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COLUNAS


Paulo Nassar
diretoria@aberje.com.br

Diretor-Presidente da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e pós-doutor pela Libera Università di Lingue e Comunicazione, Milão, Itália. Integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (PPGCOM-ECA/USP). É Coordenador do Grupo de Estudos de Novas Narrativas (GENN ECA-USP). Autor de inúmeras obras no campo da Comunicação.

Comunicação Internacional: a construção da narrativa

              Publicado em 26/04/2012

*Discurso proferido na abertura do Seminário de Comunicação internacional Aberje-Global Alliance, em 26 de abril de 2012. O evento foi realizado pela Aberje, que recebeu a delegação da Global Alliance for Public Relations and Communication Management ineditamente para sua reunião anual.O board da confederação, que é a mais importante confederação de comunicação e relações públicas do mundo, reune-se na Aberje para uma série de discussões e deliberações sobre a área.

 

 Queridos convidados

 
É uma honra recebê-los e, mais que isso, reuni-los neste evento. É uma honra colocá-los juntos: os grandes comunicadores do mundo e os grandes comunicadores do Brasil – uma comunidade de excelência, à frente do desenvolvimento da comunicação, da sociedade, da democracia, dos relacionamentos e dos ambientes empresariais.
 


Uma rede de 160.000 comunicadores é representada pelas associações da Global Alliance, trazida ao Brasil a convite da Aberje.

 
 
Nos últimos 45 anos, a Aberje tem sido o Think Tank da Comunicação Empresarial Brasileira, transformando-se numa Escola da Comunicação em empresas e instituições, que se ajusta no conceito de paradigma tal qual desenvolvido por Thomas Kuhn: no ambiente da Aberje foram compartilhadas e desenvolvidas por comunicadores e gestores uma constelação de crenças, valores e tecnologias comunicacionais e relacionais. Assim, a Aberje criou o campo, dignificou a profissão, desenvolveu conceitos e estimulou a produção desenvolvendo ideias que levaram o comunicador do papel operacional ao estratégico, por meio da ética e da estética, que enriqueceram e evoluíram as técnicas. Ainda sob a ditadura militar, Nilo Luchetti, o fundador da Aberje, reuniu – em menor proporção do que fazemos hoje – os comunicadores que criavam e desenvolviam as atividades de comunicação das empresas e, com base na Educação, na Gestão do Conhecimento, no Relacionamento, no Reconhecimento, na Economia Criativa e na Inteligência Comunicacional (nossos campos de trabalho), fomos pouco a pouco desenvolvendo os papéis dos comunicadores que reuníamos naquele momento e dos muitos mais dos quais nos aproximamos e com os quais nos articulamos nas décadas seguintes.
 
Foi nesse sentido multiplicador - baseado em inteligência, gestão efetiva e em uma visão sistêmica do mundo -, que mudamos a trajetória dos comunicadores e o cenário da comunicação das empresas s instituições no Brasil. A partir dos nossos campos de trabalho, levamos o comunicador a superar o papel técnico, para incorporar o papel de gestor e intelectual qualificado, em atuação direta na tomada de decisão e na gestão da informação e da transformação empresarial; levamos a comunicação empresarial de uma atividade afirmativa a uma atividade legitimadora, que articula pontos de vista na construção conjunta de narrativas que envolvam e dêem significado ao trabalho e às relações do mundo. 
 
Reconhecemos as melhores ações do mercado, com o nosso Prêmio Aberje, a mais esperada e concorrida premiação da comunicação empresarial brasileira. 
Servimos de fonte aos comunicadores que precisavam de embasamento educacional e referências na gestão do conhecimento. Criamos, mantivemos e continuamos a articular uma rede com as mais importantes empresas e seus executivos de comunicação e negócios dos mais altos níveis, para que as trocas entre eles e o desenvolvimento em um panorama criativo ganhem impulso com a inteligência comunicacional.
 
O Brasil não é, hoje, um país exótico. Temos segurança jurídica, estabilidade política, civil e econômica, democracia, avanços da qualificação e especialização da mão-de-obra, um meio ambiente rico e grande potencial energético. E, além disso, temos comunicação excelente, do tipo exportação. Feita por empresas que atuam diretamente nas mudanças vivenciadas pelo País nas últimas duas décadas e que hoje falam para o mundo.
 
