Ensinar e aprender - alguns prazeres da alma
Para alguns o trabalho é um momento de encerramento. Aquelas horas nas quais você deixa de interagir por gosto, por vontade. Momentos em que você deixa de “experienciar” a vida para trocar horas por dinheiro. Para outros tantos, como eu, o trabalho é parte integrante da vida. Momentos em que somos desafiados, aprendemos, entregamos e recebemos, trocamos experiências e conhecimentos.
Em todas as atividades, ensinar e aprender é algo que me desperta tremendo interesse, e há alguns dias tive mais uma prova de que esse diálogo, esse caminho do desenvolvimento próprio e coletivo, é um prazer sentido na alma.
Em anos de aulas e treinamentos, sempre encontrei alunos e profissionais altamente interessados, mentes brilhantes com quem pude aprender enquanto ensinava algo, mas jamais tinha passado por um momento como o que se deu dias atrás.
Debatia com os alunos alguns assuntos ligados ao pensamento organizacional. Falávamos das abstrações simbólicas que possibilitaram a atuação coletiva dos indivíduos, a alienação dos bens de produção, o controle do tempo e o consumo de imagens em uma sociedade altamente caracterizada pelo alargamento da pulsão escópica e como isso afeta o mercado e as relações entre públicos estratégicos de qualquer empresa. Ou seja, um assunto nada leve para uma sexta-feira à noite.
Já passava das 21 horas quando um blackout atingiu a USP Butantã. De repente, a sala repleta de rostos iluminados e de mãos erguidas em perguntas muito interessantes tornou-se um breu. A chuva que já caía fina na janela pode ter colaborado para a queda da energia elétrica, mas o que se deu em seguida revigorou, fortaleceu minha paixão pelo desafio de fazer parte da vida de tantas pessoas.
Ao invés de levantarmos, de desistirmos, de encerrarmos o assunto e fugir da clausura da sala de aula, enquanto a USP se esvaziava, na sala 20 do Departamento de Relações Públicas, Publicidade e Turismo da Escola de Comunicações e Artes, as luzes dos celulares se acenderam. Todos ficaram, todos continuaram. Um a um, prestando atenção ao debate, anotando, perguntando.
Por cerca de 1 hora, envoltos pelas luzes leves dos celulares, continuamos a estudar as organizações, a sociedade. Por cerca de 1 hora, tive a prova cabal de que posso me orgulhar por ter sido escolhido para fazer parte de momentos tão especiais.
Quando digo que ensinar é, antes de tudo, aprender, só estou tentando deixar mais evidente o que se passou naquela noite. Enquanto eu falava, recebia em troca uma lição de inspiração, dedicação e interesse. E é por pessoas assim que vale seguir aplicando aulas, palestras, treinamentos. Por pessoas incríveis que qualquer cansaço ao final de uma semana trabalhada segundo a segundo faz valer todo o esforço.
Este não é um artigo, mas uma carta de agradecimento a todos que fazem parte do meu desenvolvimento. Desde os meus eternos mestres, até meus mais novos alunos-professores. Um agradecimento genuíno pela experiência incrível de fazer parte de momentos como esse que narrei. A todos, e eu realmente sou grato a todos, quero dizer “muito obrigado”.
Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje
e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1406
O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996
Sobre a Aberje |
Cursos |
Eventos |
Comitês |
Prêmio |
Associe-se |
Diretoria |
Fale conosco
Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090