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Itaú

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Aislan Greca


Trabalha na Petrobras desde 2006, atuou por seis anos na Refinaria Henrique Lage (São José dos Campos - SP) com responsabilidade social e relacionamento comunitário, e hoje é Coordenador Nacional do Programa Petrobras Agenda 21 da Gerência de Relacionamento com Comunidades. Relações Públicas pela UEL, pós-graduado em Marketing e Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté, é professor convidado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no curso de pós-graduação em Gestão Estratégica da Comunicação, onde ministra a disciplina de globalização e responsabilidade social.

 

Relacionamento comunitário, indústrias extrativas e desenvolvimento sustentável. A revelação de potencialidades latentes

              Publicado em 03/03/2015

Um dos grandes desafios das empresas do segmento extrativista é o relacionamento com as comunidades impactadas direta ou indiretamente pelas suas atividades, e uma das formas de minimizar esses impactos é a promoção de planos que promovam o desenvolvimento sustentável.

Mas o que pode significar desenvolvimento sustentável no âmbito de comunidades como as que vivem no entorno desses empreendimentos ?

Muitas vezes, e erroneamente, confundimos desenvolvimento com crescimento, e isso possui uma grande diferença. Etimologicamente falando, apesar de a língua portuguesa dificultar esta concepção, a palavra desenvolvimento, na verdade não significa crescimento, mas o ato de se desdobrar, se revelar. Em outros idiomas, como no espanhol (desarrollo), inglês (development) e italiano (sviluppo), fica mais fácil de entender essa essência. 

O ato de se revelar é o objetivo de ações que promovam o desenvolvimento sustentável nessas comunidades. As empresas extrativistas podem contribuir para o desenvolvimento dessas populações para que, assim, se encontrem frente as suas potencialidades latentes.

Programas e ações de desenvolvimento sustentável devem promover um ambiente favorável nas comunidades para que as pessoas que vivem nestes locais possam desenvolver seus planos, não só pensando em o que fazer no futuro, mas ressignificando o seu passado, pois sem uma análise mais aprofundada de sua história e uma posição mais crítica do seu presente, é praticamente impossível enxergar e planejar um futuro diferente.

O relacionamento comunitário que possui como foco o desenvolvimento sustentável não deve promover projetos e ações PARA as comunidades, mas COM as comunidades, pois ninguém mais sabe como diagnosticar problemas e propor soluções do que aqueles que vivem a realidade ao qual habitam. E cabe a um de nós, integrantes do segundo setor, sermos mais um neste processo, se integrando a essas questões.

O relacionamento comunitário, dentro desta perspectiva entre as empresas extrativistas, deve ser apenas um orientador e mais um parceiro, deixando aos moradores que habitam um determinado território definir as responsabilidades compartilhadas entre as próprias comunidades, poder público e outras instituições, promovendo, assim, o desenvolvimento sustentável comunitário dentro da realidade e do potencial de cada local.

Cabe as empresas vizinhas auxiliar essas comunidades com processos que levem a independência desses moradores, tendo como elemento norteador investimentos em educação para a promoção do desenvolvimento sustentável, por exemplo, pois de nada adianta sonhar e planejar sem estar preparado para enxergar as novas oportunidades e com conhecimento suficiente para que o que se pretende atingir realmente tenha êxito.

No campo da gestão das empresas com foco no relacionamento comunitário, a criação de um método para promoção do desenvolvimento sustentável auxilia na continuidade das operações, otimiza recursos, integra processos e incorpora as boas práticas já identificadas nas várias realidades comunitárias que a empresa trabalha dentro das mais diversas linhas do seu negócio, pois relacionamento comunitário não possui fórmula pronta e a adequação da metodologia para cada realidade no qual a empresa está inserida, mas é primordial, não só para o melhor entendimento das comunidades sobre a proposta da ação, como também para a organização vizinha dessas populações.

O relacionamento comunitário de empresas, com foco na parceria para o desenvolvimento sustentável, aprimora não só a relação dessas com as comunidades no qual a interação as auxilia a vislumbrar novas oportunidades, como também para a perenidade e a manutenção das operações, visando, antes de tudo, um relacionamento aberto, saudável e democrático com os vizinhos.


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