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COLUNAS


Gilda Fleury Meirelles
gildafleury@ibradep.com.br

Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em relações públicas pela FAAP / SP, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero / SP; fez vários cursos de educação empresarial, entre eles pela Universidade Syracuse (USA) e Aberje. É consultora, assessora, instrutora e professora de comunicação empresarial, protocolo, cerimonial, eventos e cultura internacional – hábitos e costumes dos povos.

Autora dos livros “Tudo sobre Eventos”; “Eventos – Seu Negócio, Seu Sucesso”; “Protocolo e Cerimonial - Normas, Ritos e Pompa” (4ª edição); e coautora do livro “O Negócio é o Seguinte – Hábitos e costumes dos povos e sua influência na vida empresarial”. Articulista de jornais e revistas, do site Ibradep e Aberje; painelista e conferencista em eventos nacionais e internacionais.

Atualmente, é presidente da delegação do Brasil no Consejo Superior Europeo e Iberoamericano de Doctores Honoris Causa (Barcelona, Espanha); professora da pós-graduação em Planejamento e Organização de Eventos, da FAAP / SP; de cursos e do MBA em Gestão da Comunicação Empresarial da Aberje; e de cursos do Ibradep – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Comunicação, Capacitação Profissional e Empresarial, do qual é diretora.

Presente, brinde ou mico?

              Publicado em 21/07/2014

No momento da escolha de brindes para um evento, presente para o palestrante, começa o suplício. Flores? Bom presente, mas será que ela gosta de rosas? Não; é moderna, acredito que os antúrios façam um arranjo mais in. Decido pelo chocolate, pois quem não gosta? Meu Deus!  Esqueci do eterno regime. Não, chocolate, não. Lenços? Não vejo ninguém mais usá-los; estão ultrapassados, afinal para que servem os de papel? E, ainda, existem povos que têm superstição – para o mundo oriental lenço é sinal de choro, velório, morte. Nem pensar.

Como é difícil lidar com presentes e não dar micos. Aquele relógio...  ganhei em um evento; bonito mas nunca funcionou. Fica na prateleira do escritório; quem sabe um dia aparece quem deu... Porta-cartões? Tenho mil; prateados, dourados, de aço escovado, de couro. Quem sabe, um dia terei cartões em tantos idiomas quanto os porta-cartões que coleciono. Calendários? Já estamos em março e ainda chegam. Quisera que o ano tivesse tantas horas, para preencher as atividades em todos eles. Agenda... tomara que chegue uma; as empresas pararam de ofertar no final do ano; afinal, com o preço tão alto, quem se arrisca? Canetas? Adoro, sempre é bom ter uma à mão; descobri um bom brinde, mas é preciso que escreva, não falhe, não borre. E o chaveiro? São vários, atualmente tem até com caveirinha... ai.

Tentando planejar os brindes para os eventos deste semestre, lembrei-me de várias situações, protocolares, oficiais ou não, nas quais os presentes foram decisivos para a conquista de clientes, de pessoas ou a sua perda e o estresse. E os sociais? Que dificuldade! Temos de dar, de retribuir e sempre erramos.

Histórias não faltam. E os de amigo-secreto? Várias pessoas tentam passar aquele presente encalhado que ganharam da tia-avó e a situação fica hilária. Um amigo solteiro recebeu no último Natal uma máscara de porcelana venezuelana, pintada a mão. Quando tentava esboçar um sorriso forçado, ouviu: “Gostou? É antiga, vi que adorou. No próximo Natal dou o par; fica lindo, colocada na parede, lado a lado”. O agraciado mora em um flat alugado; e, pior, não pode furar a parede.

E roupas? Nunca servem. Diz o protocolo que não se dá peças íntimas. Nem quando se tem intimidade? Luto contra a balança desde que me conheço por gente. Detesto ganhar tamanho GG, mas também tamanho P... é gozação. Pois é, ganhei neste Natal. Fui trocar. Vendedores odeiam trocas e já nos olham com cara de desprezo. “Posso ajudá-la?” Humildemente (quem troca por número maior, tem de pedir humildemente, mesmo), expliquei que desejava trocar o tamanho da blusa. Ouvi um bravo: “Esta blusa não é daqui.” Tentei argumentar “e a sacola?” Ouvi um seco “somente a sacola”.

Mamãe ganhou, há uns Natais atrás, um leitãozinho de um amigo de papai. “Para você fazer no dia 24, irei cear com vocês”, falou sorrindo. A ceia estava encomendada, a empregada tinha folga e mamãe não gostava de cozinhar. Ainda mais no Natal!

O pior é que quem dá tem tanta boa vontade, é tão agradável, quer acertar. Aí começa a coleção de sapinhos de cerâmica, imãs de geladeira, chaveirinhos...

Escrevendo de novo chaveirinho, lembrei-me de minha saudosa vovó Sinhá. Era ótima, alegre, todos a adoravam. Que falta nos faz! Mas, para presentes, meu Deus! Acredito que tinha conta corrente em uma loja de produtos chineses perto de sua casa, pois os presentes eram sempre de lá. Aos 16 anos, querendo parecer adulta e sofisticada, como dos filmes da época, tentei começar a fumar. Horror para os dias de hoje, mas na ocasião era chiquérrimo. Vovó Sinhá me deu um isqueiro chinês, transparente; dentro do fluído, uma mocinha se movia, dançando. Brega. Sorri, beijei muito seu rostinho – tão querida – mas esqueci o desejo de fumar na hora.

Uma prima ganhou de Natal do marido – que nunca dava presente – uma bolsa de marca, maravilhoooooosa. Amou, adorou, mostrou a todos. Qual não foi o seu susto, quando dias depois, vendo-a com a famosa, ele disse “você trocou a bolsa? Escolhi com carinho a marfim para você”. A bolsa era preta. Curiosa e desconfiada – com certas coisas não se mexe, entenderam? – foi à loja. A vendedora lembrou-se bem do senhor galante que comprou duas bolsas para a esposa, uma preta e uma na cor marfim. “Que sorte a senhora tem; quer ver as novidades?”, disse uma sorridente vendedora.

Concluímos que nossa responsabilidade ao escolher um mimo, um presente ou um brinde, seja social ou empresarial, é grande.

Mas quem recebe também tem sua responsabilidade. Responsabilidade de aceitar o presente como uma oferta, sempre com boa intenção.

Afinal até o dicionário define como presente “tudo aquilo que se oferece, de forma gratuita, a alguém com a intenção de fazer este mais feliz, em sinal de atenção, confiança, amor e amizade”.

Lembre-se que, grande ou pequeno, rico ou pobre, bonito ou feio, o presente é dado de coração. É alguém ou uma empresa que se lembrou de você. Agradeça.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1829

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