Narrar como ética
Na história humana é difícil dissociar a comunicação e suas narrativas de uma série de ritos onde as pessoas institucionalizam e formalizam as suas relações com outras pessoas, organizações dialogam com outras organizações e, de maneira transcendente, o profano fala com o sagrado. Dito de uma outra forma, a comunicação em suas diferentes maneiras e narrativas depende, para se efetivar, do lugar onde se realiza, seja no entorno de uma fogueira, no interior de uma caverna, do ambiente da casa ou do restaurante, das dimensões do espaço de shows ou da amplitude do estádio. A narrativa e sua memória estão ligadas ao lugar, como arquitetura e espaço do rito, como demonstrou mitologicamente o poeta grego Simônides (556 a.C. — 468 a.C) e, na contemporaneidade, os seus esquecimentos e apagamentos são devidos aos não-lugares, como conceituado por Marc Augé¹.
Podemos, ainda, ampliar esta ideia e acrescentar a dependência do que se quer comunicar dos inúmeros formatos das mesas, onde se senta para falar. E, também, pensar que a díade rito-ritual são complementares, sendo que ela conforma e estabelece narrativas embasadas em aspectos históricos, políticos, econômicos, artísticos, tecnológicos e religiosos, entre outros, de cada época, sociedade, empresa ou instituição onde acontecem. Donas de casa, políticos, religiosos, professores, torcedores, amantes, marqueteiros e nerds produzem intencionalmente ou não narrativas alimentadas em mitologias imemoriais ou em totens tecnológicos.
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