Reavivando os encantamentos
Ao iniciar um dia, seja de sol, seja de chuva, é difícil parar alguns minutos e lembrar das causas que nos movem. Os muitos compromissos acabam nos ajudando a seguir o mesmo fluxo, a permanecer na inércia. Acordamos e tomamos o banho de sempre. Preparamos geralmente o mesmo café da manhã, isso quando nos damos este tempo. Partimos para o trabalho como fazemos todos os dias. O caminho é o mesmo. A hora é a mesma. Mudam as cores dos carros, mas o trânsito também é o mesmo. O dia passa entre reuniões e e-mails que pouco diferem uns dos outros. A semana se esvai entre esquecimentos e urgências.
Tudo corre. Todas as coisas pedem mais atenção.
O tempo, superlativo, passa intensamente e ainda assim deixa poucas marcas ao final do dia, além do cansaço físico e mental. Meses são riscados no calendário sem que a rotina tenha se tornado algo diferente.
Isso acontece no trabalho, com os amigos, em casa. Em todos os lugares. Mas só se deixarmos as condições ditarem o nosso ritmo e as nossas prioridades.
Para exemplificar como tudo pode ter um tom diferente, decidi recorrer a um exemplo chinês. Em Pequim os correios passaram a oferecer um serviço de correspondência que entrega a carta não em um dia, mas em 7 anos. Isso mesmo. Depois de sete anos que a carta foi postada, chega ao destinatário. Isso como forma de tentar reduzir a taxa de divórcio entre os casais da cidade.
Imagine poder registrar as juras trocadas entre o casal. Promessas de cuidados e de crescimento. Depoimentos e lembranças do encantamento e das primeiras lições para receber um dia, no repente.
As nossas histórias são repletas de detalhes. De gestos e pedidos. De lágrimas e risos vividos no instante. E entre todas as nossas demandas, entre reuniões e metas, quando revemos as promessas próprias?
Imagine, ao final de um período, encontrar em sua mesa de trabalho uma carta escrita por você mesmo(a), datada do dia em que assinou sua contratação, e nela poder ler as suas promessas de cuidado, os seus desejos de aprendizado, a sua jura de dedicação.
Deixamos poucas pistas espalhadas pelo nosso caminho para nos lembrarmos da passagem.
Entre as raízes das árvores e a grama da grandiosa floresta, os irmãos Grimm deixaram migalhas de pão para que seus personagens pudessem lembrar do caminho para casa. Algumas migalhas comidas, outras levadas pelo vento. Mas como seria, entre a escuridão e a dúvida, poder encontrar a migalha feita por você para te fazer lembrar do que é importante?
Entre comunicação, gestão, meta, processo, horários, urgências, pedidos e prazos, entre tudo isso, temos pessoas. Temos amigos, colegas. Temos chefes de família, filhos, irmãos. Temos valores que evoluem e que precisam, vez por outra, do lembrete. Precisam da centelha que nos faça reviver o cheiro do Natal nos dias de infância, o sabor da goiaba branca marcada pela terra vermelha do interior dos campos, o orgulho do primeiro emprego e o deslumbre do primeiro salário.
Este texto, hoje, foi escrito para lhe fazer procurar entre seus envelopes e fotos o brilho e o sorriso dos primeiros dias de descobrimento, e para que as festas de final de ano tenham, além do valor religioso para alguns, e de justo descanso para outros, sejam momento de reavivar os valores que fazem com que o trabalho diário signifique mais que um salário no final do mês, mas o crescimento cotidiano e a construção de uma história permeada de conquistas.
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