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COLUNAS


Paul Edman
paul.edman@petrobras.com.br

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (2006), Pós-Graduado em Marketing, com ênfase em Gestão de Negócios pela ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing (1997). Graduado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Taubaté (1992). Possui o curso International Corporate Communications pela Aberje e Universidade de Syracuse - Nova York (2007) e PDE - Programa de Desenvolvimento de Executivos pela Fundação Dom Cabral (2006). Atualmente é Gerente de Planejamento, Gestão e Relacionamento com Clientes da Petrobras – Serviços Compartilhados/ Regional São Paulo-Sul. Foi Gerente de Comunicação Empresarial da Petrobras - Serviços Compartilhados / Regional São Paulo-Sul entre 2011 e 2015. Foi Gerente de Comunicação da Petrobras / Revap – Refinaria Henrique Lage entre 2002 e 2010. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação Empresarial e Marketing e em gestão do relacionamento com o cliente. É Diretor do Capítulo Aberje na Cidade de São Paulo. Foi membro da Petrobras no Comitê de Relacionamento Comunitário da ARPEL - Associação Regional de Empresas de Petróleo e Gás Natural na América Latina e Caribe entre 2006 e 2010.

A comunicação empresarial e o sentido do trabalho

              Publicado em 05/09/2011

Em uma pesquisa realizada em 2006 para minha dissertação de mestrado pude comprovar que o trabalho ocupa uma posição central na vida das pessoas e “mesmo que elas ganhassem muito dinheiro ao ponto de dispensá-las da atividade laboral, mesmo assim elas continuariam trabalhando”, conforme Estelle Morin. O que significa isso? Significa que o trabalho é um elemento essencial da condição humana e dar sentido ao trabalho também é papel da comunicação empresarial.

Os estudos sobre os sentidos do trabalho surgiram de forma mais estruturada a partir da década de 1980, na psicologia organizacional, e têm como um dos principais estudos a pesquisa do grupo MOW - Meaning Of Work (1987), realizada em oito países.

Morin (2002, p. 73) pode, a partir de uma atualização do estudo do grupo MOW, constatar que um trabalho que tem sentido é feito de maneira “ eficiente e gera resultados, é intrinsecamente satisfatório, é moralmente aceitável, é fonte de experiências de relações humanas satisfatórias, garante segurança e autonomia e é aquele que nos mantém ocupados”. Segundo a autora (p. 75), “para que um trabalho tenha sentido é importante para quem o realiza saber para onde ele vai conduzir, e que seus objetivos sejam claros e valorizados para quem os realiza”.

A constatação de Morin aponta para uma das funções da comunicação empresarial, que é gerar integração na organização. A integração contribui decisivamente no alinhamento entre a estratégia e a execução, conseqüentemente imprime uma redução de variedade nos resultados empresariais planejados, na relação com os objetivos e metas definidos numa visão de médio e longo prazo.

Na medida em que as atividades se especializam e se subdividem em operações menores, os trabalhadores vão se distanciando cada vez mais do produto final do seu trabalho e como conseqüência esse trabalho começa a perder sentido, gerar alienação nos trabalhadores e reflexos negativos na consecução da estratégia empresarial. Perde-se o foco.

Uma das principais discussões na atualidade acerca da gestão da comunicação empresarial e o sentido do trabalho refere-se à necessidade de uma visão participativa, inclusiva, entendendo a organização como um espaço de, e, para a construção de significado de forma coletiva.

Nessa perspectiva, a comunicação, deixa de ser apenas o instrumento cujo objetivo maior é o de gerar conformidade e obediência às diretrizes previamente estabelecidas pela organização, mas considera o trabalhador de forma integral, englobando-os como atores em seus meios de interação e considerando a macro estrutura do contexto empresarial. Na prática torna os trabalhadores protagonistas da ação empresarial.

Para isso é importante conciliar intersubjetividade e razão instrumental na construção de sentido, considerando que cerca de oitenta por cento dos respondentes afirmou na minha pesquisa de mestrado que a boa comunicação depende mais das pessoas e do diálogo, do que das ferramentas de comunicação (jornais, vídeos, intranet etc.).

Portanto, dar sentido ao trabalho pode demandar oitenta por cento mais solas de sapato e saliva, que recursos impressos e audiovisuais. Uma vantagem é a economia de cadeiras, a outra, e talvez principal vantagem, é que isso não custa nada a mais no salário da liderança. É sua atribuição.


Referências

MORIN, E. Os sentidos do trabalho. São Paulo: ERA, Ago/Set/Out. 2002. p, 71-75.

MOW, International Research Team – The Meaning of Working. 1. ed. New York: Academic Press, 1987.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1411

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