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COLUNAS


Gilda Fleury Meirelles
gildafleury@ibradep.com.br

Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em relações públicas pela FAAP / SP, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero / SP; fez vários cursos de educação empresarial, entre eles pela Universidade Syracuse (USA) e Aberje. É consultora, assessora, instrutora e professora de comunicação empresarial, protocolo, cerimonial, eventos e cultura internacional – hábitos e costumes dos povos.

Autora dos livros “Tudo sobre Eventos”; “Eventos – Seu Negócio, Seu Sucesso”; “Protocolo e Cerimonial - Normas, Ritos e Pompa” (4ª edição); e coautora do livro “O Negócio é o Seguinte – Hábitos e costumes dos povos e sua influência na vida empresarial”. Articulista de jornais e revistas, do site Ibradep e Aberje; painelista e conferencista em eventos nacionais e internacionais.

Atualmente, é presidente da delegação do Brasil no Consejo Superior Europeo e Iberoamericano de Doctores Honoris Causa (Barcelona, Espanha); professora da pós-graduação em Planejamento e Organização de Eventos, da FAAP / SP; de cursos e do MBA em Gestão da Comunicação Empresarial da Aberje; e de cursos do Ibradep – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Comunicação, Capacitação Profissional e Empresarial, do qual é diretora.

A posse da Presidente

              Publicado em 06/01/2015

Para uma Presidente que sempre disse que não gostava de protocolo, a Presidente Dilma saiu ilesa da cerimônia de sua posse.

Falhas? Quem trabalha com eventos sabe das variáveis que acontecem nessas ocasiões, principalmente se o acontecimento envolve multidão de pessoas. Existe uma grande diferença entre trabalhar com público, multidão e massa. Enquanto o público envolve um grupo de pessoas com características iguais, com pensamentos semelhantes, facilitando a realização da interlocução, do debate, baseado nas opiniões e controvérsias, a multidão reúne grande número de pessoas, com características totalmente diversas, heterogêneas, tanto de região geográfica em que habitam, como sócioeconômica e etária. Talvez até partidária. Desse grupo, totalmente diverso em sua essência, pode-se esperar tudo ou nada.

Daí a dificuldade do trabalho da segurança de autoridades, praticamente apedrejada pelos críticos do evento. Repito...falha? Existiram, sim; mas motivadas pela dificuldade de se controlar uma multidão (adeptos e correligionários) dominada (e incentivada, porque não?) pela emoção.

Para se fazer uma análise sobre o cerimonial da posse, é necessário dividir a cerimônia em dois tempos: a solene e a festa popular.

Na primeira fase, a Presidente Dilma estava ciente da importância da solenidade, do significado de cada ato, que foi iniciada duas semanas antes, no TSE – Tribunal Superior Eleitoral, com a cerimônia de diplomação. O vice-Presidente Michel Temer estava dentro do clima, mais formal e protocolar, como é o seu temperamento.

No Congresso Nacional, tudo correu de acordo com o cerimonial, com o juramento protocolar e discursos emocionados e firmes, tanto da Presidente como do Presidente do Senado. Neste caso, não havia Primeira Dama ou Primeiro Cavalheiro (no caso masculino) e tudo correu mais fácil.

Percebia-se visivelmente a preocupação da Presidente Dilma com sua posição, a forma de cumprimento, de desfile, de agradecimento, somada a uma ponta de informalidade.

Essa ponta de informalidade, vamos sentir novamente no momento da transmissão de cargo no parlatório, solenidade inexistente, pois ela própria está transmitindo o cargo para ela mesma. Somente a aparição, acenos. Mais informal, impossível.

Mas, o evento foi perfeito, com a dose de emoção, que falta aos atos protocolares.

A sessão de cumprimentos e a posse de Ministros são solenidades formais e protocolares, que correram perfeitamente bem. A Presidente Dilma, em alguns momentos, de forma efusiva e descontraída, cumprimentou antigos e novos Ministros, dando seu toque pessoal, contido, sem contudo, ferir o protocolo.

A segunda parte – a festa popular – não pode ser analisada protocolarmente. Embora envolva o cerimonial, a segurança, institucionais à função da Presidente da República, mostram somente uma nova fase na relação poder / povo.

Esse evento é sempre lindo, germinando em todos nós aquele sentimento de Pátria, de amor, de querer vencer e ir para frente, que somente os grandes líderes têm capacidade de despertar. Não é o caso da Presidente, não é o momento político e econômico ideal, mas somos brasileiros. Precisamos e temos necessidade de uma figura simbólica do poder e no poder. Desperta em nós a brasilidade, tão baleada neste difícil ano de 2014.

Despertar esse sentimento é dom de poucos, mas nada tem de protocolo, nada tem da Presidente; é a festa das multidões, do poder, do belo.

É a festa de quem chegou lá. E tudo isso tivemos. Agora, a esperança de dias melhores.


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