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COLUNAS


André Boavista


Especialista em Publicidade pela USP/SP, Pós-Graduado em Marketing pela RUY/BA e Bacharel em Administração pela FTE/BA. 

Atua nas áreas de Comunicação, Marketing e Tecnologia. Escreve profissionalmente (gerencia e cria conteúdo) e em blogs de nicho.

@andreboavista

 

Comunicação e auto-gestão

              Publicado em 14/07/2011

 

É fato: atualmente, quando uma empresa deixa livre o acesso à internet dentro da organização, qualquer colaborador pode se dirigir a todos os demais ou compartilhar conteúdo que tenha considerado relevante. Isso é possível devido à web 2.0 e aos inúmeros meios disponíveis para que os colaboradores emitam e recebam informações: blogs, redes sociais, mensagens instantâneas e até através dos grupos de e-mails que agrupam todos os e-mails de determinados sites ou de setores das organizações.

Isso acontece com frequência nas organizações que não possuem nenhuma regulamentação de uso dos canais de comunicação eletrônica e porque vivenciamos uma época na qual os agentes da comunicação atuam tanto como emissores ativos quanto como receptores passivos, pois gerar conteúdo é tão simples atualmente quanto consumir informação: basta acessar à rede.

E quais os impactos dessa liberdade de expressão dentro do ambiente corporativo? Podemos identificar como pontos positivos a livre circulação de idéias, o estímulo à criatividade e a troca de sugestões em discussões. Por outro lado podemos reconhecer como negativas e dispersivas as correntes de e-mails, os temas absolutamente fora do contexto profissional e a divulgação de posições pessoais que vão de encontro aos valores defendidos e difundidos pela organização.

Qual então a medida adequada? Bloquear o acesso? Impor regras de conduta rígidas? Criar mecanismos de censura? Limitar o acesso?

As respostas dependem de diversos fatores e são mesmo variáveis, pois dependem do grau de maturidade e do ambiente peculiar a cada organização, no entanto, acreditamos ser de bom senso o estabelecimento de algumas regrinhas básicas e a definição de quais são os canais adequados para manifestação das opiniões e o compartilhamento de conteúdo.

As regras variam de acordo com a organização e não são o tema deste artigo, pois independente do tipo de organização e do formato escolhido para acesso à rede pelos seus colaboradores, o que fica evidente é que as organizações mais liberais em relação ao acesso à rede esperam dos seus colaboradores que estes tenham a capacidade de auto-gestão da sua comunicação e não confundam liberdade com anarquia nem misturem confiança com excesso de liberdade.

A comunicação está evoluindo velozmente, mas ainda que os comportamentos mudem para adequar-se aos novos conceitos, a capacidade e responsabilidade pela expressão no meio virtual e a compreensão de que mesmo o empoderamento através da rede tem seus limites, é característica de profissionais que compreendem o valor da comunicação intra e extra-organização e por isso mesmo valorizam tanto a liberdade que lhes é dada para se expressarem, quanto compreendem a importância das regras de condutas explícitas e tácitas para se ajustarem a uma realidade que, mesmo permissiva, ainda assim tem limites, inclusive legais


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