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Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

O desafio de inovar

              Publicado em 26/05/2015

Ainda é muito comum encontrar equipes que buscam mais criatividade para inovar no modo como executam as tarefas cotidianas, os processos ou mesmo para gerir melhor seus colegas de trabalho. Por outro lado, nem sempre a expectativa sobre a inovação vem acompanhada da consciência de que inovação sempre está ligada a romper com alguns padrões e tabus.

Não adianta contratar um profissional dinâmico e amarrá-lo ao cotidiano burocrático. Costumamos dizer que alguém é inovador, mas a verdade é que as pessoas que revolucionam a sociedade, o mercado, a academia são aqueles que se mantém inovadores.

Este é um exercício constante de interromper a rotina e se tornar um estranho, uma pessoa inquieta, que tenta olhar para o mundo não como ele foi, mas como ele é e como ele pode ser a partir de sua interferência.

Inovar tem seus riscos. O discurso midiático de culto à inovação acaba deixando de lado o esforço necessário para ser um empreendedor. Mudar o mundo custa caro, em dinheiro, em tempo, em esforço e dedicação.

O documentário “Torre de Marfim (Ivory Tower)”, por exemplo, mostra a crise que abate o sistema de ensino superior nos Estados Unidos e traz alguns exemplos de alunos que decidiram abandonar a faculdade para se dedicar a start-ups e grupos de aprendizados orgânicos no Vale do Silício.

Exaltamos os empreendedores do Vale do Silício mas nossos incentivos à inovação ainda parecem incipientes e parcos.

Para dar um exemplo prático, tomo a liberdade de citar o caso de uma jovem brasileira que decidiu trabalhar duro para reduzir o déficit habitacional no mundo. Seu projeto? Criar impressoras gigantes capazes de imprimir casas inteiras de uma vez, ampliando a escala produtiva e reduzindo o tempo de construção individual.

Se esta história já te parece suficientemente audaciosa, vale citar que Anielle Guedes precisou ir além do óbvio. Optou por abandonar a Faculdade de Física e ingressar na Faculdade de Economia, ambas na USP. Mas para se dedicar a este empreendimento, trancou o curso e foi se dedicar a Sigularity University (NASA). Não que aqui haja um demérito da Universidade ou da graduação, mas as receitas da inovação não se escrevem a caneta.

A questão mais relevante aqui é que o empreendedor precisa conhecer as regras, os processos, mas não pode se restringir ao modo tradicional de conhecimento e execução. Ele precisa se fortalecer com os riscos e desafios, não os temer.

Imagine quantas vezes Anielle precisou explicar para amigos e familiares o que abandonar uma das melhores Universidades da América Latina significava. É fácil admirar sua coragem, mas difícil seguir seus passos. Por qual motivo? Porque temos medo. Queremos o conforto das regras, queremos a segurança do diploma, do salário mensal.

O empreendedor quer ir além. Esta abaixo é a Anielle apresentando seu projeto na ONU. Sim, ONU.

Anielle ONU.jpg

 

Mas muitos poderiam diminuir o fato da coragem de empreender desta moça ter recebido este grau de reconhecimento. “Ah, acharam bonitinho então ela foi lá apresentar um projeto escolar”. Bom, não é bem por aí. Entre reuniões com potenciais investidores (Venture Capital), ao final do mês ela embarca para a Turquia, a convide novamente da ONU para falar com ministros e chefes de estado sobre o potencial do projeto.

E o que aprendemos com seu exemplo? Que não se empreende seguindo os mesmos passos que outros já deram. É preciso aceitar o risco de desbravar novos caminhos.

Para uma empresa ter sucesso no árduo caminho da inovação, precisa se dedicar em prover condições favoráveis aos seus times e fomentar momentos diferentes da rotina diária para expandir a visão de seus colaboradores.

Não à toa chamamos, infelizmente, nossas mesas de baias. Lá fazemos aquilo que fomos treinados a fazer.

A boa notícia é que dá para inspirar e ajudar as equipes a desenvolverem habilidades empreendedoras, mas a empresa precisa querer, de fato.

Pedir inovação mas agir de modo burocrático, além de uma grande contradição, é aplicar energia e esforço em sentidos opostos.

Fomente a inovação, mas se prepare para encarar os seus resultados imprevisíveis.

A mensagem, em resumo é, inove. Não temos muito espaço em nossas vidas para receber mais do mesmo. 


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