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Carolina Avellar


Jornalista e Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pós-graduada em Gestão Estratégica de Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela ECA/USP e especialista em Comunicação Corporativa, Publicitária e Política pela Universidad Complutense de Madrid/Espanha. Com mais de 12 anos de experiência na área de Comunicação, já atuou como cliente, assessora de imprensa e repórter. É mestranda em Comunicação pela ECA/USP e desde 2011 coordena a área de imprensa e gestão de crises da Bunge Brasil. 

Se você é ou pretende ser líder em comunicação corporativa, precisa ler isso

              Publicado em 14/05/2014

Dia desses, jogando conversa fora com amigos - todos da área de comunicação -, chegamos a uma conclusão bem simples: nos faltam líderes. A ausência de lideranças genuínas em diversos setores da vida social, econômica e política já não é novidade. Há muito observamos que está cada vez mais improvável figuras públicas ou não públicas, se tornarem exemplos e serem admirados por aliados ou inimigos, como muitos foram no passado. Na comunicação corporativa não é diferente. Encontramos alguns destaques que se especializam nisso ou naquilo. Mas líderes, líderes mesmo, daqueles que nos mobilizam e nos encantam, conheci poucos.

Bom, então vale aquela máxima: o ótimo é inimigo do bom. Não precisamos de profissionais supersônicos. Nem queremos. Melhor seria poder se deixar guiar por pessoas de carne e osso, mas que tenham algo que efetivamente desperte o nosso melhor, que saibam exatamente a hora de incentivar e também o momento de se afastar, mas principalmente, que nos deixem tão motivados a ponto de falarmos sobre o nosso trabalho com brilho nos olhos. E qual será a razão para que seja tão difícil encontrar isso nas empresas hoje em dia?

Logo depois dessa conversa, coincidentemente, recebi uma dessas newsletters que chegam na caixa de e-mails sem sabermos de onde nem por quê... Bingo! Lá havia um link despretensioso para um texto com algumas respostas; e boas! Quais habilidades líderes de comunicação nas empresas vão precisar ter nos próximos anos? Ken Jacobs, dono de uma empresa de consultoria que leva seu nome, listou sete e acertou na mosca! Pensamento rápido, flexibilidade, ousadia, adaptabilidade, global mindset (expressão bem peculiar e difícil traduzir para o português), visão e busca por crescimento pessoal.

O título que Jacobs deu ao texto já é, no mínimo, instigante: 7 habilidades que líderes de RP precisam para ter sucesso nos próximos anos: você tem algumas delas? Ele realizou uma pesquisa informal, conversando com 10 líderes de agências e de comunicação corporativa e detectou que esses eram os principais atributos citados por eles. Tão simples quanto inteligente. Daquelas coisas que a gente imagina, sem um pingo de inveja: por que não pensei nisso antes? Aí me lembrei de outro atributo que eu, sem nenhuma pretensão, hein, Sr. Jacobs, incluiria nessa lista. Somente para deixá-la com um número par.

Brincadeiras à parte, ouvi uma vez de uma executiva de recursos humanos, dessas muito feras e especiais, que uma das mais importantes habilidades dos profissionais deste século maluco que vivemos é a capacidade de fazer conexões. Ela talvez não saiba o quanto a admiro e o quanto essa constatação foi e é importante na condução das minhas tarefas. Difícil eu passar um dia sem me lembrar dessa fala em algum momento. Parece óbvio, mas profissionais que conseguem integrar ideias, resgatar referências e aproveitar oportunidades por saberem fazer as conexões certas, são raríssimos. E foi ela quem disse isso, não eu.

Então, já que estamos falando de Relações Públicas, profissão em que o verbo conectar é conjugado em quase todas as situações, acho justo e necessário contribuir com o Sr. Jacobs. Para mim, o mundo é feito de histórias. Desde criança, uma das primeiras coisas que aprendemos a fazer é contar histórias. De uns tempos pra cá, essa prática vem ganhando espaço na comunicação corporativa. Por um motivo muito simples: contar histórias nada mais é do que fazer conexões entre o presente e o passado, gerar significado para o que se vive agora. Se você precisa desenvolver um programa especial de comunicação, ou criar uma campanha institucional, ou ainda pensar em uma estratégia para uma divulgação na imprensa, você vai precisar fazer conexões, buscar o histórico, apurar informações e dados, envolver pessoas, reunir melhores práticas. Portanto, é quase impossível uma liderança nesta área, assim como em muitas outras áreas de atuação profissional, não desenvolver a habilidade de fazer conexões. O mundo pede hoje e vai continuar pedindo nos próximos anos.

Assim, para encerrar, quero deixar registrado que vou "pagar a minha língua". Essa é uma expressão muito usada na minha cidade, Beagá, quando alguém faz algo que disse que jamais faria. Quando comecei a escrever aqui, disse para mim mesma e para amigos mais próximos que eu não iria produzir capítulos, textos em série, do tipo: Dicas sobre gastronomia I; e depois no mês seguinte: Dicas sobre gastronomia II, III e por aí vai... Do alto da minha chatice, sempre achei isso meio chato. Mas devo confessar que alguns assuntos merecem. Não se esgotam tão fácil e são tão cheios de nuances, que é preciso segmentar, para não correr o risco de serem abordados de forma superficial.

É o que pretendo fazer com a lista de habilidades do Sr. Jacobs. Nos próximos textos desta coluna, vou buscar destrinchar cada uma das sete que ele abordou. Quem sabe assim, eu consiga direcionar parte da frustração do meu grupo de amigos por termos tido pouquíssimos exemplos de líderes em comunicação corporativa na nossa ainda curta carreira. E quem sabe assim, um ou outro líder em potencial se sinta motivado a construir novos líderes. Se você chegou até aqui e conhece algum RP que tenha sido um grande líder para você, compartilhe. Estamos precisando. E, confie, já vai ter valido à pena! 


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2256

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