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COLUNAS


Luiz Fernando Brandão


Jornalista e tradutor, é diretor da in futuro, consultoria de comunicação que valoriza a transparência, a prestação de contas e o engajamento genuíno dos públicos estratégicos como vetores de transformação no ambiente dos negócios. Com 40 anos de experiência profissional, especializou-se na gestão da narrativa empresarial no contexto da sustentabilidade. É membro do conselho deliberativo e professor do programa de MBA da Aberje.

Ventos fortes

              Publicado em 11/10/2013
Nunca foi dos mais tranquilos o ofício do comunicador empresarial. A atividade que hoje fascina e atrai jovens desejosos de uma carreira desafiadora e compensadora já envolvia noites mal dormidas e doses regulares de adrenalina, mesmo quando se resumia a administrar as relações com a imprensa, editar publicações para clientes e empregados, redigir um ou outro discurso e organizar belos eventos. 
 
Há não tanto tempo assim, qualidade, prazo e custo para prover sobretudo conteúdos e meios de comunicar eram os grandes desafios da prática: as coisas tinham de sair no prazo, dentro do orçado e sem erros. Sobretudo sem erros. “A pressa passa e a merda fica” foi a máxima que aprendi e que desde então tratei de seguir à risca, me poupando de muitos dissabores.
 
A pressa permanece, qualidade e orçamento continuam fundamentais, mas os fins afinal ganharam precedência sobre os meios. O comunicador, alçado por seus próprios méritos e pelas circunstâncias ao papel de estrategista, convive com estresses mais sofisticados, à medida que a atividade cresceu em complexidade e o mundo, em incerteza. 
 
A internet e as tecnologias acabaram de vez com os públicos “cativos” e sepultaram as visões simplistas acerca do controle da informação e da gestão da reputação. Todos os públicos conversam e formam opinião entre si, as empresas e organizações estão sob o escrutínio de todos e todos, mal ou bem, falam delas. Sinceridade ao falar e sabedoria ao ouvir tornaram-se a essência do jogo e a transparência, a alma do negócio.
 
As tensões internas, comuns em sistemas hierarquizados, tendem a agravar-se em função de disputas de poder, metas sempre mais ambiciosas, prazos sempre menores e recursos quase sempre mais escassos para concretizá-las. Operar no ambiente corporativo passou a requerer, além de talento e criatividade, redobrados tato e diplomacia.
 
Por fim, traduzir esse imbróglio em boa e eficaz comunicação dentro e fora de casa, angariar a confiança da administração, energizar colaboradores, clientes, fornecedores e investidores, vencer o ceticismo e engajar as demais partes interessadas e valorizar a marca em um palco onde todas querem seu lugar sob os refletores não é, em definitivo, uma tarefa fácil. 
 
Na condição de veterano do front, tenho observado com admiração as companheiras e companheiros de ofício, alguns deles ex-colaboradores e agora clientes, e aprendido bastante, sobretudo com as mulheres – que agora são as donas do pedaço –, sobre o valor da resiliência no admirável mundo novo da comunicação corporativa. 
 
Nossa atividade caiu no gosto das administrações e é crescentemente valorizada. Apesar de todos os percalços, o Brasil, como os demais Brics, é percebido como um país de oportunidades, criando um cenário que, bem aproveitado, poderá ajudar a reduzir as desigualdades que a tantos afligem e a todos envergonham. 
 

É a hora e a vez do comunicador empresarial brasileiro. Melhor estarmos bem preparados, pois os tempos à frente serão de ventos fortes. 


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2696

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