Conversando com o mundo, já em 1968, a Aberje realizou a primeira pesquisa científica do campo da comunicação de empresas e instituições, pesquisa que foi publicada na edição 29 da revista de administração e economia da Fundação Getúlio Vargas e que foi estudada e documentada pelo Professor Weiss, da Universidade de Sorbonne, um ano depois. Apenas sete anos após a nossa fundação, antes do grande movimento de internacionalização das empresas brasileiras, trouxemos Gary D. Ortmann, então Gerente Internacional da Caterpillar, ao Brasil. No início da década de 1990, realizamos o 1° Encontro Internacional de Comunicação Empresarial. Em 1992, alinhados à sustentabilidade, realizamos um dos eventos preparatórios para a ECO 92, o Green Press, encontro sobre Imprensa, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Ainda naquele começo de década, inspirados pela diversidade e riqueza cultural, criamos o 1º Encontro de Comunicação Empresarial de Países de Língua Portuguesa e iniciamos nossa parceria com a Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE), de Portugal. No final da década de 1990, realizamos o I Congresso Internacional de Comunicação, História e Memória, que explorava as interfaces entre as áreas.
 
Em 2005, iniciamos nossas atividades ao lado da GRI e nos tornamos, em 2007, a primeira organização do mundo a iniciar o processo de certificação junto à entidade para realização de cursos na área. Em 2006, em parceria com a Syracuse University, iniciamos o Curso Internacional em Comunicação Empresarial, que formou algumas centenas dos grandes diretores de comunicação do país. Em 2008, iniciamos uma intensa série de Programas Internacionais de Relações Governamentais. 
 
E, desde 2009, temos participado constantemente dos principais congressos e conferências internacionais, estreitando as relações e alargando os canais de intercâmbio entre a comunicação do Brasil e dos diversos continentes. Como consequência, em 2009, ampliamos o nosso Prêmio com uma versão internacional, premiando os melhores trabalhos acadêmicos realizados sobre o cenário brasileiro. 
 
Em 2010, com o intuito de levar a comunicação empresarial brasileira para as grandes redes globais, criamos o Brazilian Corporate Communications Day, que já teve duas edições realizadas em Nova Iorque, uma em Londres e mais seis agendadas para este ano, na Alemanha, na Argentina, no Chile, na Inglaterra, na Itália e em Portugal. Em 2011, passamos a integrar o board da Global Alliance for Public Relations and Communication Management, representando a América Latina. 
 
Desde nossa fundação, foram centenas de eventos internacionais realizados. A cada ação, levamos à comunidade global a realidade e as práticas das empresas que lideram a corrida de mudanças que têm colocado o Brasil em um novo nível: o da sexta economia global. 
 
Levamos os líderes que inspiram mudanças em um novo cenário no qual as corporações precisam lidar com as diversas culturas e demandas, com flexibilidade (cenário ao qual os comunicadores brasileiros já estão habituados). E, a cada ação, reforçamos a nossa visão de ser o centro de referência na produção e disseminação de conhecimento e práticas de Comunicação e Relacionamento, inspirando as organizações em suas estratégias de gestão e a nossa missão, enquanto a Associação Brasileira Global.
 
Hoje, temos parcerias com as principais associações, redes, entidades e com a academia de todo o mundo. Produzimos e colaboramos na criação de conteúdo referência para um mundo integrado a partir da comunicação repleta de significado, capaz de resgatar o diálogo e ressignificar as trocas simbólicas entre os diversos povos e culturas. E, como se aprende no Brasil, vencendo os preconceitos e as barreiras culturais a partir da miscigenação e da criação de sentido compartilhado no mundo complexo e fragmentado. A partir da nossa história, combatemos as visões que alimentam a xenofobia, o terrorismo, a discriminação de raça, gênero, comportamento sexual e nível sócio-econômico. Para nós não existe estrangeiros e somos radicais na visão inclusiva.
 
Com esse breve panorama e cercado pelos principais comunicadores do mundo, convido todos os participantes a refletirem:
 
Como serão as narrativas empresariais do amanhã? 

Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1513

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