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COLUNAS


Luiz Fernando Brandão


Jornalista e tradutor, é diretor da in futuro, consultoria de comunicação que valoriza a transparência, a prestação de contas e o engajamento genuíno dos públicos estratégicos como vetores de transformação no ambiente dos negócios. Com 40 anos de experiência profissional, especializou-se na gestão da narrativa empresarial no contexto da sustentabilidade. É membro do conselho deliberativo e professor do programa de MBA da Aberje.

Arautos do entendimento

              Publicado em 22/05/2014

Quem não frequenta o mundo dos negócios ignora, mas cresce em atividade pelos mais remotos rincões do Brasil uma classe muito especial e cada vez mais valorizada de profissionais. Seu papel é altamente estratégico para as organizações, empenhadas que estão em angariar da sociedade o endosso maior para suas atividades – a chamada licença social para  atuar.

Oriundos das mais diversas disciplinas, esses profissionais têm sob sua responsabilidade resgatar, manter e estreitar os laços de relacionamento entre as organizações que representam e as comunidades no entorno das operações.  

Uma missão complexa e em muitos casos espinhosa, tendo em vista que nosso país, apesar dos avanços alcançados, continua marcado pela desigualdade de renda e de oportunidades, por fraca governança pública e por lideranças de legitimidade questionável, sobretudo em regiões ermas, historicamente carentes de investimentos em educação e infraestrutura básica.

Nesse quadro, que começa a mudar, mas dificilmente apresentará avanços substanciais no curto prazo, é natural que qualquer novo empreendimento e mesmo a permanência dos já existentes sejam cercados de anseios pela redução da miséria, aumento de oportunidades e melhoria nas condições de vida locais. Uma missão que nenhuma empresa consegue cumprir sozinha, mas com frequência é cobrada como se pudesse.  

A complicar ainda mais o cenário, soma‐se a atuação do que o inglês John Elkington, especialista em sustentabilidade e autor, entre outras obras, de Canibais com garfo e faca, certa feita classificou de “ONGs‐tubarões” – aquelas a quem mais interessam o conflito e o impasse do que o entendimento e as soluções compartilhadas. 

Hoje, a legitimidade da atividade empresarial é atestada, sobretudo, por certificações de boas práticas de governança e de responsabilidade socioambiental que abrangem cadeias produtivas inteiras. Essas certificações tornaram‐se essenciais para atuar em mercados mais exigentes quanto à origem do produto e em indústrias como a florestal, da matéria‐prima com que foi fabricado.

Nas etapas preparatórias para a conquista desses certificados, também conhecidos como “selos verdes”, saber ouvir o que as comunidades têm a dizer, entender suas expectativas e ajudar a articular parcerias envolvendo múltiplos atores, públicos e privados, em busca de respostas econômica, social  e ambientalmente sustentáveis para o desenvolvimento local é fator‐chave de sucesso para as organizações. 

Para dar conta desse recado e tornar‐se legitimamente aceitas e apoiadas em seus planos de negócios, empresas veem‐se saudavelmente forçadas a rever suas práticas e a repensar suas escolhas. Ao final das contas, ganham os clientes e consumidores, os fornecedores, as próprias empresas, o planeta e a sociedade. 

Convivi e troquei ideias com um seleto time desses arautos do entendimento em um programa cooperativo promovido há alguns anos pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – o Ipef, em São Paulo. A eles, e a seu trabalho pela causa do diálogo e da boa comunicação, dedico essa coluna.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2274

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