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COLUNAS


Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

O DNA das Relações Públicas na Ogilvy, no livro "Não Conformistas, Dissidentes e Rebeldes - 80 anos da Standard Ogilvy no Brasil"

              Publicado em 09/04/2014
 
Quando Luiz Augusto Cama me contou sobre esse projeto que brilhantemente desenvolveu, fiquei envaidecida de poder colaborar com minha memória. E quando recebi o livro, a emoção foi muito grande. A começar pelo título que maravilhosamente retrata os 80 anos da agência que transformou minha vida pessoal e profissional, graças a um convite do Rolim Valença e do Flávio Corrêa para permanecer na AAB quando foi adquirida pela Standard O&M. O livro não é para poucos. É para muitos. Narra uma história que todos deveriam conhecer. Não só pelo trabalho que deixou nos canais da propaganda, mas porque, sem dúvidas, contou em seus quadros com nomes mais do que notáveis da publicidade e da comunicação institucional brasileira. Eu convivi com alguns deles de perto e com outros de longe, de ler, ouvir contar, respeitar e admirar. 
 
Cícero Leuenroth era reconhecido como um dos grandes relações-públicas do País. Trinta anos após fundar a Standard, Cícero criou no Rio de Janeiro, a pioneira SIRP – Serviço Internacional de Relações Públicas. O livro deixa claro que o “mago dos relacionamentos” plantou a primeira semente e atuou na construção de relacionamentos públicos e sociais também para seus clientes. Abriu portas por diversas vezes e influenciou atitudes e comportamentos. Os melhores exemplos são sua filha, Dorinha e sua neta Ana Pierina, a terceira geração, que trabalharam na antiga AAB Assessoria Administrativa, depois Ogilvy & Mather. Ana Pierina trabalhou comigo no Rio de Janeiro e trazia um perfil de conciliadora e integradora, próprio de um relações-públicas. O mais curioso, é que paralelamente, David Ogilvy reconhecia a importância da comunicação corporativa e por consequência das Relações Públicas. Basta ler o capítulo “Anunciando as corporações”, do livro “A Publicidade segundo Ogilvy” (Ogilvy on Advertising), que contou com a cuidadosa tradução de Luiz Augusto Cama, que agora nos brinda com este livro. Voltando ao mesmo livro de D.O., como era carinhosamente conhecido, no capítulo “Como dirigir uma agência de publicidade”, ele traça as linhas principais de como se comunicar internamente com seu corpo funcional, o que fazer e não fazer e prega, entre suas cinco sugestões, uma atitude 100% associada às Relações Públicas. Recomenda não usar produtos dos concorrentes de seus clientes. Conta suas experiências exitosas ao usar as roupas de seu cliente Sears Roebuck (foi eleito o homem mais bem vestido da América), ao viajar com traveller checks do American Express, beber uma xícara do café Maxwell House, utilizar o sabonete Dove e etc. Aqui no Brasil, todos eram mobilizados para proceder da mesma forma com o combustível Shell que foi cliente da Ogilvy por quase 50 anos e outros produtos e serviços anunciados pela agência.
 
Página após página, o livro mostra como a agência se desenvolveu, cresceu e por diversas vezes foi a maior em faturamento e a melhor em descoberta de talentos. Demonstra a preocupação em desenvolver seu pessoal, seja por cursos no exterior ou por bem sucedidos programas, como o ULA – Universidad de Latinoamerica destinada a treinar os jovens talentos das regionais em São Paulo. A frase se repete entre os “ex” quadros: “A Ogilvy foi minha escola”.  
 
No final da década de 80, o mercado reconhecia o valor da Comunicação Integrada. A Ogilvy, em movimento criado por Ken Roman, o CEO da O&M no mundo, adquiriu empresas de relações públicas, marketing direto e promoções para se juntar ao seu programa SBU – Special Business Unit, mais tarde aperfeiçoado para o programa Orchestration. Quando AAB Assessoria Administrativa do Brasil – da qual eu era sócia em Porto Alegre e em Brasília - foi adquirida pela Stardard Ogilvy & Mather, conheci e trabalhei com os herdeiros de Cícero Leuenroth e de D.O. nas Relações Públicas. Muitos tinham a clareza de reconhecer que embora em uma agência de publicidade, faziam também Relações Públicas à frente de suas empresas e para seus clientes. Poucos acreditavam no resultado das campanhas corporativas, como diz D.O. no capítulo que cito acima. Consideravam “um desperdício frívolo a destinação da verba para institucionais”. Verba esta que poderia estar anunciando produtos e por consequência dava mais lucro aos clientes. 
 

E para mim, o livro conta também o meu encontro presencial ou não com estas sumidades das Relações Públicas – a maioria o era sem saber: Cicero Leuenroth, David Ogilvy, Flávio Corrêa, Ronald Assumpção, Ernani Behs, Carlos Schneider, Luiz Kroeff, Ken Roman, Agostinho Gaspar, José Carlos Fonseca Ferreira e José Rolim Valença, ambos fundadores da AAB. E meus colegas do “board O&M”: Clarisse Herzog, Iná Alves, Marcia Pudelko, Olga Monroy, Clovis Calia, Dalton Pastore, Luiz Augusto Cama, Marçal Barcellos e Pio Borges. Mais tarde encontrei o amigo Sergio Amado. Todos tinham e tem em seu DNA as Relações Públicas. Uns com maior intensidade; outros com menor. Para quem se interessa em saber mais, vale a pena ler o livro. 


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