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Itaú

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COLUNAS


Augusto Pinto


Engenheiro de formação, Augusto tem mais de 30 anos atuando no mercado de TI. Iniciou a carreira na IBM, de onde saiu para se tornar um executivo bem sucedido na indústria de software. Foi o 1º presidente da SAP Brasil, onde atuou por sete anos, e também VP América Latina da Siebel Systems. Atua há 13 anos em Comunicação Corporativa, como sócio fundador da RMA Comunicação. Augusto iniciou a RMA com a visão de auxiliar empresas de tecnologia a traduzirem seu valor para o mercado. O sucesso obtido no mercado de TI levou a empresa a outros mercados, como saúde e educação, onde se consolidou com a imagem de líder visionária.

Os Media Lounges

              Publicado em 28/05/2014

Em artigos anteriores me referi ao fenômeno da sociedade do déficit de atenção, que está deixando a mídia tradicional com os cabelos em pé. A garotada simplesmente não assiste Jornal Nacional, não lê Exame, nem Valor Econômico e simplesmente abomina publicidade corporativa. Publicidade, só se for algo cool e se estiver bombando nas redes sociais, mesmo assim nunca com perfil de público comprador, mas apenas como curtição.

Em 2012 o Google, em parceira com as empresa de análise de mercado Ipsos e Sterling Brands, publicou um estudo denominado O novo mundo multi-screen. Entendendo o comportamento de um público que é multi-plataforma. Esse estudo explica que o novo público consome mídia por vários canais on-line, dentre os quais um dos principais é o smartphone. Os smartphones (com 17 min por sessão) ainda perdem para os tablets (30 min), para os PCs (39 min) e para a TV (43 min). Porém, mesmo com menos tempo para consumo de mídia, os smarthphones são mais utilizados como ponto de partida dos consumidores, quando em busca de um determinado conteúdo. Esse estudo aponta que 9 entre 10 consumidores usam múltiplas telas, sequencialmente, para buscar um produto ou serviço. Diz ainda que 98% dos consumidores se movem entre diferentes dispositivos (smartphones e tablets), enquanto assistem TV!? Qual o significado disso para sua marca? Simples e complexo ao mesmo tempo: você tem que atrair diretamente atenção do público para a marca de sua empresa, por vários canais de contato!

Diante desse cenário, surge uma nova hype, os Media Lounges. Media Lounges são as revistas eletrônicas multi-plataforma. Como o próprio nome sugere, são ambientes confortáveis, com conteúdos multimídia e totalmente alinhados com os interesses do público. Como numa sala lounge de aeroporto, tudo está ao alcance da mão, com conveniência e qualidade.

Podemos dizer que o Huffington Post, da Ariana Huffington (no Brasil, com sua versão do Brasil Post) foi um precursor dos Media Lounges, ou e-magazines. Um dos primeiros executivos da comunicação corporativa a detectar a tendência de surgimento de e-magazines no mundo corporativo foi Michael Brito, ex-VP da Edelman e fundador da The Next Media. Brito tem um livro em pré-lançamento (sem título em português) sobre o assunto, denominado Your Brand, the Next Media Company. Vale conferir.

As e-magazines, na linha do Huffington Post, já se tornaram populares fora do Brasil. O Huff Post já está até ficando “velhinho”, se comparado com os magazines mais trendy, como a BuzzFeed, a Business Insider, a Up Worthy ou a Medium, esta última, na minha opinião, a mais cool de todas (sou viciado).

No Brasil surgem coisas legais, com muita curadoria de conteúdo de terceiros e colaboradores pontuais. Dentre vários eu destacaria o Jornal do Empreendedor, uma publicação independente que surpreende pela agilidade e conteúdo antenado, Update or Die, ou ainda o Emprender Saúde, uma iniciativa de conteúdo bem interessante para mercado de saúde.

No mundo corporativo já existem e-magazines espetaculares, como a da VW (Magazine Das Auto) ou a da Red Bull. Na verdade, todas as marcas esportivas (Adidas, Nike, Oakley, etc.), já têm seus e-magazines, onde publicam conteúdo próprio e muito conteúdo enviado por seu público, que colabora e se fideliza simultaneamente. Essa onda chega timidamente ao B2B e ainda se restringe às grandes empresas. Mas a pergunta de 1 milhão de dólares é: como ficarão as médias e pequenas empresas com o advento das media companies, que parece ser uma tendência definitiva pelo mundo afora?

Em minha opinião, na medida em a mídia prioritária para o público deixa de ser a mídia generalista e “empurrada” em prol da mídia sob a medida, alinhada com seus interesses e produzida diretamente pelas empresas (os e-magazines corporativos), também as agências de comunicação corporativa deverão acompanhar esse movimento. No futuro, as agências de comunicação corporativa deverão se transformar em editorias de conteúdo de seus clientes e utilizar poderosos softwares para gerir e alinhar continuamente o que é publicado com os interesses do público. Existem muitos softwares para esse fim, mas um dos mais populares é o Hubspot.

Para uma gestão eficaz dos e-magazines, Michael Brito nos faz algumas recomendações. As editorias de conteúdo (próprio, de colaboradores e curadoria), deverão estar atentas a alguns aspectos relevantes:

  • Produção massiva de conteúdo. As companhias deverão distribuir conteúdo todo o tempo, para estarem cada vez mais bem indexadas nas buscas orgânicas.
  • Relevância. Deverão prover continuamente as informações buscadas pelo público, seja um white paper, um vídeo, reviews de produto, reprints de imprensa, cobertura de eventos, etc.
  • Recência. As Media Companies devem estar todo o tempo conectadas com o público e mercado, acompanhando tendências nas buscas e no comportamento desse público. No limite, esse acompanhamento deve ser feito em real time.
  • Multi-plataforma e onipresença. Os conteúdos devem ser postados onde quer que o público busque informações, seja no site da empresa, no Twitter, Facebook, etc. Conteúdos devem ser retuitados, compartilhados, curtidos e comentados.
  • Agilidade. Media Companies se movem rapidamente. Elas devem ter experts nos seus temas de interesse, sempre prontos a comentar e interpretar novas tendências, com times preparados para produzir conteúdo com design interessante e multimídia.

No século XXI muitas coisas ainda vão mudar, mas uma já mudou: o comportamento do público na busca de conteúdos de seu interesse. Portanto, se você busca prover uma boa experiência de uso e relevância para sua marca, “sebo nas canelas”, porque o concorrente seguramente está esperto para esta nova tendência.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 3661

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