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COLUNAS


Marlene Marchiori


Concluiu o pós-doutorado em Comunicação Organizacional na Brian Lamb School of Communication, da Purdue University, nos Estados Unidos. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), com estudos desenvolvidos no Theory, Culture and Society Centre da Notthingham Trent University, no Reino Unido. Graduada em Administração e em Comunicação Social – Relações Públicas, Marlene é pesquisadora líder do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos grupos de estudos Cultura e Comunicação Organizacional (Gefacescom) e Comunicação Organizacional e Relações Públicas: perspectivas teóricas e práticas no campo estratégico (Gecorp). Professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Autora do livro Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização, e organizadora das obras Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas; Redes sociais, comunicação, organizações; Comunicação, discurso, organizações; e da Coleção Faces da cultura e da comunicação organizacional.

Comunicação de risco: um cuidado especial com a saúde e a integridade física

              Publicado em 02/09/2015

Texto de autoria da Mestre Milene Lourenço (*)

Quando falamos em comunicação de risco, nos referimos a um processo que envolve muito mais do que a simples transmissão de informações. Falamos em um movimento de interação entre os sujeitos, no qual a prática do diálogo acontece de maneira natural e espontânea, permitindo a criação de espaços de falas e de reflexão.

Este processo de comunicação foi pensado por estudiosos de percepção do risco, que previram que a percepção que o público em geral tinha sobre os riscos não correspondia ao seu significado técnico e científico. Constatou-se que havia uma lacuna entre a informação real do risco e o que era sentido e percebido. Tecer passagens entre estes dois polos garantiria o cuidado com a saúde, integridade física e psíquica dos sujeitos, em função da conscientização e consequentemente, da diminuição do impacto do risco.

Fazer a gestão das percepções, promovendo a troca de experiências, culturas e saberes, torna a prática da comunicação de risco ainda mais intensa e efetiva, considerando que, quando o indivíduo compartilha suas expectativas, anseios e preocupações, tem condições de refletir sobre suas atitudes e sobre o contexto em que vive.

Desse modo, na perspectiva da comunicação de risco, sujeitos em interação passam a ter opções de escolhas e alternativas de diferentes futuros, em um processo de compartilhamento de significados, se habilitam para consciência sobre os riscos, reconhecendo as fragilidades, os desafios, as dificuldades e, por conseguinte, as possíveis chances de mitigá-los, evitando uma série de consequências que poderiam afetar a saúde e integridade física dos envolvidos.

Olhar para as premissas da comunicação de risco nos faz refletir que o mundo requisita ações como estas, pois requisita um olhar para o ser humano e para as relações que estabelece com o próximo e com o meio em que vive. A dinâmica da sociedade globalizada clama por relações humanizadas, nas quais os sujeitos tenham consciência de suas ações e das diversas circunstâncias que podem enfrentar, pois assim, têm condições de escolher e tomar decisões baseadas em informações autênticas.

Assim, percebemos que a comunicação de risco, quando praticada em sua essência, é uma ação preventiva, que envolve desde a identificação dos riscos ao cuidado e preocupação com as crises. Suas ações caminham no sentido de evitar com que crises aconteçam e destruam a imagem da organização e/ou prejudiquem a saúde e a integridade dos sujeitos. Esse movimento comunicacional traz para contemporaneidade uma outra forma de observar a relação sujeitos – riscos, ao promover reflexões sobre o cuidado, o compartilhamento, a consciência e a prevenção. 

(*) enviada por Marlene Marchiori, orientadora da Mestre Milene Lourenço, que acaba de defender sua dissertacão na UEL sobre Comunicação de Risco.


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