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COLUNAS


Luiz Fernando Brandão


Jornalista e tradutor, é diretor da in futuro, consultoria de comunicação que valoriza a transparência, a prestação de contas e o engajamento genuíno dos públicos estratégicos como vetores de transformação no ambiente dos negócios. Com 40 anos de experiência profissional, especializou-se na gestão da narrativa empresarial no contexto da sustentabilidade. É membro do conselho deliberativo e professor do programa de MBA da Aberje.

E daí?

              Publicado em 11/04/2014
Existe um aspecto que muitas empresas menosprezam ao tentar emplacar conteúdos nas redes sociais: a pertinência ou relevância do assunto, ou do ângulo sob o qual o assunto está sendo explorado, para quem lê (o tal do “receptor”). Esse “descuido” compromete na origem a força da mensagem e pode frustrar por completo o esforço de comunicação.
 
Aprendi que o quê, quem, quando, onde, como e por quê são as perguntas clássicas (os “elementos da notícia”) que o texto jornalístico tem de responder. Mas, nas redes sociais, resta uma pergunta crucial: "E daí?”. Pois se a informação não tiver alguma conexão com meu mundo, com meu interesse pessoal ou profissional, simplesmente eu a ignoro. E quanta informação e conteúdo são jogados ao vento. Quanta coisa se escreve para ninguém ler. Quanto tiro na água!
 
Para ter mais noção do conteúdo ou abordagem que podem interessar ao leitor e assim aumentar a probabilidade de acertar o alvo e gerar as desejadas interações, um bom começo é conhecer o que, afinal, leva as pessoas a compartilharem pela Internet. 
 
O New York Times Surveys se interessou pelo assunto e no final de 2011 divulgou o estudo “The Psychology of Sharing”. O estudo revela as cinco principais motivações que nos levam a dividir alguma coisa com os outros on-line: mostrar algo importante ou divertido (94%); divulgar uma causa ou uma marca (84%); expandir e nutrir relacionamentos (78%); sentir mais conexão e envolvimento com o mundo (69%) e afirmar crenças e valores pessoais (68%).
 
Será que as empresas não têm alguma coisa a aprender com isso? Muitas vezes elas investem trabalho e recursos para melhorar sua comunicação usando as redes e acabam alcançando apenas os colaboradores mais próximos (uma versão light para o famoso “pregar para convertidos”). Se já é difícil para qualquer um estabelecer relações duradouras e construtivas com “estranhos”, nas redes, imagine para marcas que, pela natureza da atividade, têm pouca ou nenhuma interação com o consumidor.
 
Isso sem falar no tom e no formato dos conteúdos que muitas organizações postam on-line. Elas dão razão ao que ouvi certa vez um gaiato dizer sobre a falta de noção das empresas no Facebook: é como se elas comparecessem a um churrasco de piscina trajadas de terno e gravata… Discurso chapa branca e redes sociais, definitivamente, não combinam. 
 
Um caminho para contornar esse impasse talvez seja dedicar mais tempo e energia fazendo o que os conhecedores consideram a maior utilidade das redes sociais: ouvir. No excelente The chaos scenario, o autor, Bob Garfield, não se cansa de repetir isso. 
 
Se você quer falar com “desconhecidos”, procure antes conhecê-los um pouco. Veja sobre o que eles gostam de conversar. Proponha um assunto que seja familiar, que transmita a sua mensagem, e torça para que eles se interessem. Lembrando sempre que os temas sobre os quais as pessoas querem se manifestar e ser ouvidas são provavelmente aqueles que atrairão mais seu interesse e atenção.
 

Lembre-se de que tudo que você publicar on-line irá competir com imagens de gatinhos brincando ou apelações do gênero. Para se destacar e marcar seu espaço, melhor entrar na conversa com assuntos que cativem de fato o alvo da sua comunicação. Você aumenta suas chances de vitória nessa batalha naval virtual.  


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1503

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