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COLUNAS


Luiz Fernando Brandão


Jornalista e tradutor, é diretor da in futuro, consultoria de comunicação que valoriza a transparência, a prestação de contas e o engajamento genuíno dos públicos estratégicos como vetores de transformação no ambiente dos negócios. Com 40 anos de experiência profissional, especializou-se na gestão da narrativa empresarial no contexto da sustentabilidade. É membro do conselho deliberativo e professor do programa de MBA da Aberje.

A roupa nova do rei

              Publicado em 13/03/2015

Para quem não se lembra do conto de Andersen, e indo direto ao desfecho: somente quando o menino, desconhecedor ainda das maldades do mundo, denunciou o óbvio — o rei, ensandecido, desfilava nu — foi que a multidão caiu em si e a farsa, enfim, pôde ser revelada.

O que vem acontecendo em Pindorama, desde os primeiros capítulos da grande (esperemos que não interminável) novela, lançada no tempo das capitanias hereditárias e mais recentemente turbinada com os episódios do Mensalão e do Petrolão, em muitos aspectos faz lembrar a alegoria do escritor e poeta dinamarquês do século 19.

Ao que parece, o garotinho já deu o grito, a multidão já caiu na gargalhada mas, surpreendentemente, o rei continua a desfilar, impávido, cercado pelos seus acólitos, como se nada tivesse ocorrido.

Pior: um imenso e prodigamente remunerado time de alfaiates — leia-se, criminalistas, marqueteiros, blogueiros e assemelhados – segue, agora com vigor redobrado, empenhado em modelar e costurar novas e ainda mais fantásticas roupas para sua majestade. Todas elas, claro, com o mesmo fio invisível...

O rei, todos podem ver, desfila nu mas não perde a pose. O garotinho, agora escorado em inquéritos policiais e delações premiadas, grita cada vez mais alto. Os que ousam rir e debochar da autoridade máxima e de sua corte (seja, indignar-se e manifestar indignação) são acusados de golpismo e de crime lesa-pátria.

Mas isso não muda nada: assim como é e sempre será impossível ocultar a nudez com fios e tecidos urdidos pela imaginação, tanta mentira, por tanto tempo e para tanta gente, acabará por encontrar seus limites.


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