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Itaú

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COLUNAS


Augusto Pinto


Engenheiro de formação, Augusto tem mais de 30 anos atuando no mercado de TI. Iniciou a carreira na IBM, de onde saiu para se tornar um executivo bem sucedido na indústria de software. Foi o 1º presidente da SAP Brasil, onde atuou por sete anos, e também VP América Latina da Siebel Systems. Atua há 13 anos em Comunicação Corporativa, como sócio fundador da RMA Comunicação. Augusto iniciou a RMA com a visão de auxiliar empresas de tecnologia a traduzirem seu valor para o mercado. O sucesso obtido no mercado de TI levou a empresa a outros mercados, como saúde e educação, onde se consolidou com a imagem de líder visionária.

Liderança 3.0

              Publicado em 03/02/2015

O que liderança tem a ver com o tema comunicação? Tudo. A característica essencial de um líder é vender sua visão para os colaboradores e motiva-los a trabalhar para concretiza-la.

O tema liderança, associado aos diversos estilos de comunicação, sofre variações em função do tipo de negócio, do perfil dos colaboradores e do nível de pressão por resultados. Um Presidente da República lidera sutilmente seus ministros (por favor, não me refiro ao Brasil) pela mensagem política, que subentende valores como crescimento, bem comum, compartilhamento de riquezas e melhoria da imagem do governo. Um empreiteiro tem que ser direto e explícito, falando a linguagem dos trabalhadores e se consolidando por praticar a justiça e o respeito com o grupo. Já um gerente de corretores tem que liderar pelo estímulo às vendas.

Hoje é moda denominar tendências como 1.0, 2.0, etc. Até a metade do século XX, hordas de desempregados, fome e crises sociais garantiram o sucesso do estilo 1.0, baseado no autocracia: a empresa paga e o trabalhador obedece. O estilo 1.0 garantia a fidelidade pelo medo.

Após a 2ª Grande Guerra, com o desenvolvimento rápido da tecnologia, o aumento da produtividade e a oferta mais generosa de empregos, surge o estilo 2.0, que é participativo. Surgem conceitos como distribuição de lucro, meritocracia e negociações coletivas com o crescimento da força dos sindicatos. O gerente 2.0 tem que estar aberto a sugestões, compartilha o poder, distribuindo tarefas e a tomada de decisões. Mas, a força das empresas ainda é maior do que a da coletividade de trabalhadores. Os empregados ainda anseiam por empregos estáveis e segurança.

Estamos em 2015 e, definitivamente, o estilo gerencial 2.0 está morto e enterrado. O surgimento das gerações Y e Z mudam totalmente o cenário. A geração Y nasceu num período de avanços tecnológicos e prosperidade econômica, o que leva os pais a atenderem a todos os desejos de seus filhos, inflando sua autoestima. Esse comportamento gerou profissionais “mimados” e comprometidos apenas com seus sonhos e planos pessoais, criando um clima de terror nos departamentos de RH.

A Geração Z, a dos jovens nascidos no terceiro milênio, ou a partir da segunda metade dos anos 90, começa a entrar no mercado agora. Essa galerinha cresceu acostumada ao uso de equipamentos recheados de recursos tecnológicos avançados. É a “geração internet”, das redes sociais, ligada no relacionamento instantâneo e anônimo e apoiado pela a mobilidade das comunicações. É a geração da Era da Informação e como tal questiona tudo, não aceita ordens sem entender o os objetivos e como cada indivíduo se relaciona com eles.

As gerações Y e Z demandam um novo estilo gerencial, o 3.0. O gerente 3.0 “é mais um dentro da galera”. Precisa convencer ao grupo de sua senioridade para obter sua autoridade. A autoridade do gerente 3.0 não é delegada pela empresa, mas sim pelos colaboradores. Qual a diferença entre a comunicação do gerente 2.0 e do 3.0?

O gerente 2.0 era um expert em motivação e estímulo. A galerinha Y e Z “se liga em outra tomada”. Sua motivação não vem do estímulo externo, mas sim daquele que vêm de sua própria mente e, principalmente, de seu coração. O gerente 3.0 procura entender quais são os sonhos e desafios pessoais de cada um e tem que relacioná-los com as metas do negócio.

Conceitos como liberdade, autonomia, inovação disruptiva e espaço para crescimento em várias direções, são os fermentos da motivação. A comunicação 3.0 é mais concisa e baseada em estímulos emocionais. Enquanto o gerente 2.0 explica e estimula, o 3.0 “dá toques”. O reconhecimento do time 3.0 tem que ser contínuo e no ato da realização. No mundo 2.0 se estimulava a competição entre os membros de um time; no 3.0 se estimula a “coopetição”, ou seja a competição colaborativa.

Recentemente vivi uma experiência muito interessante com uma equipe de criação da geração Z. Nossa empresa precisava criar uma nova logomarca. O briefing foi feito simultaneamente para três elementos do time. Cada um desenvolveu seu conceito, mas todos se ajudaram entre si. A apresentação foi simultânea e um dos três conceitos foi escolhido. A logomarca escolhida não estava perfeita e os outros dois elementos do time colaboraram para melhorá-la conjuntamente. Ao final, o trabalho foi apresentado pelo grupo e todos foram reconhecidos igualmente. Em resumo, isso é liderança 3.0, difícil, mas extremamente estimulante.


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