Justiça da mídia social
Nathan Kotylak tem 17 anos e é considerado uma das promessas do time juvenil de pólo aquático do Canadá. Camille Cacnio é uma estudante de biologia na Universidade de British Columbia (UBC), em Vancouver.
Em comum, ambos estavam na multidão que lotou as ruas de Vancouver na decisão do campeonato de hóquei em 15 de junho.
O time local, o Vancouver Canucks, perdeu o jogo e o campeonato. Foi o suficiente para começar um quebra-quebra na cidade canadense. Carros incendiados, vitrines quebradas, roubos de mercadorias nas lojas, arrastões e agressões.
A polícia local não conseguiu segurar a multidão, mas a mídia social virou um xerife tecnológico: filmou e fotografou tudo. E agora faz inclusive um papel antecipado de juiz no episódio.
Logo que foi identificado colocando fogo num carro de polícia, Nathan, o jogador de pólo, foi suspenso do time e, junto com a família, teve que sair da casa classe-média/alta onde mora, com medo de represálias, depois que o endereço foi divulgado na internet. O advogado da família divulgou o pedido de desculpas do rapaz, que corre o risco de perder a bolsa de estudos que tinha ganho na Universidade de Calgary.
Basta fazer uma busca do episódio dos “riots” em Vancouver na internet e lá está ele, em dezenas de imagens.
O jogador de polo Nathan Kotylak identificado nos riots em Vancouver
Já a estudante de biologia Camille foi reconhecida numa imagem saindo com mercadoria de uma das lojas saqueadas. Quase instantaneamente, ela perdeu amigos e o emprego de meio-periodo numa concessionária de veículos. Ela fez a “mea-culpa” nos meios sociais, desculpando-se do comportamento inadequado, creditado principalmente ao excesso de bebida alcóolica.
Nathan e Camille, como muitos outros, estarão para sempre com sua “ficha suja” online, onde qualquer um pode ver, antes mesmo de serem fichados na polícia ou julgados pela Justiça.
O episódio em Vancouver é um interessante exemplo do poder das mídias sociais.
Primeiro, foram as milhares de fotos e imagens, que chegaram a congestionar os computadores da polícia da cidade nos dias depois do quebra-quebra. Segundo, um movimento no Facebook reuniu milhares de pessoas que apareceram voluntariamente no “day after” do evento para ajudar a limpar a arrumar as áreas da cidade que foram destruidas.
Agora, no início de julho, muitas “comunidades” buscam fazer a justiça com as próprias mãos.
Grupos, principalmente no Facebook, esta tentando identificar os participantes nos riots. Um deles é o Mock the Vancouver Rioters. Outro o Help Vancouver police: port any evidence of rioters.
Já existem fotos com nome completo e até a imagem da mesma pessoa em suas páginas na mídia social. Muitos participantes juram revanche aos baderneiros, ao colocar suas fotos e nomes para envergonhá-los junto a escolas, futuros empregadores e e outras comunidades.
Linchamento online? É o que a imprensa no Canadá começa a discutir. Qual a medida? Existe alguma medida de fato?
Mas ainda tem muitos capítulos a caminho. Acaba de ser criado um grupo no Facebook (100,000 strong to ban Nathan Kotylak from the Canada Olympic team) para banir para sempre Nathan Kotylak do time olimpico canadense.
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