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COLUNAS


Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

Para que serve meu celular?

              Publicado em 09/11/2012

Sou do tempo em que celular custava o olho da cara. Um único aparelho chegava ao absurdo de valer R$2.000. Não tinha sinal direito. Para falar com as pessoas era preciso ligar várias vezes. O valor da conta mensal tirava o pouco que te sobrou do salário, mas carregar um aparelho desses na cintura era sinal de status (ao lado da pochete). 


O que mudou de lá para cá? Bom, o celular continua atingindo a casa dos R$2.000. O sinal? O sinal parece o mesmo estilo do milênio passado em alguns momentos. Cada chamada é um exercício aeróbico intenso. O celular na cintura já caiu de moda (junto com a pochete, felizmente).
 
Mas por qual motivo antes as pessoas pesavam muito a compra de um celular e hoje trocam de aparelho constantemente?
Por mais que haja uma grande variedade de fatores que influenciam nesta avaliação, me deterei em uma que me é muito cara. A permeabilidade do telemóvel.
 
Nos idos anos 90, o celular servia para telefonar. Para poder falar, de qualquer lugar, com alguém que estaria em um lugar fixo, no trabalho ou em casa. Hoje, o cenário mudou consideravelmente tanto por conta da quantidade de usuários da telefonia móvel e também pela polivalência dos aparelhos. Já é muito natural, ao telefonarmos para alguém, perguntar “onde você está?”. Eu já não preciso mais estar preso a uma linha fixa e o outro também não. 
 
A chamada telefônica deixou de ser apenas um canal para ser um espaço, um campo de diálogo constante. A evolução das funcionalidades dos tais gadgets ajudou os seus usuários a recortarem os espaços e os tempos para transformar o seu filtro de mundo. Os amigos estão perto, bastando uma chamada telefônica. O jantar especial já começa no caminho, olhando as fotos do lugar, os serviços, o menu. O usuário|cliente começa a experienciar seu universo antes mesmo do contato completo e “imersivo”. Ele começa a sentir com a informação, com a comunicação, com o diálogo.
 
Hoje o celular transformou as ruas em um grande jogo de pontos (Foursquare). Os momentos se tornaram eternizáveis e glamourizados (Instagram). As conversar rápidas foram convertidas em drops de informação (Twitter). A vida se tornou um grande mural (Facebook). 
 
É claro! Isso é um exagero, em vários sentidos. A vida de ninguém se tornou literalmente um grande mural. Mas o importante é perceber que a telefonia móvel, combinada com o caráter modular dos smartphones com seus aplicativos, possibilitaram uma forma diferente de interagir com o mundo, com as pessoas e, em última (ou primeira) instância, de interagir consigo próprio.
A tecnologia não determina a nossa forma de agir, como muito se falou sobre McLuhan de forma incorreta e mal lida. Por outro lado, ela nos dá condições diferenciadas de agir, interagir, retroagir e todas as variantes do termo.

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