Ando pensando nos desafios que temos, tanto como nação, como quanto indivíduos. Se pararmos para pensar, são tantos, em diferentes esferas e graus de complexidade, que não dá nem mesmo para enumerá-los.
Entrando mais no segmento no qual trabalho, o agronegócio, os desafios são enormes. Há uma demanda latente e crescente por alimentos, não apenas em quantidade, mas também de qualidade. No entanto, não temos tantas terras agricultáveis no mundo, sofremos com as mudanças climáticas, a população cresce exponencialmente a cada dia (seremos 9 bi em 2050), ou seja, há mais "bocas" para alimentar, mas ao mesmo tempo, ainda há muitas pessoas famintas no planeta etc etc.
No campo, o agricultor tem que lidar com tantas variáveis, e ainda deve extrair o máximo potencial produtivo da sua terra, mas nós, consumidores, também devemos nos questionar sobre o nosso papel neste contexto. Devemos refletir sobre o que podemos fazer para aproveitar melhor os alimentos, evitando o desperdício e que muita comida vá parar no lixo. Já pararam para pensar? Eu parei para refletir novamente sobre esta questão, quando conheci duas pessoas que viveram uma guerra. Nada é desperdiçado na casa destas pessoas. Tudo se aproveita, porque há um olhar diferente para o alimento, entre outras coisas, é claro! Um olhar de quem sabe o que é não ter ou o de ter muito pouco. Um olhar de quem entende o trabalho do homem do campo e valoriza isto.
O alimento que está na prateleira do supermercado ou na feira de rua à nossa disposição, carrega uma história; uma história de gente que acorda cedo,vai para o campo, trabalha muito, faça sol ou chuva, frio ou calor, enfrenta todos os tipos de desafios, todos os dias, para que nós tenhamos o nosso "arroz e feijão" de cada dia. Até que a comida chegue à nossa mesa, há um longo caminho que já foi percorrido antes e, na grande maioria das vezes, não nos damos conta disto.
Por isso, como comunicadora e parte importante desta cadeia, resolvi escrever sobre o tema. Não vou resolver o problema do mundo e sei que existem muitas outras pessoas falando sobre o assunto, mas posso e devo provocar, sempre que possível, uma reflexão a respeito do nosso papel neste contexto. O que mais podemos fazer? Como podemos promover, com informação, uma mudança ou mesmo uma reflexão? Com este artigo, dou a minha humilde contribuição.
Objetivos nobres requerem um olhar diferente!