Enquanto eu dormia
Cansados da obesidade comunicacional, os interlocutores de qualquer empresa, seja da comunicação ou do marketing, querem algo além. E por algo além há uma gama imensa de possibilidades. Design, infográficos, customização, privacidade, conectividade. Se pararmos para elencar os termos da moda ou as tendências para os próximos dias, precisaremos de fôlego.
A nossa sociedade parece estar mais acelerada do que nunca, mas diversas cidades há menos de uma hora dos grandes centros podem estar ainda discutindo se os cavalos podem ou não andar pelas ruas, como é o caso da minha. Lógico, algo não tão provincial como pode parecer, mas lá os debates são outros.
Então o que mudou? Muita coisa, mas uma das mais relevantes, no âmbito técnico, é a visibilidade que as informações ganham a cada novo dia. Como? Você já almoçava no restaurante da esquina, mas antes do Foursquare poucos eram os que acompanhavam sua rota. Lia diversas notícias, mas só comentava com uma dezena de colegas. Muitos presidentes matavam moscas aos montes e isso não virava notícia. Há anos nos acostumamos a nem ouvir os desabrigados parados nas esquinas.
Parte da comunicação está se viralizando, outra parte se vulgarizando. Estamos em tempos de mobilizações relâmpago, ou Flash Mob, mas que nem sempre está atrelado a um engajamento real.
É neste contexto que, a cada novo dia, eu levando pela manhã, desligo o despertador do meu celular e aproveito, com esta janela nas mãos, para acessar a internet para saber do que se passou enquanto eu dormia. Frenéticos, muitos sofrem por não estarem completamente atualizados, uma missão realmente impossível. Outros, iludidos, acreditam que com um celular na mão podem acessar qualquer informação no mundo, mesmo nunca tendo acessado um site em uma língua chinesa ou algum que use o alfabeto cirílico.
Eu tenho tanto para ler. Tanto para ver. Mas antes as bibliotecas já eram gigantescas e este desespero não aflorava. Aí está. Antes eram enormes as bibliotecas e o mundo e as coisas costumavam ficar em seus lugares, passivas. Hoje elas andam conosco, linkadas, tageadas, mapeadas. E é dando precisão às etiquetas, à visualização de perfil de cada indivíduo que conquistamos a relevância.
Com tanta avidez, em meio à aparente velocidade dos teclados e das telas difusas, queremos mais. Queremos algo além. Algo único e inesperado. Se você chegou até aqui, lendo este artigo, mas ainda não clicou em nenhum link, feche esta janela e volte em outro momento. Volte quando seu tempo lhe permitir o acesso, calmo, interessado, reflexivo.
E por fim, se entre tantas mensagens não souber qual reter, tente buscar um lastro que lhe faça sentir que em cada momento podemos criar rituais de passagem, podemos criar experiências e que elas também são comunicáveis. Até breve.
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