum, repartir, aquilo que sei eu reparto, divulgo”. Profissionais mais habilitados, já sedimentados em suas carreiras, devem se esforçar para incutir na cabeça dos mais novos, primeiro sobre a necessidade do estudo contínuo, incentivando-os ao interesse da pesquisa, do debate e da frequência em cursos, seminários e congressos. E, o mais importante, não perder nunca a oportunidades de ensinar algo ao ver a mínima chance, explicando-lhes sobre procedimentos e “truques” do dia a dia. Eles estão carentes de informações e se você as têm, reparta. Ser mais que um couching - um educador, ser mais que um professor - um mestre.
E não tenha medo de ensinar o pulo do gato, o seu segredo profissional particular, aquele conseguido às duras penas, porque oficio podemos ensinar, mas a arte e a mestria, não. Esta depende de talento, esforço e dedicação do aprendiz.
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