Retrospectiva de relações públicas e de jornalismo kitsch
Copyright Terra Magaine - 25/12/2010
Decoração de natal na Avenida Paulista, em São Paulo
O final de ano traz todo o tipo de retrospectivas de relações públicas e jornalismo que se propõem a nos contar e impor aquilo que foi pretensamente extraordinário para as nossas vidas. Frente aos inúmeros meios de comunicação parece que temos que obrigatoriamente encaixar as nossas vidas nos acontecimentos e modelos éticos e estéticos apresentados ritualmente em uma cronologia linear.
É um balanço em que as principais categorias que orientam as seleções das relevâncias acontecidas nos últimos 365 dias se ancoram tradicionalmente na economia, na política, no esporte, nas artes e nas vidas das celebridades e personalidades.
A modelagem ética produzida pelos resumos jornalísticos e pelos programas de relações públicas passa pela massificação acrítica da benemerência. A modelagem estética produzida principalmente pelos programas de comunicação institucional das empresas – massificada pelas emissoras de televisão e pela propaganda – faz milhões de pessoas acreditarem que o belo é decorar excessivamente ruas, árvores, prédios e casas com milhões de luzinhas coloridas importadas da China. A decoração de Natal da Avenida Paulista, em São Paulo, é um exemplo do que estamos descrevendo. Uma parte do jornalismo de massa também faz a louvação em seus noticiários do acúmulo de papais noéis gigantes e da repetição sem fim de chavões natalinos.
É a repetitiva afirmação de que na atualidade, para se ter uma história narrada é preciso protagonizar, ser, com intenção, excessivo ou máximo. Uma narrativa kitsch de relações públicas e de jornalismo de tal forma controlada – em suas fases de criação, ensaio, atuação e avaliação – que podemos pensar na impossibilidade de existir qualquer originalidade naquilo que nos chega mediado pelo tradicional e pelo digital. O autor – a narrativa institucional - é apenas uma persona de evento ou de midiatraining.
A comunicação e as relações humanas orientadas concentradamente para o utilitarismo têm inviabilizado a narrativa verdadeiramente surpreendente, que é domínio do artista, do artesão, do poeta e dos loucos. O melhor jornalismo acontece em sua fusão com a literatura. Um exemplo desse tipo de produção é o livro Esqueleto na Lagoa Verde, de Antonio Callado, um clássico de jornalismo literário A melhor publicidade é lembrada quando é, também, arte aplicada. A boa comunicação empresarial estimula a inovação. A cópia não tem história.
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