O valor de uma boa história (parte 2)
No último artigo nos referimos, genericamente, ao Storytelling e ao valor de contar uma boa história. Esta é uma técnica de comunicação que tenta chamar a atenção do público a partir de uma história emocionante ou comovente e, por sua vez, gerar empatia e associar os atributos da história ao da sua marca.
No mundo do marketing e publicidade há muitas formas de contar histórias. O mais comum são os comerciais de TV, uma oportunidade ideal que captura, em poucos segundos, uma combinação de imagens e sons, e que permite estender a experiência para outros formatos, tais como o rádio, mídias impressas ou a internet. A maior parte do Storytelling se desenrola na publicidade.
Mais quais as oportunidades teremos em outras áreas da comunicação e como podemos fazer isso direito? No mundo das relações públicas, toda ocasião na qual falamos algo através de uma história é uma boa oportunidade, especialmente se a história for divertida, ilustrativa, fácil de lembrar e que crie laços emocionais com o público.
As circunstâncias onde se podem aplica-las são múltiplas. Por exemplo, se falarmos de comunicação interna, podemos imaginar uma circunstância em que um gerente conta uma história aos seus funcionários, de modo a inspira-los e entusiasma-los sobre o rumo da empresa. O mesmo gerente também pode contar uma história em uma entrevista ou em uma reunião de vendas, onde ele tenta explicar os benefícios de sua solução. Um porta-voz pode tentar chamar a atenção e gerar empatia de um jornalista e seu público através de uma história. Em um case generalizado entre jornalistas e clientes também têm uma pequena história: por exemplo, como um cliente resolveu seu problema através de uma solução da empresa e seguiu em frente. Podemos também contar a história de pessoas que mudaram suas vidas através de ações de Responsabilidade Social da empresa. E assim podíamos pensar em tantas opções como são possíveis.
A verdade é que nos conectamos melhor com aqueles que contam histórias, porque se cria uma conexão emocional que nos deixa atentos às mensagens e, assim, a comunicação flui, a mensagem é compreendida e resulta em credibilidade. Durante séculos os sacerdotes de diferentes religiões atraem e convencem seus fiéis por meio de histórias.
Uma boa história repete determinados elementos por milhares de anos. É algo sempre surpreendente e atrativo para o público. Tem um protagonista que vive uma situação particular, caracterizada por um problema que deve ser resolvido. Para isso deve enfrentar e superar diversos desafios. E finalmente chega ao fim. Dali se extrai conclusões e juízos de valor que expressam valores para o público que se identifica. Todos estes elementos são comuns às técnicas narrativas.
Como dissemos, a história pode ser contatada por uma pessoa. Porém, hoje existem múltiplos formatos. Podemos contá-la através de um comunicado de imprensa ou por um vídeo. A internet nos oferece plataformas para criarmos histórias interativas que estimulam as crianças, entre outras tantas possibilidades. E assim poderíamos continuar explorando plataformas diversas para contar as histórias.
O importante é que existem práticas que podem tornar mais eficazes as nossas histórias:
As histórias devem ser humanas. E, se possível, ter pessoas como protagonistas. Isso gera uma identificação mais rápida e melhor com o público.
Se possível, conte uma história pessoal. Atrairá mais a atenção.
Se a história não for sobre você, use um personagem com quem o público se identifique e cujos problemas possam ser comuns a todos.
Comece de modo surpreendente. Você contará com pouco tempo para atrair a atenção do público e não pode desperdiça-la.
Mostre um conflito relevante e enfatize as dificuldades do protagonista. Quanto mais difícil as dificuldades, mais valor terá a personagem quando superá-las. Adicione detalhes que expliquem o contexto no qual a história se desenvolve.
Toda história tem um clímax, o momento de máxima tensão onde tudo está definido. Este é o momento chave para começar o encerramento.
Finalize de modo conclusivo. E compartilhe o que foi ensinado.
Se for contar essa história em público, pratique-a! Até a melhor história perde o interesse diante de um repórter entediado. E quando conta-la, mantenha o ritmo, a intensidade e tom de voz. Use o silêncio. Se necessário, utilize suas mãos e corpo. Crie uma atmosfera. Olhe para seu público e não apenas para uma pessoa, mas para várias. Estabeleça o contato com sua audiência também através dos olhos.
Reforce os sentidos. Utilize elementos visuais, auditivos, táteis e olfativos. Seu público também irá senti-los.
Recorde-se que devemos ligar a mente e o coração do nosso público. As emoções importam. Todos disfrutamos de histórias que nos emocionam.
Use provas; elas lhe darão força e credibilidade ao conto.
Com estes elementos você poderá compartilhar uma boa história com seu público. E só deverá se preocupar com uma coisa: sua história não deve ser maior e mais poderosa que a mensagem que você queira transmitir. Mas se amarrar bem as cordas, você pode excitar o seu público a partir de uma boa história, gerando empatia para a mensagem que você quer transmitir.
Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje
e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1931
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