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COLUNAS


Cristina Panella
cristina@cristinapanella.com.br

Diretora de Cristina Panella Planejamento e Pesquisa. Cristina Panella é Doutora em Sociologia com ênfase em Comunicação pela E.H.E.S.S. – Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, Mestre em Antropologia Social e Cultural pela Sorbonne (Université René Descartes – Paris V) e Mestre em Formação à Pesquisa em Ciências Sociais, também pela E.H.E.S.S. Também é professora convidada da ECA – USP e tem experiência nacional e internacional na área de consultoria de comunicação e marketing, pesquisa de imagem e reputação, mercado e opinião. Dedica-se, atualmente, ao desenvolvimento de abordagens e metodologias expressas em indicadores e índices que enriqueçam o planejamento, a pesquisa e a comunicação.

Planejamento e Integração No Mundo Pós 2.0: múltiplos dados, competências específicas

              Publicado em 02/08/2011

Paradoxo: enquanto o acesso a recursos e dados se multiplicam e tornam-se,  aos grandes do ponto de vista financeiro, muito mais acessíveis, menos conteúdos refletindo análises aprofundadas e pertinentes encontramos.

Produtores de dados – sejam eles empresas de clipping na área da comunicação ou aqueles que empreendem continuamente pesquisas em ambiente online fizeram saltos gigantescos, impulsionados pela evolução e disseminação da tecnologia e são hoje capazes de fornecer uma infinidade de informações, selecionadas segundo um grande número de filtros por um preço extremamente acessivel Desenvolveu-se, assim, uma área – a de produçáo de informações -  antes confinada às agências de comunicação ou aos grandes institutos de pesquisa.

Na área da comunicação corporativa, as empresas de coleta de informações sofisticaram-se a ponto de fornecer  clipagens – material bruto – com notícias classificadas em categorias como positividade ou negatividade, ponderando ainda, segundo o desejo do cliente, os dados de forma a produzir indicadores, expressos de forma bruta ou agrupados em categorias expressos em números – a meca dos executivos.

Quando levamos em conta a pesquisa online, a evolução propiciada pela tecnologia foi ainda maior: o acúmulo de dados em pouquíssimo tempo é, muitas vezes apresentado em grande números e percentuais sem que sejam explicitadas as condições da amostra ou critérios (filtros) utilizados que, mesmo a posteriori, e calculados a partir de grandes números, pode provocar vieses consideráveis. Sem falar dos softwares que, também evoluídos, inclusive graficamente, dão a impressão às empresas de que podm prescindir de áreas especializadas e realizar todo o processo de pesquisa sem o auxílio de um profissional da área.

Mas antes de considerar esse artigo como um momento de lamentação nostálgica, uma invocação dos “velhos tempos”, gostaria de deixar claro: sou uma adepta de novas tecnologias e invisto continuamente na formação de minha equipe e na minha própria para que desenvolvamos cada vez mais habilidades que nos permitam trabalhar eficazmente nessa nova economia, caracterizada pelos dados abundantes e recursos (humanos) escassos: a tecnologia do conhecimento.

Assim como as máquinas de calcular não substituiram a necessidade do conhecimento da matemática, somente de suas fórmulas, a abundância e a facilidade com que se produzem  dados  hoje não substitui – ainda que muitos o pensem – a capacidade analítica, própria do ser humano.

Marx afirma, n’O Capital, que a diferença entre os animais e os homens reside na capacidade de antever, antes de realizar. Assim, exemplifica, um homem imagina uma cadeira antes de construí-la e por poder imaginá-la, projetá-la é capaz de ainda nesse nível testar as condições de execuçao.

Por essa razão, a análise de dados – sejam eles numéricos (estatisticamente) ou textuais (análise de discurso) é uma atividade essencialmente humana longe da simples compilação ou justaposição de dados, por mais classificados, coloridos ou graficamente apresentados que sejam.

Há uma diferença fundamental entre informação e conhecimento. Só podemos falar de conhecimento quando colocamos em relação pelo menos duas afirmações.  Ou, milhares de informações, como é o caso hoje onde as ferramentas de data mining ganham espaço.

Empresas de comunicação ou os setores de pesquisa de grandes corporações devem estar atentos para afastar a ilusão dos grandes números de seu core business. É hora de deixar a César o que é de César e focar-se no seu próprio core business,

Mais ainda,  trabalhar de forma compartilhada, como exige nossa atual economia.

Somente assim as parcerias produzirão o que tem de melhor: o fruto da convivência das várias expertises.


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