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COLUNAS


Paul Edman
paul.edman@petrobras.com.br

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (2006), Pós-Graduado em Marketing, com ênfase em Gestão de Negócios pela ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing (1997). Graduado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Taubaté (1992). Possui o curso International Corporate Communications pela Aberje e Universidade de Syracuse - Nova York (2007) e PDE - Programa de Desenvolvimento de Executivos pela Fundação Dom Cabral (2006). Atualmente é Gerente de Planejamento, Gestão e Relacionamento com Clientes da Petrobras – Serviços Compartilhados/ Regional São Paulo-Sul. Foi Gerente de Comunicação Empresarial da Petrobras - Serviços Compartilhados / Regional São Paulo-Sul entre 2011 e 2015. Foi Gerente de Comunicação da Petrobras / Revap – Refinaria Henrique Lage entre 2002 e 2010. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação Empresarial e Marketing e em gestão do relacionamento com o cliente. É Diretor do Capítulo Aberje na Cidade de São Paulo. Foi membro da Petrobras no Comitê de Relacionamento Comunitário da ARPEL - Associação Regional de Empresas de Petróleo e Gás Natural na América Latina e Caribe entre 2006 e 2010.

Comunicação e inclusão - As armadilhas da percepção na interminável construção da sociedade

              Publicado em 12/03/2014
Os conceitos de sociedade/comunidade parecem muito bem definidos nas diversas linhas de pensamento. Todas as definições, dentro de seus mais variados pontos de vista, acrescentam elementos importantes para as suas compreensões e tem na rede de relacionamentos entre os indivíduos seu ponto comum. A sociedade e a comunidade, como tais, possuem caráter interdependente, e, portanto, podemos sugerir que a inclusão dos seus integrantes é uma das premissas que também confirmam suas definições. Se a sociedade/comunidade não for inclusiva, talvez não possa ser considerada uma sociedade/comunidade, ao menos em termos teóricos. Há pensadores marxistas que afirmam que a sociedade, de fato, não existe, pois se trata apenas do efeito da ideologia dominante. O capitalismo talvez enxergue a sociedade apenas pelo viés da produção/consumo e a partir dele exista a auto geração dos demais elementos que a sustenta.   
 
Partamos do princípio que a sociedade exista e possua como princípio absoluto o fato de ser uma obra eternamente inacabada. Cultura, educação, economia, trabalho, política e religião são alguns dos elementos que recheiam de sentido a vida disponível para se viver em sociedade/comunidade. Quando nos deparamos com o tema “inclusão social”, reafirmam-se as imperfeições a que a dinâmica social esta sujeita.  O tema “inclusão social” pressupõe desequilíbrio de forças e se pudéssemos priorizar os atributos fundamentais na formação do indivíduo, quem sabe o bom senso nos indicasse a educação e a cultura nos primeiros lugares da lista. Formar primeiro cidadãos para somente depois formar consumidores dá boas indicações de uma trajetória segura para o indivíduo e consequentemente para a própria sociedade/comunidade. 
 
Se o desequilíbrio é uma constante, ao menos existem alguns mecanismos para reduzir sua amplitude e variabilidade. Na prática a Inclusão social pode ser materializada de inúmeras formas. Ela pode se dar por meio de ações voluntárias, e mesmo empresariais ou governamentais, e para as mais diversas finalidades. A Comunicação Social, por sua vez, tem papel essencial na construção do sentido, de acrescentar elemento à percepção daquilo que pode ser instituído como correto e virtuoso, segundo o conjunto de valores estabelecidos. A prática da inclusão social é altamente relevante e nobre, e temos experimentado excepcionais resultados. Apesar de hoje a inclusão social ter se transformado, em alguns aspectos, num negócio lucrativo e virmos emergir uma indústria de projetos sociais “caça-níqueis”.
 
A prática de inclusão social que temos vivenciado tem se dado meramente pelo acesso ao consumo, valendo-se do incremento do crédito e da renda, contudo, despreza a educação e a cultura como elementos de equilíbrio. Isso tem nos tornado cada vez menos capazes de consolidar, por exemplo, a tecnologia, orientada em favor de uma sociedade mais justa. A violência física advinda do “ter”, em detrimento do “ser”. Da ostentação mediocrizante, que além de chegar cada vez mais perto de cada um de nós, inverte valores e transforma, por exemplo, bandidos em heróis, mentiras em verdades e assim sucessivamente. Tudo por uma boa audiência, por mais uma venda. A violência intelectual é aquela que aparentemente tem a missão de impedir o acesso ao conhecimento e a cultura de qualidade, que potencialmente nos faria cidadãos melhor preparados para enfrentar a idiotização midiática e seus subprodutos e serviços cada vez mais avançados, porém inúteis nas mãos de uma sociedade mal formada. 
 

Talvez sejamos todos culpados pelos efeitos da desintegração social e por criar mercados de “dificuldades” que fomentam fornecedores de “facilidades” dirigidos pelos larápios de plantão.  Parece que a Comunicação Social não tem conseguido educar nossa percepção em medida adequada, e não porque a função não lhe pertença, mas porque, no fundo, talvez tenhamos desaprendido sobre como proceder segundo os valores que nos define como humanos.  


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2788

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