Por mais qualidade e menor custo: o recurso à automatização em Pesquisas
A automatização de tarefas relacionadas à pesquisa contribui para menores custos. Mas é preciso delimitar o alcance e os limites da escolha para que a qualidade não seja perdida.
Nos últimos anos inúmeros recursos online do tipo “faça você mesmo” na área da pesquisa têm proliferado. O mais notório deles é o SurveyMonkey. Pessoas em importantes empresas acreditaram que não precisariam mais recorrer a profissionais de pesquisa e que, assim fazendo, economizariam um valor considerável.
Pesquisa é, de fato, uma atividade que exige recursos, porque apoiada em pessoas. E com rentabilidade pouco elevada, uma vez que quase 90% do valor de um projeto corresponde à remuneração dos profissionais, com a colaboração de um exército de fornecedores especializados, tanto em estudos qualitativos como em quantitativos. São esses profissionais que planejam, desenham os instrumentos de pesquisa, calculam amostras, aplicam questionários, realizam entrevistas, identificam e recrutam indivíduos para a participação em grupos focais moderados por analistas, realizam codificações, verificam consistências, dominam softwares estatísticos, e muitas outras etapas. E, do início ao final do processo de análise, elaboração do relatório e apresentação, há a figura do analista.
Que fique claro: sou absolutamente a favor da automatização de processos! Em minha empresa, por exemplo, mantemos uma linha de desenvolvimento contínuo somente dedicada a eles, sempre associados a abordagens metodológicas. O tempo e a acurácia de dados que podemos obter com essa automatização são valiosos e empregados no incremento da qualidade da análise. Assim desenvolvemos produtos de pesquisa densos, amplos e com grande confiabilidade, em função dos processos que adotamos e desenvolvemos com parceiros. E queremos mais!!!!
Ao mesmo tempo, porém, é absolutamente necessário estabelecer o alcance e os limites dos novos recursos empregados. Alguns podem pensar que, assim fazendo, dá-se dois passos à frente e um para trás. A velocidade pode ser menor, mas o importante é sempre avançar e nunca colocar em risco o investimento do cliente.
Quanto ao exemplo do início do texto (e há vários outros), nada tenho contra o uso da ferramenta para pesquisas simples. Ainda assim, o risco é grande, uma vez que a maior fonte de erros em pesquisa provém da má formulação das questões.
O custo de um questionário online administrado por uma empresa de pesquisa não ultrapassa alguns reais. Vale a pena arriscar?
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