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André Boavista


Especialista em Publicidade pela USP/SP, Pós-Graduado em Marketing pela RUY/BA e Bacharel em Administração pela FTE/BA. 

Atua nas áreas de Comunicação, Marketing e Tecnologia. Escreve profissionalmente (gerencia e cria conteúdo) e em blogs de nicho.

@andreboavista

 

O conteúdo escrito qualificado e o ruído na grande rede

              Publicado em 08/07/2015

A internet pode ser definida como um organismo cibernético cuja construção é coletiva e infinita, no qual atuam um sem número de agentes-atores que consomem e produzem constantemente.

Na web que conhecemos atualmente e construímos juntos, a informação aparece de múltiplas formas: original, plagiada, transformada, deturpada, corrompida, mixada, parodiada e copiada. E em um determinado sentido, parece privilegiar a distração, prejudicar a concentração e desfavorecer as análises mais profundas. A título de ilustração, qualquer professor, seja do ensino médio ou de graduação, pode atestar a enorme quantidade de trabalhos escolares feitos com cópias grotescas ou baseados na Wikipédia ou em alguma fonte que se apresente mais disponível e com conteúdo resumido. É como se muitas pessoas estivessem ficando mais desligadas ou confusas diante da quantidade de informação que está disponível e as análises e pensamentos mais profundos perdessem espaço para informação rasa e mais acessível.

É claro que existem outras opções: conteúdo altamente qualificado está sempre disponível. Basta uma procura apurada para encontrar artigos científicos frutos de pesquisa detalhada, textos cuja elaboração requereu mentes treinadas e/ou privilegiadas, textos belíssimos publicados por pessoas normais, acervos fantásticos com as obras dos grandes autores, reportagens investigativas esclarecedoras etc., mas então o que acontece? Porque muitas vezes a informação mais simples é a preferida? Vejamos o que diz, Douglas Rushkoff, um dos grandes pensadores contemporâneos:

“A postura atual na rede parece privilegiar o distraído ao concentrado, o automático ao refletido, o oponente ao compassivo” (Rushkoff, 2010).

Um conteúdo de qualidade será sempre um referencial para o veículo que o publica, porém não significa que o mesmo conseguirá êxito na disputa por atenção e audiência na rede. Existem até os que defendem que conteúdo de qualidade é todo conteúdo cujo foco é a criação de audiência, o que eu discordo.

É óbvio que a experiência do usuário com o conteúdo oferecido é importante, mas a pressão por resultado também existe e dessa forma um conteúdo com grande audiência, ainda que contenha análises superficiais sobre um tema, pode ser considerado com mais sucesso do ponto de vista comercial, do que um conteúdo que investiga, esmiúça e traz reflexões importantes sobre o mesmo tema, mas não consegue gerar a mesma repercussão na rede.

Essas são questões que fazem parte da realidade dos principais veículos de informação e do trabalho de gestores e produtores de conteúdo, mas ainda que o banal consiga muito espaço e gere muito ruído, muitos autores, comunicadores, editores, gestores e pensadores já escolheram de que lado estão e preferem conteúdo de qualidade, com análises fundamentadas, bem elaborado e também preparado para buscar espaço junto à audiência.

Produzir conteúdo qualificado é trabalhoso, exige dedicação, requer amplo substrato intelectual ou experiência sobre o tema discorrido e sempre será de grande valia tanto para o autor, quanto para o veículo e por isso sugiro: em relação ao conteúdo que encontra na rede, escolha de acordo com suas preferências que, espero, se inclinem em direção à qualidade.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1723

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