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COLUNAS


Marlene Marchiori


Concluiu o pós-doutorado em Comunicação Organizacional na Brian Lamb School of Communication, da Purdue University, nos Estados Unidos. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), com estudos desenvolvidos no Theory, Culture and Society Centre da Notthingham Trent University, no Reino Unido. Graduada em Administração e em Comunicação Social – Relações Públicas, Marlene é pesquisadora líder do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos grupos de estudos Cultura e Comunicação Organizacional (Gefacescom) e Comunicação Organizacional e Relações Públicas: perspectivas teóricas e práticas no campo estratégico (Gecorp). Professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Autora do livro Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização, e organizadora das obras Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas; Redes sociais, comunicação, organizações; Comunicação, discurso, organizações; e da Coleção Faces da cultura e da comunicação organizacional.

Cultura e Comunicação nas Organizações

              Publicado em 20/12/2010

Ao analisarmos o conceito de cultura organizacional devemos priorizar duas definições: a cultura em si e a organização, entendendo a comunicação como um processo natural e inerente a construção dessa realidade. A partir daí, podemos compreender culturas nas organizações como um fenômeno que vem sendo estudado e observado. Em 1951 Jacques trouxe a tona o termo ‘cultura’ como uma variável interna, no âmbito da organização. Na década de 80 os estudos organizacionais desenvolveram-se com intensidade. No campo acadêmico os Estados Unidos publicou no periódico Administrative Science Quarterly em 1983 um volume inteiramente dedicado ao tema sendo a cultura vista como produto e processo continuamente criado por pessoas em processos de interação. No campo profissional, as obras que surgiram na mesma época nos Estados Unidos: Cultura Corporativa, Deal e Kennedy; e Em Busca da Excelência, Peters e Waterman, assim como artigos nas Revistas Business Week e Fortune, sugeriram o entendimento da cultura ligado a performance das organizações, ou seja, o discurso marcante: desempenho das organizações sob uma visão direcionada ao gerenciamento da cultura. Particularmente minha reflexão sobre cultura organizacional se dá na relação com a comunicação, entendendo que cultura é criação de significados e que a comunicação, por meio da relação e da interação entre pessoas, ao gerar sentido para as ações, possibilita a negociação e a criação de significados, contribuindo para o processo de formação das culturas em uma organização. Ou seja, não temos uma única cultura na organização, mas diferentes culturas que convivem e se respeitam, e fazem sentido para um grupo de pessoas que dela participa. Soma-se a essa reflexão entendermos que a cultura não é uma entidade estática que esta lá, muito pelo contrario cultura é formada continuamente, movimentando a organização. Passa a ser fundamental observar a diversidade presente nas organizações e ao falarmos em culturas devemos segundo (Hacth & Schultz, 2002) observar o contexto implícito e emergente.

Defino a cultura em uma organização como um fenômeno essencialmente interativo a partir do momento em que os grupos observam e interagem com o mundo ao seu redor. Por meio deste processo, as pessoas podem simbolizar e atribuir significados a eventos e objetos.

Quanto mais se aprende sobre comunicação, mas se entende que todo comportamento é potencialmente comunicativo, e os indivíduos tanto agem como reagem aos eventos comunicativos (HARRIS et al., 2008), sendo fundamental entender o significado do que acontece. Cultura, de acordo com Geertz (2001), é um sistema de concepções expressas herdadas em formas simbólicas por meio das quais o homem comunica, perpetua, e desenvolve seu conhecimento sobre atitudes para a vida.

Há três maneiras de se observar a cultura nas organizações, as quais ocorrem em uma mesma organização ao observarmos os diferentes ambientes: integrada, diferenciada e fragmentada (MARTIN, 2001).  INTEGRADA: Vista como homogeneidade, consenso em valores e transparência. DIFERENCIAÇÃO: Destaca as subculturas (conflito ou coexistência). Característica predominante: multiplicidade de culturas. FRAGMENTAÇÃO: Ambigüidade organizacional (ironias e paradoxos), mudanças constantes, relações complexas. Análise recai nas relações de interesse e consensos transitórios. Vai depender da situação vivenciada pela empresa o entendimento e a prática de cada uma destas perspectivas. Por exemplo, uma organização que não da voz para as pessoas, é bem provável a existência de um nível de frustração. Mas vamos supor que esta realidade de comando, tem sentido para aquele organização, as pessoas vivenciam naturalmente essa realidade e sentem-se bem, não há como contrapor.  Venho referenciando a comunicação como um processo abrangente e formativo, que oportuniza maior desenvolvimento nas organizações, que acresce capacidade nas pessoas, que estimula o conhecimento e que modifica estruturas e comportamentos. A perspectiva da comunicação como processo é uma postura que permite as pessoas explorarem suas potencialidades e desafiarem-se como seres humanos.


Sobre cultura e comunicação organizacional consulte:

MARCHIORI, Marlene. Cultura e Comunicação Organizacional: um olhar estratégico sobre as organizações. 2. Ed. São Caetano: Difusão Editora, 2008.
MARCHIORI, Marlene (Org.) Faces da Cultura e da Comunicação Organizacional. 2. Ed. Volume 1.  São Caetano: Difusão Editora, 2008.
MARCHIORI, Marlene (Org.) Faces da Cultura e da Comunicação Organizacional. 2. Ed. Volume 2.  São Caetano: Difusão Editora, 2010.
MARCHIORI, Marlene (Org.) Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas. São Caetano: Difusão Editora, 2010.


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